Em encontro paralelo ao Fórum Mundial de Bioeconomia, o governador Helder Barbalho afirmou para representantes da Força Tarefa dos Governadores sobre Clima e Florestas (GCF), que o Governo do Pará defende a bioeconomia como modelo de desenvolvimento para o bioma amazônico do país.
Durante a reunião técnica de trabalho, que foi realizada na tarde desta quarta-feira (20), no Grand Mercure Hotel, em Belém, o chefe do Poder Executivo Estadual paraense ponderou que o Fórum Mundial de Bioeconomia deixa como legado o desafio de viabilizar os debates em ações convergentes que beneficiem os amazônidas.
“A intenção do Pará é abrir as portas, a partir do Fórum de Bioeconomia, para essa discussão em todo Brasil. Entendemos que a Bioeconomia deve ser um novo modelo para nosso país, particularmente, à nossa região. Esses três dias de Fórum representam a intensividade de discutir o tema e alertar o Brasil e o mundo para que se volte os olhos para aquilo que a nossa região e o país podem desenvolver a partir da bioeconomia”, ponderou Helder Barbalho.
“Certamente, a partir de amanhã teremos um desafio muito maior com o legado e saberes do fórum para construção de um novo paradigma e modelo de desenvolvimento. Não pode ser algo periférico. Tem que ser efetivamente vista como uma grande oportunidade para o Brasil, particularmente aos nossos Estados da Amazônia que possuem a maior reserva de floresta tropical do planeta e uma biodiversidade absolutamente extraordinária”, completou.
O governador paraense analisou que o país precisa avançar no tema bioeconomia, que movimenta 176 bilhões de dólares em todo planeta. “O Brasil representa 0,2% deste total. Isso demonstra a dimensão e oportunidades que temos”, exemplificou. “Precisamos avançar em um modelo que seja sustentável para o meio ambiente, mas, axioma de tudo, sustentável também no aspecto social para que a relação ambiental possa estar dialogando com a vida dos mais de 25 milhões de brasileiros que moram na nossa região amazônica”, frisou.
O Pará tem o compromisso com o desenvolvimento econômico baseado no modelo de economia verde, combate e alternativas ao desmatamento, como a bioeconomia. Foi estabelecida uma meta de desmatamento líquido zero até 2036 e, para isso, o início se deu já em 2020, com a redução de 12% de desmatamento no período de agosto de 2020 até julho de 2021, em relação ao período do ano anterior.
GCF
A Força-Tarefa do GCF é uma plataforma global para que governos estaduais e provinciais promovam inovação e liderança de políticas subnacionais, envolvem e colaboram com partes interessadas do setor público e privado em vários níveis e estabelecem caminhos para abordagens nacionais e internacionais eficazes para reduzir o desmatamento e melhorar os meios de subsistência.
Em 2008, nove governadores do Brasil, da Indonésia e dos Estados Unidos assinaram MOUs, acordos de cooperação climática e florestal que lançaram a Força-Tarefa do GCF. Foi projetada para promover abordagens jurisdicionais para o desenvolvimento de baixas emissões e Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação Florestal (REDD +). Desde sua primeira reunião em 2009, a Força-Tarefa do GCF mais do que triplicou seus membros – de 10 estados para 38 – e expandiu seu alcance para incluir jurisdições de 10 países: Brasil, Colômbia, Equador, Indonésia, Costa do Marfim, México, Nigéria, Peru, Espanha e Estados Unidos.