A apresentação errática e apagada de sexta-feira, em Londrina, criou uma situação nova para o Remo e sua comissão técnica. Ficou evidente que, ao contrário do que bons jogos (contra Brusque, Ponte Preta e Cruzeiro) deram a entender, o time não está pronto para encarar a gangorra da Série B, um campeonato que fulmina previsões e favoritos a cada rodada.

Com exceção de Náutico e Coritiba, os times mais certinhos do campeonato, os demais vivem num perde-ganha incessante, raramente conseguindo emendar três ou quatro resultados positivos. O Remo de Felipe Conceição somou três vitórias consecutivas. Um feito e tanto para quem ensaiava ficar na rabeira da classificação.

Os nove pontos conquistados antes do jogo com o Londrina deram um fôlego novo ao time, que saiu da lanterna e se afastou da zona. Mas o revés no estádio do Café deixou claro que é necessário qualificar mais a equipe, variar o repertório e buscar alternativas para quando o jogo não encaixa.

Diante do lanterna da Série B, o Remo abusou de erros que pareciam ter ficado no passado recente. Não significa que Felipe perdeu a mão ou esgotou seus truques. Nada disso. Significa que a competição é árdua e alguns times oscilam, em função do cansaço excessivo ou de um dia ruim.

Ocorre que a falta de inspiração do meio-campo, aliada à lentidão nas tentativas de transição, mataram qualquer expectativa positiva para o jogo. Com cerca de 15 minutos já era evidente que o Remo teria imensas dificuldades para chegar ao gol. Victor Andrade, Felipe Gedoz, Flores e Dioguinho não se entendiam, erravam as triangulações.

Por sorte, o Londrina não fez gol no primeiro tempo. Vinícius andou pegando bolas que tinham endereço certo. Na etapa final, a pressão continuou, apesar das muitas limitações do mandante. Mas, quando o Londrina concedia espaços, o Remo não chegava. Arrastava-se em campo.


Felipe trocou peças, botou Wallace no lugar de Dioguinho, sem qualquer melhoria para o conjunto. Custou a botar Lucas Tocantins, o mais agudo atacante do elenco. Penso que, se Tocantins estiver em condições, deve ser titular ao lado de Victor Andrade. É mais agressivo e intenso que Dioguinho ou Wallace.

Mas os problemas foram bem além das más jornadas de peças importantes. Faltou organização e aproximação. A bola parecia queimar nos pés de todos, sem exceção. Aos 29’ veio o gol de Gegê, que podia ter ocorrido antes em bolas que Vinícius salvou.

O resultado foi justo – apesar de dois pênaltis que o notório Marcelo de Lima Henrique preferiu ignorar – e o Remo precisa se reconectar. Voltar ao ponto dos jogos bem executados e não permitir que um tropeço abale o projeto implantado por Felipe.

Diretoria e comissão técnica devem ter a consciência de que peças de reposição também fazem a diferença. Os reservas atuais não funcionam, alguns jogadores (Wallace, Dioguinho) precisam se reencontrar e Felipe deve olhar para mais gente que frequenta o banco em silêncio. Quarta-feira tem mais.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV. Participações da jornalista Mayara Almeida 9DOL) e deste escriba de Baião. Em análise, os jogos dos clubes paraenses nas Séries B, C e D. A edição é de Lourdes Cézar.

Em busca de afirmação, Papão desafia o Manaus

O PSC está na quinta colocação do grupo A da Série C. Já foi líder, desceu dois pontos e perdeu essa condição. O confronto desta tarde em Manaus pode recolocar o time no G4. Não é uma missão impossível, basta repetir a fórmula das vitórias obtidas fora de casa – Jacuipense, Floresta e Santa Cruz. Jogar bem fechado e subir nos momentos certos, aproveitando as chances que naturalmente aparecem.

Depois de frequentar a ponta da tabela, o Manaus sofreu uma queda de rendimento, em consequência das muitas alterações no time. Ao contrário do ano passado, o representante baré não conta com um ataque agudo, nem com laterais que apoiem com consistência.

Mas, apesar das carências, vai tentar pressionar o PSC desde os primeiros movimentos. Afinal, precisa vencer para se reaproximar da liderança. Caso possa resistir a essa investida inicial, o bicampeão paraense tem chances de inverter os papéis no jogo.

De certa maneira, os tropeços em casa permitem valorizar o comportamento do Papão como visitante. Conquistou 10 dos 12 pontos que tem sabendo explorar os pontos frágeis de seus adversários. Foi cirúrgico contra o Jacuipense, eficiente diante do Floresta e consciente frente ao Santa Cruz.

Os demais jogos do time de Vinícius Eutrópio não devem nem ser lembrados, tal a desordem tática mostrada dentro da Curuzu. Em muitos momentos, o PSC mostra-se inferior até à sofrível equipe do Campeonato Estadual – vitoriosa na final por capricho dos deuses e esforço de um atacante iluminado, Gabriel Barbosa.

Sem atacantes consolidados e com buracos na armação, Vinícius Eutrópio deve apostar nos contragolpes, utilizando para isso os rápidos Luan e Danrlei – isto se não optar pelo novato Tiago Santos. É jogo para voltar a vencer e confirmar a condição de melhor visitante do campeonato.

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