O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), recuou nesta quinta (20) em homologar a concessão do Maracanã para a Lagardère.
Em nota, a Secretaria da Casa Civil informou que “o governo do Estado avalia todas as alternativas existentes quanto ao uso e gestão do equipamento, sempre observadas condicionantes legais aplicáveis e o atual estágio do contrato de concessão em vigor”.
Há duas semanas, a Lagardére e a Odebrecht assinaram um memorando de entendimento, que definiu todos os detalhes do acordo.
Desde segunda (17), executivos das partes trabalham no estádio para viabilizar financeiramente o negócio.
A mudança de rumo se deve ao fato de o governo achar arriscado manter o contrato atual, vencido pela Odebrecht em 2013.
Nesta quarta (19), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) se tornou réu no sétimo processo criminal decorrente da Operação Lava Jato. Ele foi acusado, com outras 19 pessoas, de organizar um cartel na licitação de obras do Maracanã e de reurbanização de favelas. As obras acabaram com um sobrepreço de cerca de R$ 700 milhões.
A base da denúncia é a delação de executivos da Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia, e auditorias do TCU (Tribunal de Contas da União) e da CGU (Controladoria Geral da União).
Com a obra, que também foi feita pela Odebrecht, contestada na Justiça, o governo se prepara para realizar uma nova licitação.
Em 2013, a Odebrecht junto com a AEG e a IMX, de Eike Batista, venceram a licitação para administrar o estádio por 35 anos.
O consórcio ofereceu R$ 5,5 milhões por ano como outorga para exploração do estádio. A empresa nunca pagou essa quantia.
Na época, a Lagardère ficou em segundo lugar na disputa. A empresa estava associada com a OAS e a Amsterdan Arena.
(FolhaPress)