Em um cenário no qual o futebol se torna cada vez mais competitivo e globalizado, o papel do diretor técnico ganha uma importância estratégica sem precedentes. Esse profissional não apenas gerencia o planejamento e a execução de projetos esportivos, mas também atua como um elo entre as diferentes áreas do clube, garantindo que o desenvolvimento técnico, tático e estrutural esteja alinhado com os objetivos a longo prazo. Seja na captação de talentos, na integração entre base e profissional ou na definição de um estilo de jogo que represente a identidade do clube, o diretor técnico emerge como uma peça-chave para transformar potencial em conquistas concretas.

Ciente da importância desse cargo, o novo presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o BAP, já traçou uma de suas primeiras prioridades: trazer um diretor de peso para o departamento de futebol. Entre os nomes cogitados, o plano A é José Boto, um português que construiu uma carreira sólida na Europa e tem forte ligação com o mercado brasileiro. Procurado pela ESPN, Boto manteve a discrição sobre as negociações. “Não posso me manifestar no momento”, afirmou. Atualmente, ele está vinculado ao Osijek, da Croácia, com contrato válido até dezembro de 2026.

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ESPECIALISTA EM FUTEBOL SUL-AMERICANO

Embora nunca tenha trabalhado no Brasil ou em qualquer outro país da América do Sul, o dirigente sempre teve o futebol sul-americano no radar, sendo responsável por levar diversos talentos para o futebol europeu. Com passagem de destaque pelo Benfica, ele foi peça-chave na descoberta de jogadores como David Luiz, Ramires e Ángel Di María, além de ter facilitado a transição de jovens portugueses como João Cancelo e Bernardo Silva para o estrelato.

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FÃ DE JOGADORES BRASILEIROS

Em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN, em 2020, Boto destacou a qualidade técnica dos atletas brasileiros. “O jogador brasileiro é muito completo, no ponto de vista técnico, de intuição… Acho que é um jogador que entende perfeitamente o jogo e aquilo que precisa fazer no jogo”, declarou. Ele também ressaltou que a principal dificuldade dos jogadores brasileiros na Europa está na adaptação à intensidade do futebol local. “Intensidade não é correr muito, é a velocidade que se joga e a velocidade que se tem para pensar.”

Agora, José Boto pode ter a chance de aplicar seu conhecimento no próprio país dos talentos que tanto admira. As conversas com o Flamengo estão em andamento, e a expectativa é de que o martelo seja batido em breve. A chegada do português promete ser o primeiro passo de uma reformulação profunda no clube carioca.

CARREIRA CONSOLIDADA NA EUROPA

José Boto, de 58 anos, consolidou-se como um dos dirigentes portugueses mais respeitados na Europa, com uma trajetória marcada por conquistas e a identificação de talentos promissores. No Benfica, onde atuou como chefe de scouts entre 2010 e 2018, Boto foi essencial na descoberta de jogadores que se tornaram estrelas internacionais, como Axel Witsel, Nemanja Matic, Victor Lindelof, Jan Oblak e Luka Jovic. Durante esse período, trabalhou ao lado de Jorge Jesus, técnico que mais tarde escreveria seu nome na história do Flamengo.

Depois de 10 anos no Benfica, Boto continuou sua trajetória no Shakhtar Donetsk, onde integrou uma gestão vitoriosa entre 2018 e 2021, com duas conquistas do campeonato nacional. Período no qual também manteve o olhar atento para a América do Sul. Durante sua gestão na Ucrânia, foi responsável por contratações de jovens promessas como Marcos Antônio e Mateus Tetê, ambos identificados antes de estrearem no futebol profissional no Brasil. Seu primeiro trabalho como diretor esportivo aconteceu no PAOK, da Grécia, onde permaneceu por dois anos e meio e sagrou-se campeão nacional. Desde janeiro de 2024, está no comando do Osijek, da Croácia, onde possui contrato até junho de 2026.

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