O clássico entre Clube do Remo e Paysandu extravasa os ânimos dos torcedores (dentro e fora do estádio), dos jogadores e também dos dirigentes que estão envolvidos na disputa. Por causa da gigantesca rivalidade que existe entre as duas equipes, que faz do RexPa, ser um dos confrontos mais intensos do futebol brasileiro, muitos incidentes acabam ocorrendo e repercutindo por dias.
Passados os 90 minutos do jogo em que as duas equipes terminaram a disputa pelo placar de 1 x 1, no estádio da Curuzu, em Belém, pela sétima rodada do Campeonato Paraenses, no último domingo (20), os ânimos ainda seguem exaltados entre os dirigentes azulinos e bicolores. Em contato com o DOL, o presidente do Clube do Remo, Fabio Bentes, relatou alguns problemas ocorridos com a delegação azulina.
“Primeiro, já começou com a chegada da delegação no estádio. Não existe o ônibus parar no meio da rua e a gente descer no meio da torcida deles. Isso não existe! Isso é terrível! Nós jogamos toda a Série B e não passamos por esse tipo de situação, quase que eles quebram o ônibus e sofremos várias agressões verbais, e até chegar ao vestiário, passamos no meio da torcida, coisas foram arremessadas na gente e isso não é correto”, começou.
“Há uma grande diferença entre os dois estádios: primeiro, o ônibus entra no Baenão e deixa todos na porta do vestiário, e na Curuzu temos que descer no meio da rua e daí o primeiro incidente. Segundo, construímos uma estrutura para 30 pessoas, onde todas as delegações dos clubes visitantes são isoladas para não ficar perto de torcida nenhuma. Tivemos aqui em Belém, ano passado, Atlético-MG, Vasco, Cruzeiro e todos saíram da forma como foram recebidos. Se eles querem receber jogos grandes, como foi o clássico, precisam se atentar pra isso, ou vão resolver apenas quando acontecer algo pior? Espero que não”, disse.
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Além dos problemas ocasionados na chegada do Clube do Remo ao local da partida, Fabio Bentes também denunciou outras situações situações hostis dentro do estádio da Curuzu. Entre os fatos relatados pelo dirigente, estão a falta de estrutura nos vestiários e local adequado para a delegação visitante poder acompanhar a disputa.
“Chegamos ao vestiário, detectamos que estava muito calor e o ar condicionado só estava ventilando. Imediatamente pedimos uma solução, porém não houve. Ficamos em um local com muito calor, onde nada funcionava, sem estrutura adequada definida. Outra, na entrada ao gramado, o túnel não tem cobertura e jogaram coisas nos nossos jogadores quando entraram e também saindo. Também os nossos profissionais do marketing que estavam cobrindo o jogo foram xingados e até agredidos pela segurança do Paysandu. O local que nos ofereceram para assistir o jogo, colocaram em um canto com uma parede, onde apenas três pessoas que ficassem coladas no parapeito dariam para assistir ao jogo todo e o restante atrás não daria para ver. Nós temos uma relação de 50 pessoas que vai para o estádio – tudo autorizado pela Federação Paraense de Futebol – onde 29 vão para o gramado e 21 pessoas ficam assistindo ao jogo. Eles queriam nos mandar o restante para o outro lado, no meio das cadeiras, mas nós não aceitamos por questão de segurança”, prosseguiu.
Detalhe na saída do @ClubeDoRemo aos vestiários: zagueiros Marlon e Keven fazendo “oito” com as mãos para os torcedores do @Paysandu, que além de xingar, também arremessaram alguns objetos (sapatos, copos, sandálias) para o gramado da Curuzu.
Vídeo: Osmarino Souza. pic.twitter.com/Hn0lqOJHXm
— Magno Fernandes (@Cf27Magno) February 21, 2022
Além de criticar todas as formas como os membros da delegação do Clube do Remo foram recebidos e tratados, no clássico disputado diante do Paysandu, Fabio Bentes também revelou um caso de agressão ao motorista do ônibus que transportava o staff. Em repúdio a todos fatos, o dirigente informa que irá entrar com uma representação contra o clube rival, na Federação Paraense de Futebol.
“Temos que ter clareza que esse tipo de atitude não condiz com o bom tratamento aos clubes visitantes. Ainda tivemos um problema com nosso motorista que quando voltou para manobrar o ônibus na nossa saída, ele foi empurrado, chutado, agredido, o que é um absurdo. Tivemos também várias ofensas de pessoas ligadas ao Paysandu na nossa saída da nossa delegação e ficamos ouvindo piadinhas e até gerou um bate boca e que também absurdo pois eles deveriam fazer um isolamento de circulação. Tudo isso precisa ser mudado e ajustado. Respeito a instituição Paysandu, respeito muito o presidente Maurício Ettinger, mas as pessoas que trabalham com ele precisam ter responsabilidade na execução das coisas pois isso compromete. E é isso que está acontecendo. Nós fizemos reunião, tudo foi definido, mas na prática nada foi feito como combinado. Isso não iremos mais aceitar. Diante disso, vamos entrar com representação na Federação e pedir com tudo seja executado conforme combinado”, finalizou o dirigente.