Pela primeira vez, Flamengo responde a perguntas sobre a tragédia no Ninho do Urubu (Foto: Divulgação)

O silêncio foi quebrado. Após duas semanas da tragédia que matou dez atletas da base do Flamengo e feriu mais três, o presidente do clube Rodolfo Landim, respaldado pelo vice-presidente Rodrigo Dunshee e o CEO Reinaldo Belotti, responderam perguntas da imprensa em relação ao incêndio no centro de treinamento do Rubro-Negro.

“Tivemos uma preocupação muito grande com a qualidade de informações que passaríamos. Estávamos há 30 dias na gestão e uma série de perguntas que não poderíamos responder. O foco principal era as famílias. Nossa maior concentração de atenção foi nelas”, iniciou Landim. “Procuramos cuidar desde o dia da tragédia, a maior dos 123 anos de Flamengo. Me reuni com as famílias no dia seguinte à tragédia em um hotel. Um trabalho carinhoso e cuidadoso, com todos os psicólogos do clube consolando as famílias dentro das nossas possibilidades”, acrescentou.


A fala do presidente vai de encontro ao que vem sendo relatado na imprensa brasileira. No encontro realizado na tarde da última quinta-feira, na sede do Tribunal de Justiça, os parentes dos atletas saíram da reunião revoltados com o clube da Gávea e garantiram que só vão reabrir as negociações quando forem tratados com respeito, principalmente pela diretoria.

Na coletiva de imprensa, outros temas foram abordados, como o valor das indenizações (não especificado, mas negado o valor divulgado anteriormente, entre R$ 300 e R$ 400 mil) e as multas que vieram à tona após a tragédia. “Nós não tínhamos conhecimento disso. A última multa feita pela prefeitura foi no dia 12 de dezembro do ano passado. Nenhuma multa chegou ao nosso conhecimento. Ao longo do tempo, foram faladas de 31 multas, e a gente teve que procurar. A gente conseguiu identificar 23 multas. Dessas 23, 12 delas foram aplicadas e recebidas pelo clube após o acidente. São multas retroativas, mas foram aplicadas depois do acidente, em 11 de fevereiro”, garantiu.

Outros assuntos ainda vieram à tona, como a quantidade de monitores e o alvará dos contêineres, mas, quando questionado sobre se o Flamengo errou ou não, Landim afirmou que, diante das circunstâncias, o ocorrido foi uma fatalidade. “Todo acontecimento traz oportunidades para melhorar. Existem sempre oportunidades para discutir os procedimentos. Não tenho dúvida de que foi uma fatalidade. Infelizmente, aconteceu. Não posso imaginar que alguma coisa poderia ter sido feita e o Flamengo não fez porque não ligou, achou que não teria importância. Há muitas coisas que vamos saber ao longo desse processo. Ele não termina aqui, ainda não terminou. Essa vai ser uma conclusão da polícia, mas, na minha percepção, foi uma fatalidade”, finalizou.

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Fonte: Gazeta Esportiva

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