Marcelo recordou sonhos de garoto na véspera da estreia em mais um Mundial (foto: Pedro Martins/Mowa Press)

O capitão da Seleção Brasileira no primeiro jogo da Copa do Mundo de 2018 será um dos remanescentes da humilhante derrota por 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais do Mundial de quatro anos atrás. Dizendo-se à vontade para ostentar a braçadeira, o lateral esquerdo Marcelo espera usar até aquela experiência negativa a seu favor na missão de liderar a equipe nacional contra a Suíça, no domingo, na Arena Rostov.

“São coisas que acontecem no futebol”, minimizou Marcelo, quando questionado sobre o 7 a 1, neste sábado. “Está claro que eu queria que fosse de outra maneira, mas não tenho trauma. Se tivesse, não estaria mais jogando futebol. Teria largado tudo. Como sempre faço na minha vida, busco manter uma linha e traçar novos objetivos. A Copa do Mundo é um deles”, argumentou.


A conquista do Mundial, na verdade, é o maior deles para Marcelo. “Não me machucar é um objetivo, treinar sem dor é um objetivo, entender o padrão de jogo é um objetivo, trocar o padrão do clube para o da Seleção é outro, e por aí vai. A minha vida foi feita de desafios. Não levo nenhum trauma. Assim como as coisas boas não me sobem à cabeça, as derrotas e as falhas não me afetam”, discursou.

Marcelo tentará colocar o discurso em prática a partir deste fim de semana. O técnico Tite adota um rodízio de capitães no Brasil, e o lateral esquerdo foi o escolhido para vestir a tarja pela segunda vez sob o comando do treinador justamente na primeira rodada da Copa.

“Fui o terceiro capitão do Real Madrid com 24 anos. Com 26, virei o segundo. Gosto disso, sim. Posso passar a minha liderança para o grupo. Estou com 30 anos e me sinto capacitado para contribuir. Queiram ou não, com tanto tempo de futebol, passando por coisas boas ruins, você ganha experiência”, disse Marcelo, que tem o fracasso de 2014 como o ponto mais baixo da carreira.

O momento é outro. Sob a batuta de Tite, o Brasil resgatou a confiança de seus torcedores e chegou à Copa do Mundo como um dos grandes favoritos ao título. O técnico acumula 17 vitórias, três empates e apenas uma derrota (para a Argentina) à frente do Brasil, com 47 gols marcados e só cinco sofridos – desempenho bom o bastante para animar os seus atletas, do capitão aos menos experientes.

“Lá atrás, quando eu era criança, jogando bola na rua e na praia, pensava em um monte de coisas. Uma delas era vestir a camisa da Seleção Brasileira. Hoje, estou aqui e tenho a oportunidade de ser capitão. Não tem preço que pague isso”, sorriu Marcelo.

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Fonte: Gazeta Esportiva

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