Até aqui são 19 jogadores contratados e ainda a aquisição de Thiago Primão engatilhada. A reformulação quase que completa do elenco do Paysandu para a temporada 2019 apresenta um leque variado de atletas, com as mais diferentes histórias. Para alguns deles, a vinda para a Curuzu representa a chance de abrir as portas do mercado local e, no futuro, até a do cenário nacional. Para outros, a inclusão no grupo é o início da carreira profissional. Existem ainda aqueles que larga rodagem e idade avançada – bem poucos é verdade – já começam a mirar o “prego” onde pretendem pendurar as chuteiras.
Entre aqueles que começam a respirar os ares do profissionalismo estão o goleiro Afonso, o meia Victor Diniz, o volante Yuri e o atacante Bruce, todos promovidos da base bicolor. Mas não é apenas a garotada da casa que compõe esse grupo. O zagueiro Fábio Alemão, de apenas 22 anos, vindo do Inter-RS, é quase um debutante, visto que não teve chance no ex-clube. Mesma situação que se aplica ao volante Jhony Douglas, de 21 anos, cujo início da carreira se deu no modesto Arapongas-PR de onde ele se transferiu para o Paraná-PR, no qual também teve poucas chances.
Em contraponto aos inexperientes, o elenco conta com jogadores bem mais rodados, entre os quais está o paraense Paulo Rangel, que tem em seu currículo mais de 20 clubes, uma grande quantidade deles do exterior. PR9 pertence ao grupo de atletas que já ultrapassaram os 30 anos e que não tardarão a encerrar a carreira. A lista conta ainda com o goleiro Mota, o meia Leandro Lima, ambos com 33 anos, mesma idade de PR9, o zagueiro Micael, de 32 anos, e o meia Marcos Antônio, de 30 anos.
Os novos contratados do Papão, como se percebe, chegam à Curuzu para mais uma temporada, trazendo diferentes históricos, com conquistas e decepções na carreira. Alguns desses atletas pelo que já fizeram em campo em clubes anteriores são candidatos naturais a ídolos da Fiel. Mas a matemática do futebol não é uma ciência exata. Assim sendo, muitas vezes, de onde muito se espera nada acontece, ao passo que outros, relegados a figurantes, acabam se tornando estrelas principais, como ocorreu em 2018 com o atacante Cassiano.
O Parazão, primeira competição oficial do clube na temporada, será uma espécie de termômetro para o torcedor avaliar as contratações do clube.
Jogadores querem volta por cima
O ano de 2018 não foi dos mais positivos para boa parte do grupo de 19 jogadores cujas contratações foram anunciadas pelo Paysandu até aqui para a temporada em curso. São cinco os atletas trazidos para Belém pelo clube e que experimentaram na temporada passada o sabor amargo do rebaixamento. Três deles – o goleiro Douglas Silva, o zagueiro Micael, e o meia Leandro Lima – defendendo o Juventude-RS, que formou ao lado do próprio Papão, além do Boa Esporte-MG e Sampaio Corrêa-MA, o grupo dos degolados na Série B do Nacional.
A lista de atletas rebaixados, no ano passado, conta ainda com Jhony Douglas, que participou da campanha do Paraná-PR, um dos rebaixados à Série B deste ano, e o volante Caíque Oliveira, que defendeu o Boa Esporte-MG, equipe que fez a pior campanha na Segundona, sendo lanterna por várias rodadas, posição em que encerrou sua participação no campeonato. Além dos atletas que viram suas equipes serem rebaixadas no Brasileiro, o grupo bicolor conta com outros atletas que sequer disputaram a competição pelo fato de estarem fora do Brasil ou em equipe sem série.
Um fato curioso é o goleiro Mota, que por longo tempo foi titular do CSA-AL. Ano passado, o arqueiro conseguiu o acesso à Série A, mas, ao final da Segundona, por estar há um longo tempo no clube, acabou sendo liberado. Ele é o único dos contratados do Papão que conseguiu a façanha de ajudar seu ex-time a chegar à elite nacional. É certo que alguns dos atletas listados também já conseguiram, em outros anos, acessos por outras equipes. Mas o texto se refere apenas à participação de cada um em 2018.
Paulo Rangel é o favorito ao posto de xodó
Desejo de Paulo Rangel sempre foi atuar no Paysandu. (Foto: Ricardo Amanajás)
Dono de um dos currículos mais ricos do elenco do Paysandu, o atacante Paulo Rangel, de 33 anos, é, sem dúvida, a principal aposta do clube para a temporada. O jogador, nascido em Belém, pela segunda vez na carreira, defenderá um clube local. Antes, ele passou, em 2010, pelo São Raimundo, de Santarém. Grande parte da trajetória do atleta foi percorrida no futebol do exterior, com passagens por clubes dos Emirados Árabes, Malásia e, principalmente, Portugal, onde ficou por cinco anos seguidos.
No futebol brasileiro, o atacante teve como clube de maior expressão o Santa Cruz-PE, em 2009. Mas foi no Lajeadense-SC, de Santa Catarina, em que ele mais se notabilizou, com um total de 11 gols em 16 partidas. PR9 conta com 57 gols oficiais nos 25 clubes que defendeu. Nos dois últimos anos, atuando pelo Nakhon Ratchasima, da Tailândia, não há registro de jogos e muito menos de gols do jogador. Na Curuzu, ele disputará a condição de titular com nada mais nada menos do que outros oito jogadores da posição.
Pelo prestígio que tem, Paulo Rangel, sem dúvida, larga na frente, mas terá de comprovar dentro das quatro linhas que merece a vaga na equipe. Ele tem a seu favor o fato de os concorrentes não contarem com desempenho positivo em 2018. Vinícius Leite, um dos importados, por exemplo, só fez 2 gols em 29 jogos pelo Vila Nova-GO. Paulo Henrique, que soma 36 gols na carreira, em 12 jogos pelo Londrina-PR, só fez um gol. Mesmo número de Nicolas em 19 partidas pelo Criciúma-SC.
Os demais atacantes também não foram lá muito felizes na temporada passada. Caion, por exemplo, em dois clubes – Siam Navy, da Tailândia, e Daegu, da Coreia do Sul – não balançou a rede uma só vez, enquanto Elielton e João Leonardo fizeram dois gols cada. Já Felipe de Jesus, em dois clubes, Tapajós e Jataiense-GO, só marcou uma vez. Caso a referência seja o desempenho em 2018, todos os atacantes iniciam a temporada em pé de igualdade, sem dúvida, tendo o Estadual para fazer a diferença.
(Nildo Lima/Diário do Pará)