Em um cenário no qual decisões sobre segurança pública impactam diretamente o espetáculo esportivo, o Palmeiras se posicionou de forma contundente ao acatar, mas criticar, a determinação da CBF de realizar o confronto contra o Cruzeiro com portões fechados. A partida, válida pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, na próxima quarta-feira (4), às 21h30, no Mineirão. A decisão veio após recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), motivada por um incidente envolvendo torcedores organizados semanas antes.

Em nota oficial, o Palmeiras classificou como “inaceitável” a penalização dos clubes e de seus torcedores por conflitos ocorridos fora do ambiente esportivo. “É inaceitável que um conflito entre organizadas ocorrido em uma rodovia (em um dia no qual nem Palmeiras nem Cruzeiro entraram em campo) acabe por penalizar ambos os clubes, bem como todos os torcedores que pretendiam comparecer ao Mineirão para incentivar suas equipes em um jogo de caráter decisivo”, destacou o texto.

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O clube também lamentou a falta de um plano das autoridades mineiras para assegurar a presença das torcidas no estádio. Além disso, apontou a necessidade de medidas estruturais e de maior rigor no combate à violência entre torcidas organizadas, indo além das chamadas “medidas paliativas”.

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A decisão da CBF surgiu após um episódio violento no dia 27 de outubro, quando membros da torcida Mancha Verde, do Palmeiras, emboscaram integrantes da Máfia Azul, do Cruzeiro, em Mairiporã (SP). O confronto resultou na morte de José Victor Miranda, associado à torcida organizada mineira. O incidente reforçou o debate sobre como equilibrar segurança e o direito dos torcedores de acompanhar seus clubes nos estádios.


COMPROMISSO DO PODER PÚBLICO

O Palmeiras concluiu a nota pedindo maior compromisso do poder público para coibir condutas criminosas de maneira efetiva: “Não será com medidas paliativas que vamos coibir condutas criminosas; para tanto, além da aplicação de punições severas contra os infratores, faz-se necessário, também, um esforço maior do poder público.”

O confronto desta quarta-feira é vital para as pretensões de ambos os clubes no campeonato, mas terá um Mineirão vazio, refletindo um contexto que transcende o futebol e expõe as dificuldades de gerir segurança e justiça no esporte brasileiro.

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