A Jovem Pan pagou no último mês de outubro uma indenização de R$ 20 mil e encerrou um processo que era movido pelo Flamengo contra a emissora. O caso se arrastava desde 2019, e a Justiça deu ganho de causa para o clube carioca.
A reportagem teve acesso à condenação e ao comprovante de quitação, apresentado em juízo. O caso corria na 3ª Câmara Cível do Rio de Janeiro. O valor foi depositado após o pedido de execução do time rubro-negro.
Na época dos fatos, a diretoria do Flamengo se revoltou com uma fala do jornalista Rodrigo Viga, repórter da Jovem Pan no Rio de Janeiro. A acusação ocorreu num período em que o clube voltou a investir massivamente no futebol após anos de economia para pagar dívidas.
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No programa Esporte em Discussão, em maio de 2019, Viga afirmou que o clube tinha um esquema de lavagem dedinheiro para macular os seus dados contábeis, e isso faria o time conseguir investir alto na modalidade.
“O valor nunca e real. Se falam que e 40, não e 40, e 30. Eu já disse isso aqui uma vez nos microfones da Jovem Pan. Montaram um fundo, desde a época do Bandeira de Mello, que funcionava da seguinte forma: um fundo paralelo, que não era registrado pelo Banco Central, se você quisesse ser cotista desse fundo, botava R$ 500 mil, depois botava R$ 1 milhão, depois botava R$ 1,5 milhão”, disse ele.
“Agora, você coloca dinheiro em um fundo, você espera retirada, espera ter o retorno desse dinheiro no horizonte de seis meses, 12 meses. E isso não aparece no balanço contábil do Flamengo. Então, por isso, os números do Flamengo são inflacionados. Mas pode ter certeza, eu garanto, nunca condizem com a realidade”, prosseguiu.
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A ação foi protocolada pelo vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, após o vídeo viralizar nas redes sociais e torcedores ficarem indignados.
O Flamengo pedia R$ 60 mil por danos morais à instituição, mas a juíza Renata Silvares França, que apreciou o caso, determinou um valor menor, de R$ 20 mil.
“Embora se reconheça a impossibilidade de os profissionais de imprensa divulgarem apenas informações cuja veracidade esteja comprovada, o que inviabilizaria a atividade jornalística, mostra-se imprescindível a verossimilhança dos fatos narrados, embasada, ao menos, em indícios demonstráveis”, afirmou a magistrada. “Em especial quando se tratar de acusações extremamente graves como as que ensejaram a presente demanda.”
A Jovem Pan recorreu da decisão e pediu um recurso especial, mas não houve sucesso. Com isso, não restou outra alternativa que não fosse pagar o valor determinado para o Flamengo.
O caso foi arquivado no início desta semana após a conclusão do trâmite de pagamento no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).