Rádio Clube do Pará

O fim de semana paraense é destaque na coluna de Gerson Nogueira

Leão muda e volta a vencer

A atitude destemida e agressiva no ataque foi o diferencial do Remo no jogo de ontem. Só no 1º tempo foram quatro grandes chances na área do Manaus, atestando o posicionamento ofensivo do time de Paulo Bonamigo. No segundo tempo, mais três situações claras de gol, além do cabeceio indefensável de Wallace, que garantiu a dramática vitória, aos 35 minutos. Com o resultado, o Leão quebrou a série de cinco jogos sem vitória na Série C e voltou ao G4 passando a ocupar a terceira posição.

Como era esperado, o Remo ainda mostrou dificuldade para acelerar a transição e explorar o jogo ofensivo. Afinal de contas, durante toda a Série C, o sistema tático consistia de priorizar a defesa.

Com boa presença dos laterais Marlon e do estreante Ricardo Luz, e com Carlos Alberto organizando as ações, o Remo fez seu primeiro ataque mais forte, aos 11 minutos. Eduardo Ramos recebeu de Marlon, limpou a jogada e bateu no travessão. Aos 20’, ER passou a bola a Hélio, que chutou mal.

O camisa 10 ainda recebeu passe preciso de Ricardo Luz na área, mas o tiro saiu torto. Aos 28’, Tcharlles caiu pela esquerda, protegeu a bola e bateu no canto direito, mas Jonathan conseguiu fazer grande defesa.

O domínio era amplo, principalmente pelo volume técnico no meio, mas faltava contundência e constância nas tentativas de ataque. Os repetidos cruzamentos na área facilitavam o trabalho da zaga. No finalzinho, a bola bateu no braço de Jansen. Penal que o árbitro não deu.

Paulo Bonamigo começou acertando em cheio na escalação, distribuindo o time de maneira mais natural, com dois volantes, dois meias e dois atacantes, com ER posicionado como um atacante em tempo quase integral.

Com Gustavo Ermel no lugar de Hélio, o Remo iniciou a 2ª fase ganhando chance de ouro logo aos 3 minutos. Um cruzamento de Tcharlles passou à frente do goleiro e sobrou para ER, que chutou, mas a bola desviou em Ermel e foi aliviada em cima da linha pela zaga.

Um bom avanço de Marlon aos 6’ quase resultou em gol, depois que o zagueiro Luís Fernando cortou errado e a bola pegou efeito contrário, quase entrando no gol do Manaus. Uma rara estocada dos visitantes foi com Janeudo, que acertou disparo venenoso, tirando tinta da trave de Vinícius.

Curiosamente, quando o Manaus era mais insistente ofensivamente, o Remo executou a jogada que decidiu a parada. Wallace, que substituiu a Eduardo Ramos, apareceu entre os zagueiros para cabecear no canto direito do gol de Jonathan, aos 35’. Quase marcou o segundo, aos 47’.

O jogo seguiu tenso, pela correria imposta pelo Manaus. Acontece que, aos 38’, Luizinho deu uma joelhada em Lucas e foi expulso.

Ao contrário do Remo de Mazola, o time de Bonamigo não desistiu de atacar quando era pressionado nos minutos finais. Carlos Alberto foi o melhor do jogo, acompanhado por Marlon, ER, Warley (improvisado na direita) e Wallace. Já Tcharlles, Hélio e Ermel (que o substituiu) foram os menos produtivos, errando passes e decidindo mal.

Papão arranca bom empate em João Pessoa

A atuação no primeiro tempo deu a entender que o PSC repetiria o êxito da rodada passada, diante do Ferroviário. Mais desenvolto e organizado, o time controlava as ações e conseguia chegar com perigo. No segundo tempo, sofreu o gol do Botafogo quando atacava mais. A desvantagem fez ruir a segurança e balançou a equipe por alguns minutos.

O empate, em cabeçada de Wesley Matos, nascido do esforço para evitar uma derrota injusta, teve sabor de vitória, pois o Papão já tinha um homem a menos – Micael foi expulso aos 35 minutos.

As primeiras ações foram favoráveis ao Botafogo, mas o PSC foi se firmando e passou a atacar com frequência, falhando apenas no último arremate. Uilliam e Vinícius Leite desperdiçaram boas tentativas. Elielton quase marcou de cabeça e, no rebote, cometeu falta sobre o goleiro Samuel.

No início da segunda etapa, o PSC se mostrou mais presente no ataque. Logo aos 3 minutos, Vinícius Leite cruzou na área e a bola passou à frente de Uilliam e Elielton, que não conseguiram fazer o desvio para o gol.

Aos 20’, veio o castigo. Christiano cobrou escanteio e o centroavante Lohan subiu mais que os zagueiros, testando para o fundo do gol. A fim de dar mais consistência ao setor de ataque, Matheus Costa trocou Elielton por Luiz Felipe. Acontece que, aos 35’, Micael cometeu falta violenta e levou o segundo amarelo, deixando o PSC com 10 jogadores.

Apesar da desvantagem no placar, o time seguiu acreditando. O empate veio aos 41’, de maneira heroica: após escanteio, Wesley Matos desviou para o gol, lembrando o lance de Lohan pelo Botafogo.

Em termos de classificação, o resultado foi positivo. Apesar de ter saído do G4, com a vitória do Remo, o PSC tem 11 pontos e se mantém bem posicionado. E se mantém motivado, após duas vitórias e um empate, para o clássico contra o Remo no próximo sábado, 3.

Nunca foi sobre saúde. A prioridade é levar vantagem

Em meio à ameaça de adiamento do jogo Palmeiras x Flamengo, uma decisão do juiz trabalhista Filipe Olmo, que acatou ação do Sindicato dos Atletas do Rio, proibiu o Flamengo de treinar, viajar e jogar nos próximos 15 dias. A liminar seria derrubada minutos antes do jogo, não sem antes criar um clima de bagunça que só prejudica o negócio futebol no país.

O empate provou que não havia motivo para o Flamengo brigar tanto para não jogar. É justamente o clube que mais se rebelou contra prazos e protocolos, a ponto de ter forçado a antecipação do retorno do Carioca e labutar nos bastidores para apressar o início do Brasileiro, além de se juntar a Jair Bolsonaro na cruzada pela presença de torcida nos estádios.

De repente, num rasgo de incoerência, passou a pleitear o direito de não ir a campo alegando desfalques no elenco (18 contaminados). Um sindicato presidido por funcionário do Flamengo entrou na Justiça e conseguiu a liminar para adiar o jogo, contra a vontade da CBF e dos demais clubes, que defendem o protocolo aprovado por todos,

Como Rodolfo Landim não pensa em outra coisa a não ser impor sua vontade, o limite mínimo de 13 jogadores foi ignorado pelo Flamengo, atropelando acordo firmado e abrindo rusga séria com os outros 19 clubes da Série A. Em nenhum momento, o clube explicou porque sempre agiu no sentido de descumprir as normas, incluindo viagens com avião cheio de dirigentes para os jogos pela Libertadores no exterior.

 

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