Quando o árbitro Gustavo Ramos Melo apitar o início do jogo de hoje entre Castanhal e Paysandu, às 16h, mais uma pequena novela – uma minissérie? – será encerrada no Campeonato Paraense. Até a última quinta-feira, dia 7, a partida estava ameaçada por causa de problemas nos laudos do estádio Maximino Porpino.
Praticamente uma força-tarefa foi montada para os últimos reparos, com o objetivo de liberar o estádio municipal para que ele tivesse capacidade para 5 mil torcedores e, com isso, ficasse apto a receber o jogo de hoje.
O exemplo da desorganização e do semiamadorismo do futebol regional serviu para atiçar as atenções para a partida. O encontro entre o Japiim da Estrada e o Papão deve ter sua lotação esgotada, provavelmente de longe o maior público em relação às mirradas rendas no chamado Modelão.
Curiosamente, o Paysandu encara o Castanhal pela terceira rodada do Parazão defendendo um tabu de onze anos sem perder no Maximino Porpino. O último revés bicolor foi em 2008, quando o Japiim venceu na última rodada da fase de classificação do returno do Campeonato Paraense. Na ocasião, o Papão já estava classificado para a fase seguinte. De lá para cá foram cinco partidas no Modelão com quatro vitórias alviazuis e apenas um empate.
O time da capital vai entrar em campo defendendo um aproveitamento de 100% em duas rodadas, ao passo que os donos da casa perderam as duas primeiras partidas, mas vêm de vitória na rodada passada e estão entusiasmados com a possibilidade de voltar à briga pelas primeiras posições.
Os bicolores garantem saber o que deve vir pela frente. “A equipe deles vem embalada pela vitória, mas sabemos o que temos que fazer. Apesar das dificuldades, temos condições de chegar aos três pontos”, afirmou o atacante Vinícius Leite.
Para o volante Johnny Douglas, o Castanhal mostrou qualidade na última rodada e deve ir para cima do Papão, que terá que saber controlar a partida para chegar à vitória. “Não tem mais aqueles times que estão apenas para participar. Todos os jogos são complicados e sabemos disso”, disse. “Todos que jogam contra o Paysandu querem ganhar, é normal. Os outros times ligam o 220 volts e vêm para cima. Nós temos que estar mais fortes ainda”, completou o meio-campista.
Papão terá mudanças na equipe titular
Os últimos dias na Curuzu foram de suspense. Na sexta-feira e no sábado, o técnico João Brigatti resolveu fechar os treinos para ter momentos a sós com o elenco. Não é para menos, já que após a vitória de 2 a 1 sobre o Bragantino, na segunda rodada, o treinador deixou claro que estava satisfeito com o resultado, mas não com a atuação. “A cabeça do treinador está bem afiada e sabe o que fazer, quem mandar a campo”, comentou Vinícius Leite, um dos que foram mantidos no time de cima.
Em relação às formações que iniciaram as duas primeiras rodadas, Brigatti deve fazer duas alterações na equipe titular. Perema entra na defesa depois de a zaga ser muito criticada e, no meio de campo, o volante Marcos Antônio começa a partida depois de ter tido mais tempo para melhorar o condicionamento físico. No ataque, Paulo Rangel volta a ser o camisa nove depois de ficar de fora contra o Tubarão.
A disputa dentro do elenco foi considerada normal e benéfica pelos atletas. Tudo para melhorar o time. “Quem está aqui sabe da qualidade um do outro. Por isso treinamos fortes e o professor confia em todos para montar o time. Aqui não tem titular absoluto aqui e o professor faz questão de dizer isso sempre”, confirmou Vinícius Leite. “Conversamos bastante e tentamos ajustar tudo. Aconteceram algumas coisas, mas nada de surpresa para um começo de campeonato”, completou o volante Johnny Douglas.
Alan Calbergue prega a atenção total, afirmando que o Castanhal vai entrar motivado em campo e o Paysandu terá que ter atenção redobrada. “Acredito que será uma partida equilibrada. O Castanhal vai dar a vida no jogo contra a gente. Diante do Paysandu todo mundo quer endurecer”.
(Tylon Maués/Diário do Pará)