No último dia 20, quando o Clube do Remo sofreu a sua primeira derrota no Campeonato Paraense, por 2 a 0, para o Independente, o técnico Ney da Matta disse que, em toda sua carreira, nunca tinha feito uma partida tão ruim taticamente como naquela ocasião. Para apagar a atuação, da Matta ponderou nos dias seguintes que o Remo não voltaria a se apresentar daquele maneira, nem que para isso mudasse todo o time. E foi o que aconteceu.
Depois de cinco alterações no time principal e com a mudança na formação tática, aos poucos, o treinador vem dando identidade ao grupo. Assim como no duelo de terça-feira (23), na vitória diante do Águia, por 2 a 0, frente o seu maior rival, o Paysandu, Ney da Matta foi cirúrgico, principalmente nas substituições feitas no segundo tempo.
Focados no controle do meio de campo, porém, em determinados momentos da etapa inicial, o time falhava pela afobação. Leandro Brasilia, Geandro e Esquerdinha acabavam perdendo o tempo da bola. Outro erro foi a falta de comunicação em bolas paradas, lance, por exemplo, que gerou o primeiro gol do adversário. Contudo, o time exibia mais compactação e volume de jogo, comparado com partidas passadas. Mas, no segundo tempo, o professor tratou de dar um jeito no esquema, após uma rabiscada na prancheta.
Substituindo Adenilson por Jefferson Recife, já que o camisa 10 pouco criou, o time ganhou em velocidade. A entrada de Recife, aliás, permitiu ao Remo domínio da meia cancha, passando a controlar todo o segundo tempo. O treinador confirmou que estava iluminado após as outras duas mexidas.
Jayme, no lugar de Isac, atormentou a zaga bicolor, chegando, em duas chances, na pequena área. Contudo, foi a entrada de Elielton que mudou tudo. Após constatar o cansaço rival com Jayme, da Matta optou pelo ponta para dar continuidade na bagunça. Tiro certo. Com toda frieza possível, o pequeno de 1,58m, se agigantou na frente de Marcão e, depois de dançar o carimbó, virou o placar nos acréscimos, garantindo o triunfo.
De acordo com Ney da Matta, sua equipe é de valor e a paciência será a chave para o sucesso. “Esse é o time que queremos daqui pra frente, com vontade, e com sede de vitória. Desempenhamos durante todo o jogo força de vontade. Esses caras aqui são homens, não covardes. Mas que fique claro uma coisa: não se trata do Paysandu, mas do nosso projeto de trabalho. Essa semana já temos outro jogo importante e queremos apenas confiança e apoio do nosso torcedor, que é nosso melhor amigo nessa caminhada que será vitoriosa”, desabafou o comandante.
PARA ENTENDER
Após mudar o esquema tático, do 4-3-3 para o 4-4-2, Ney da Matta conseguiu dar padrão de jogo ao time.
(Matheus Miranda/Diário do Pará)