O Remo fazia uma atuação sofrível, com pinta de fiasco. Tomou um gol logo aos 12 minutos, não marcava direito e atacava de forma ainda mais desorganizada. Aceitava passivamente a pressão do Vitória e esteve perto de sofrer mais gols. No segundo tempo, porém, uma drástica mudança de atitude levou a uma vitória maiúscula, de virada, por 2 a 1.

A trilha do sucesso começou a se desenhar no intervalo, com a correção do posicionamento dos laterais e do meio-campo. A mudança de postura, determinada pelo técnico Felipe Conceição, fez o time sair da encolha e partir para ocupar o campo adversário.

O time iniciou a partida com uma novidade na defesa: o estreante Raimar na lateral esquerda, substituindo o titular Igor Fernandes, lesionado. No miolo, Marlon novamente improvisado ao lado de Rafael Jansen.

À frente dos defensores, três homens de marcação: Uchoa, Lucas Siqueira e Artur. Apesar disso, o meio-campo do Vitória, com Fernando Neto e Bruno Oliveira, manobrava à vontade, sem vigilância. Foi assim que os baianos envolveram o Remo e chegaram ao gol aos 12 minutos.

Marcinho, ex-remista, recebeu passe na esquerda, driblou Tiago Ennes com facilidade e bateu cruzado no canto esquerdo. O Vitória ainda teve duas excelentes chances para ampliar, com Bruno Oliveira e Davi. Vinícius apareceu com segurança, espalmando para escanteio nos dois lances.

Veio o 2º tempo e o Remo enfim começou a jogar. O time se transformou Pingo substituiu Tiago Ennes e deu mais segurança à defesa, mas a sacada de mestre de Felipe Conceição foi a troca de Uchoa por Marcos Jr.


Posicionado como segundo volante, Marcos Jr. passou a abastecer o ataque seguidamente. Com ele, o Remo recuperava bola e saía sempre com rapidez. Aos 16 minutos, Raimar entrou na área tabelando com Gedoz e a bola chegou a Rafinha, que cruzou para Marcos Jr. finalizar.

O Vitória, acuado pela nova postura agressiva do Remo, tentava se recompor. Aos 28’, uma bola resvalou na zaga e sobrou para Marcinho, que caiu após tentar driblar Vinícius. O árbitro deu o pênalti, mas o VAR anulou corretamente, pois o goleiro nem tocou no atacante.

Aos 43’, Marcos Jr. recebeu passe na intermediária e lançou para Tocantins que corria em direção à área. O goleiro Lucas Arcanjo e o zagueiro Wallace não interceptaram a bola e Tocantins só fez tocar para as redes. De novo, o árbitro anulou a jogada, mas o VAR validou acertadamente o gol.

Marcos Jr. foi o divisor de águas na partida. Antes dele, o Remo mal passava da linha de meio-campo. Com ele em campo, Gedoz, Rafinha e Mateus passaram a participar ativamente do jogo. Vinícius, Marlon e Raimar também se destacaram. O resultado garantiu a primeira vitória azulina no returno e a 11ª colocação na tabela.

Bola na Torre

O programa vai ao ar às 23h, na RBATV, com Giuseppe Tommaso na apresentação e participações de Diego Beckman (DOL) e deste escriba de Baião. Em pauta, a análise dos jogos de Remo, Castanhal e Paragominas e as projeções para Ferroviário x PSC. A edição é de Lourdes Cézar.

Fonseca tem dúvidas, alternativas e reforços

O PSC se prepara para encarar o Ferroviário, na segunda-feira à tarde, com várias dúvidas e boas possibilidades de revitalização do setor de meio-campo. Se Rildo e Marlon não têm retorno certo, o técnico Roberto Fonseca tem a contrapartida da volta do zagueiro Perema e do volante Ratinho, bem como a opção de utilizar os meias Fazendinha e José Aldo.

Outra possibilidade é a escalação de Danrlei no ataque, substituindo a Rafael Grampola, contundido. Laércio, que foi bem contra o Santa Cruz, também pode ser lembrado. Há, ainda, Tiago Santos, Luan e Robinho.

Em meio a essas incertezas, um ponto não se discute: a presença do meia Ruy, que se sobressaiu no último jogo e assegurou titularidade, depois de um longo período sob desconfianças generalizadas.

Fifa não avança com o projeto de Copa bienal

As duas maiores confederações de futebol não acataram o projeto de Copa do Mundo a cada dois anos. Conmebol e Uefa se posicionam contrariamente à ideia. A associação que congrega as principais ligas de clubes segue na mesma direção.

A elite do futebol deixa claro que não vê com bons olhos a proposta. Apesar da oposição dos mais fortes, a Fifa não precisa do apoio de europeus e sul-americanos para impor sua vontade. Caso seja colocada em votação, a Copa do Mundo bienal tende a ser aprovada.

Como se sabe, a Fifa controla eleitores da chamada periferia do futebol. Só a África concentra 56 votos, que votam maciçamente em favor do projeto. A Ásia segue a mesma toada. A Concacaf (que reúne as Américas do Norte, Central e Cariba) também sinaliza apoio à Fifa com seus 106 votos.

O problema é que dificilmente a Fifa ousaria impor o projeto sem o endosso de Europa e América do Sul. Não seria bom negócio bater de frente também com patrocinadores de longa data. O risco de matar a galinha dos ovos de ouro é real e não pode ser subestimado.

A adesão das demais confederações segue a lógica do pragmatismo: com mais Copas no calendário cresce a rotatividade entre os continentes, o que amplia a quantidade de sedes – e de gastança.

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