O Paysandu estreia hoje na Copa Verde 2020 como quem tomou um café quente e forte para afastar a ressaca. Onze dias depois de perder a oportunidade do acesso para a Série B pelo segundo ano consecutivo, o Papão volta a campo num momento de quase transição. O time que entra em campo contra o Galvez-AC, às 16h, no Mangueirão, deve ser bem diferente do que vai continuar para a temporada 2021. Do atual grupo bicolor, 22 jogadores ficam sem contrato no próximo domingo, dia 31 de janeiro. Uchôa, Alex Maranhão, Wellington Reis, Juninho e Jefinho já não estão mais na Curuzu, e outros podem ter o mesmo destino.
No entanto, por mais que o clima seja de incerteza para muitos, a Copa Verde tem uma importância significativa, principalmente financeira. Quem conquistar o título da competição avança direto para a terceira fase da Copa do Brasil 2021, garantindo uma quota de aproximadamente R$ 2 milhões só de participação. O título vale também cerca de R$ 200 mil de premiação. Não resolve os problemas do clube, mas sanaria situações pontuais. O elenco está com o salário de dezembro e o 13º do ano passado em atraso.
Pela importância e pelo comprometimento do grupo, comissão técnica e jogadores garantem que o time vai encarar o confronto de logo mais com a mesma seriedade e foco dos jogos do Campeonato Brasileiro. “Gostaria de parabenizar os atletas porque eles conseguiram reagir bem à perda do acesso. Tenho certeza que estão bem concentrados na Copa Verde e num bom início de campanha”, afirma o técnico Aylton Costa, comandante do sub-20 e que estará à frente do time principal até a contratação de um novo treinador.
Presente no Paysandu desde 2019 e um dos poucos com contrato até o fim do ano, o lateral-esquerdo Bruno Collaço prega que é o momento de virar a página e se concentrar em mais uma competição importante, mesmo que tenha havido um abatimento natural após o que aconteceu na Terceirona.
“Não podemos mudar o que aconteceu, então temos que ter o foco na Copa Verde. É uma competição em nível nacional e têm outros clubes grandes nela. Além disso, tem o fator financeiro que é importante para o clube e para todos nós aqui”, disse Bruno, que comentou sobre a superação após a perda do acesso. “A decepção foi inevitável, mas temos que virar a página. Temos uma competição pela frente e ela é importante em todos os aspectos. Quem vai começar e quem vai permanecer tem que estar muito focado”.
(Diário do Pará)