Não são apenas as torcedoras que estão expostas à violência de gênero nas arquibancadas. Casos de machismo, assédio,
importunação sexual e outros tipos de violência contra as mulheres não são raros entre as jornalistas paraenses que trabalham na cobertura de partidas de futebol. Dentro e fora dos gramados e até mesmo nas redes
sociais, essas situações desagradáveis acontecem há muito tempo.

A apresentadora do programa Camisa 13 da RBATV,
Paula Marrocos, que na última segunda-feira (27) mediou o debate “A Inclusão Feminina no Futebol”, realizado pelo Troféu Camisa 13, também já precisou enfrentar alguns casos de importunação
durante o exercício da profissão. Segundo ela, inclusive, esse tipo de conduta
inadequada é percebida não apenas no contato físico.

LEIA TAMBÉM:

Troféu Camisa 13 debate a presença femina nofutebol

Re-Pa: torcedor é preso após tentar beijar mulher à força 

“Tem sempre aquele cara que se acha o
‘engraçadinho’ da galera. Fala coisas de cunho sexual em tom de ‘zoação’, para
ganhar algum tipo de destaque entre os amigos, ou algo do tipo”, observa.

   










|














Texto Auxiliar:
Alinhamento Texto Auxiliar:
Link Externo:
Alinhar à esquerda:
Alinhar à direita:
Alinhar ao centro:
Fullscreen:
Fullscreen Exit:
Conteúdo Sensível:


  

A jornalista conta que já viveu situações que a deixaram incomodada. No entanto, sempre procurou reagir de modo a não permitir que o potencial agressor a deixasse intimidada ou que se sentisse no comando da situação.

“Já ouvi muitas piadinhas machistas. Mas, nenhuma delas
me intimidou e nem intimida. Sou de cortar pela raiz esse tipo de atitude. Não
tolero. ‘Brigo’ para que minhas colegas de trabalho e qualquer outra mulher
tenham o respeito que merecem”, ressalta a apresentadora. “Eu sempre tive muito
o apoio do meu pai que é do meio esportivo também. Isso de certa forma, me deu
base e principalmente força para ignorar comentários machistas e sexistas”,
acrescenta.

Paula Marrocos revela, ao lembrar de um episódio
específico, que usa algumas estratégias para tentar inibir o avanço de
pretensos assediadores durante o exercício da profissão.

“Um determinado dia, estava uma colega de trabalho
e eu, subindo a rampa do Mangueirão. Iríamos trabalhar na cobertura do jogo,
quando um senhor parou e ficou nos encarando, dos pés à cabeça e jogando esse
tipo de piada. Não pensei duas vezes e cheguei a indagá-lo se ele tinha perdido
algo, porque eu estava incomodada com aquela ação. Ele ainda teve a audácia de
dizer que eu ‘deveria fazer meu trabalho tranquila’. Eu retruquei com um:
‘estou tentando, se o senhor colaborar, eu consigo’. Então, ele saiu de
fininho”, destalha, aos risos.

Para a apresentadora, qualquer tipo de abordagem de
cunho sexual a uma mulher, independentemente da ocasião e do local, é uma
situação revoltante que precisa ser confrontada e reprimida pelas autoridades
policiais. Por essa razão, ela vê como muito positiva a campanha realizada
pelos órgãos de segurança pública contra a importunação sexual nos estádios.

“Considero essa campanha como algo fundamental.
Esse cenário, infelizmente ainda é uma realidade nas nossas praças esportivas
e, com isso, é necessária essa ação mais ostensiva das forças de segurança para
que todos entendam que as ‘brincadeiras’, na verdade, são crimes e devem ser
sim repreendidos”, enfatiza Paula Marrocos.

INICIATIVA “DEIXA ELA TRABALHAR”

Recentes casos de importunação sexual e até agressões verbais e físicas contra jornalistas esportivas brasileiras evidenciam o machismo generalizado que essas profissionais enfrentam no desempenho de seu trabalho.

 











|













Texto Auxiliar:
Alinhamento Texto Auxiliar:
Link Externo:
Alinhar à esquerda:
Alinhar à direita:
Alinhar ao centro:
Fullscreen:
Fullscreen Exit:
Conteúdo Sensível:



 

Um caso emblemático foi o que resultou na prisão do rubro negro Marcelo Benevides Silva, acusado de ter assediado a repórter da ESPN Brasil, Jéssica Dias, no momento em que ela fazia uma entrada ao vivo em um programa de televisão nos portões do Maracanã, no dia 7 de setembro de 2022.

Nas imagens, registradas algumas horas antes da partida entre Flamengo e Vélez Sarsfield, pela semifinal da Copa Libertadores, é possível ver o momento no qual o flamenguista beijou o rosto da repórter sem o consentimento dela. Uma conduta que por si só já pode ser enquadrada como crime de importunação sexual, graças à aprovação da Lei Federal nº 13.718, em 2018. No entanto, em seu depoimento à Polícia Civil, a jornalista revelou que havia sido importunada pelo torcedor desde a chegada ao estádio e que o beijo foi apenas uma das ações do agressor,

Na época, a situação gerou indignação nas profissionais do jornalismo esportivo, como a apresentadora do programa Jogo Aberto, da Band, que se manifestou sobre o caso ao vivo: 

Um episódio semelhante motivou a criação da campanha #DeixaElaTrabalhar, lançada em 2018, por um coletivo brasileiro que classifica a iniciativa como “um manifesto de jornalistas esportivos contra o assédio e a diferenciação nos estádios, no trabalho e nas relações sociais”.

O caso que está na origem dessa campanha envolveu a repórter Bruna Dealtry, que assim como nos caso de Jéssica Dias foi beijada e assediada por torcedores durante uma transmissão ao vivo na cobertura de uma partida de futebol no Rio de Janeiro.

 











|













Texto Auxiliar:
Alinhamento Texto Auxiliar:
Link Externo:
Alinhar à esquerda:
Alinhar à direita:
Alinhar ao centro:
Fullscreen:
Fullscreen Exit:
Conteúdo Sensível:



 

VEJA MAIS:

Read More

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui