Rádio Clube do Pará

Nem Jesus, nem mito! Nike impede personalização de camisas

Há uma lista
estabelecida pela Nike de nomes proibidos na customização de camisas da seleção
brasileira. Termos religiosos e políticos não são permitidos no momento em que
o comprador, no site oficial da fornecedora de materiais esportivos, vai
definir a palavra a ser estampada no local destinado ao nome do atleta, acima
do número.

Vários
torcedores questionaram o fato de palavras ligadas a religiões de matriz
africana, como os orixás “Exu” e “Ogum”, serem vetadas no
uniforme desenhado para a Copa do Mundo de 2022. As inscrições
“Jesus” e “Cristo” estavam liberadas, algo que mudou após
críticas e acusações de intolerância religiosa.

Em nota
enviada à reportagem, a empresa disse que não permite “customizações com
palavras que possam conter qualquer cunho religioso, político, racista ou mesmo
palavrões” e afirmou que ocorreu um erro em seu site. “A falha no
sistema que permitiu a customização de algumas palavras de cunho religioso está
sendo corrigida.”

De acordo
com a Nike, “o sistema é atualizado periodicamente visando cobrir o maior
número de palavras possíveis que se encaixem na regra”, descrita na página
de vendas. Além de “Exu” e “Ogum”, “Maomé” e
“Deus” também já apareciam entre os termos vetados.

A restrição
a “Jesus” causou um problema momentâneo para os fãs do atacante
Gabriel Jesus, que atua no Arsenal e frequentemente é convocado por Tite. Com o
veto, os torcedores não conseguem personalizar a camisa da seleção da maneira
como o próprio jogador utiliza, “G. Jesus”. A Nike, porém, está
trabalhando para permitir essa combinação.

A empresa
também tem uma lista com nomes de políticos vetados. Os nomes dos principais
candidatos à presidência do Brasil, como Lula, Bolsonaro e Ciro, estão entre os
termos proibidos.

Há vetos
também a “Moro”, “Damares” “Doria”,
“ACM”, “Haddad”, “Dirceu”, “Calheiros”,
“Garotinho”, “Dilma”, “FHC”, “Collor”,
“Sarney” e “JK”. Termos como “comunista”,
“petista”, “tucano”, “mito” e
“bolsomito” fazem parte das palavras proibidas.

Na semana
passada, a fornecedora de materiais esportivos se juntou à marca de cerveja
Brahma para criar uma campanha com o objetivo de despolitizar a camisa verde e
amarela. Em vídeo divulgado nas redes sociais, as empresas afirmam que o
uniforme pode ser utilizado “independentemente das nossas diferenças fora
de campo”.

A camisa da
seleção é frequentemente associada aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro
(PL), por ser muito utilizada em atos favoráveis ao político. A peça
publicitária, que tem como um de seus garotos-propaganda o narrador Galvão
Bueno, da TV Globo, diz que a camisa “é sua, é minha, é de toda a nossa
torcida”.

Até a
publicação deste texto, a empresa não respondeu ao pedido da reportagem para
dar mais detalhes sobre sua política de vetos para a camisa da seleção
brasileira. A Nike não forneceu a lista completa de palavras que não podem ser
usadas na customização dos uniformes, que estão sendo vendidos a R$ 349,99.

As novas
camisas do time canarinho foram lançados o último dia 7. Com dois modelos, nas
tradicionais cores amarelo e azul, os uniformes, segundo a fornecedora, fazem
alusão à onça-pintada e à garra da nação.

O Mundial do
Qatar será disputado entre 20 de novembro e 18 de dezembro. O Brasil está no
Grupo G, ao lado de Sérvia, Suíça e Camarões.

A equipe do
técnico Tite vai estrear contra a Sérvia em 24 de novembro. Na sequência, no
dia 28, enfrentará a Suíça. Sua campanha na fase de grupos será encerrada no
dia 2 de dezembro, diante de Camarões.

O jogo que
marcará a abertura da Copa do Mundo será entre o anfitrião, o Qatar, e o
Equador, terceiro colocado nas Eliminatórias da América do Sul.

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