Nas penalidades, Caique e Nicolas não conseguiram converter. A cobrança de Caique foi muito questionada e considerada “esquisita” pelos torcedores do Papão, pois ele tomou uma longa distância e foi andando lentamente para bola até desperdiçar a chance do Paysandu conquistar o tricampeonato da Copa Verde..Pelo Cuiabá, o chute de Ednei foi defendido. “Não sei o que o Paysandu fez para sofrer desse jeito. Eu gostaria de entender isso ai. O que nós fizemos para não merecer? O ano poderia ser tão vitorioso, o Paysandu não merece passar por isso”, lamentou o bicolor Tiago Luis.
“Tivemos o jogo totalmente sob o nosso controle. Na única bola no nosso gol eles fizeram o gol”, exagerou Dos Anjos. O treinador ressaltou que o Papão teve chance de assegurar o título ainda nos 90 minutos, mas, além de perder algumas boas chances de gol, também não soube segurar o empate, resultado que garantia a conquista, levando em conta a vitória bicolor no jogo de ida, na Arena Pantanal, por 1 a 0. “Tivemos chances de ‘matar’ o jogo”, afirmou.
De acordo com o treinador, a presença do lateral-esquerdo Paulinho na área do Lobo e, consequentemente, o gol do defensor não foi algo surpreendente para ele e nem deveria ser para seus comandados. “O jogador que fez o gol (Paulinho) é um lateral, mas é um jogador com um bom aproveitamento. Discutimos muito isso, colocamos isso dentro do nosso trabalho”, contou. O comandante alviazul recordou a eliminação de sua equipe na Série C do Brasileiro, ocorrida também na reta final da partida fora de Belém.
“Passamos por um processo que não é legal. Precisamos fazer revisões gerais porque você não pode em duas competições sair nos últimos 20 segundos”, disse. “Lá (em Recife, contra o Náutico-PE, pela Série C) tivemos o problema da arbitragem e aqui não. O juiz apitou uma falta normal. Nós poderíamos ter quebrado mais a concentração do jogador que ia bater e não quebramos”, lamentou Dos Anjos. “Não era uma bola complicada para marcar”, arrematou.
Dois penais perdidos e vários lamentos
O volante Caíque Oliveira teve tudo para dar a alegria que a Fiel tanto esperava ter, ontem à noite, no Mangueirão. Mas, o meio-campista, em sua cobrança nos tiros livres da marca do pênalti, acabou desperdiçando o lance, quando o Papão precisava apenas desse gol para levantar o título. A cobrança do jogador foi considerada ridícula pelos torcedores. O desastre acabou sendo completado pela bola na trave executada pelo atacante Nicolas já na segunda etapa das cobranças dos penais.
No final da decisão, cabisbaixos, os jogadores bicolores, ainda em campo, tentavam encontrar uma justificativa para a dupla derrota para o Cuiabá-MT. O atacante Elielton, por exemplo, afirmava não saber o que havia acontecido com o time. “Não dá para entender. Francamente. Nosso time mandou em campo e, no final, acabamos sofrendo o gol que levou a decisão para os pênaltis, na qual também não fomos felizes”, disse. “Só nos resta agora pedir desculpas ao torcedor, que fez a sua parte e, ao mesmo tempo, parabenizá-los por terem comparecido”, finalizou.
O zagueiro Perema, bastante abatido, se queixava na saída de campo pelo título perdido. “Lamento muito. É triste, mas, infelizmente, esse tipo de coisa faz parte do futebol. A gente queria muito estar comemorando esse título, mas não deu”, disse o defensor, garantindo que não faltou maturidade ao time bicolor. “Acho que não faltou malandragem. O que faltou foi um pouco mais de concentração”, analisou Perema, garantindo que a participação do time na temporada, mesmo sem que o grupo tenha ganhado alguma coisa, deixou alguma coisa de positivo. “Fica o espírito de família que conseguimos construir”, alegou.
(Nildo Lima / Diário do Pará)