Entre 17 e 19 minutos do primeiro tempo do empate sem gols
contra o Flamengo, Dudu e Raphael Veiga tabelaram juntos em dois lances
e cada um mandou sua chance para fora.
As chances desperdiçadas não só impediram o
Palmeiras de vencer a primeira no Brasileiro, mas evidenciaram um problema
recente da equipe: em 2022, os palmeirenses acertaram o alvo em 127 (34%) de
suas 369 finalizações, apontou a Footstats.
Segundo a plataforma de estatísticas, o Verdão é a
equipe com a segunda pior pontaria do Brasileiro, e a terceira pior do Paulista.
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O problema que se viu na noite de ontem (20) no
Maracanã ocorreu também diante do Goiás, no sábado (16), quando o time chegou
com muito perigo em lances com Dudu, Rony e Zé Rafael, que desperdiçaram boas
oportunidades e mandara para fora.
Além do gol esmeraldino, o qual considerou que
deveria ser invalidado, o técnico Abel Ferreira reconheceu o problema da falta
de pontaria.
“Não ganhamos em Goiás não por culpa do
árbitro. Uma coisa foi o árbitro, a outra foram as oito oportunidades que não
conseguimos fazer. E futebol é isso: fazer gols. Deveríamos ter feito mais de
um gol”, ponderou o português na coletiva de imprensa após o confronto
contra o Flamengo.
A situação de Goiânia mostra uma dificuldade do
elenco alviverde em toda temporada, sobretudo na Série A: o time cria muito,
mas finaliza com a mesma qualidade. No Campeonato Brasileiro, por exemplo,
71,43% dos chutes dos palmeirenses – ou 30 de 42 -foram errados.
O problema também se projeta sobre a necessidade
de um camisa 9 de peso, objeção frequentemente feita pela torcida palmeirense
e, em várias oportunidades, pelo próprio Abel, que da diretoria ganhou Rafael
Navarro para a posição.
Após o empate contra o Rubro-Negro, o comandante
alviverde comentou sobre o elenco curto que tem à sua disposição, a ausência
dos reforços que havia pedido e o peso do calendário do futebol brasileiro.
“Temos um elenco curto por opção minha.
Queríamos outras alternativas, o clube não conseguiu encontrar. Temos dois
jogadores por posição, mais os moleques da formação que têm ajudado. Com a
quantidade de jogos o problema não é jogar oito vezes no mês, mas jogar até
novembro [assim]. Não há milagres. Quem estuda a parte física sabe disso: não
somos máquinas”, afirmou o treinador, que voltou a falar sobre as chances
desperdiçadas:
“Nesses jogos há poucas oportunidades de gol.
No último tivemos oito, nesse [contra o Flamengo] tivemos quatro.”
COMEÇO NA LIBERTADORES FOI EXCEÇÃO
Se o ano palmeirense até o momento é marcado pela
falta de pontaria, as exceções ficaram para a Libertadores: e não somente na
quantidade de gols (12).
Enquanto a taxa de chutes errados é de 71% na
temporada por inteiro, na competição continental ela cai para 50%: 23 errados
de 46 tentativas.
Isso quer dizer que, nas goleadas por 4 a 0 contra
o Deportivo Táchira e por 8 a 1 ante o Indepediente Petrolero, o Verdão criou
como sempre, mas foi ainda mais eficiente ao finalizar a gol.
Se o pé calibrado na Liberta se deve à presença de
um centroavante de posição, como Rafael Navarro, que se utilizou do bom
posicionamento para anotar seis desses 12 gols, ou à inferioridade dos
adversários da Bolívia e Venezuela, a sequência no torneio deverá esclarecer.
Fato é que, para o Palmeiras sair do 15º lugar no
Brasileirão e voltar à disputa no topo da tabela, como nas temporadas
anteriores, a pontaria alviverde precisa melhorar.
A próxima oportunidade para acertar a meta
adversária com maior eficácia será o clássico contra o Corinthians, no sábado
(23), às 19h (horário de Brasília), na Arena Barueri.