Com os anúncios de contratações para a próxima temporada, o Clube do Remo já está com uma posição fechada para 2018, a de goleiro, com três atletas. Portanto, a partir do dia 4 de dezembro, quando inicia a pré-temporada azulina, a briga pela camisa 1 do Leão promete ser forte. Em virtude da boa campanha que fez na Série C, em tese, Vinícius deverá ser o titular. Dessa forma, Douglas Dias e Evandro Gigante brigarão pela opção imediata na reserva da defesa remista.
Contudo, o retrospecto com os valores do Estado acaba sendo prejudicial para Evandro, uma vez que jogadores importados quase sempre ganham mais oportunidades em campo. Sendo assim, a probabilidade de acabar como terceiro goleiro é grande. Por outro lado, com a entrada de um novo ano, Evandro acredita que sua vez irá chegar.
De acordo com Evandro, que é natural de Belém, mesmo com a concorrência, o começo das atividades visando à próxima temporada tem tudo para ser positivo. “Desde a saída do time da Série C, o Remo passou por uma reciclagem. São diretores e técnico novo. Por isso, acredito que posso brigar pela titularidade”, afirma. “É claro, por ter feito uma temporada muito boa, o Vinicius, que é um grande goleiro, se enquadra em outro patamar, por isso o favoritismo. Mas são os treinos que dirão quem irá atuar. Decidi permanecer no Remo porque tenho um objetivo muito forte comigo, que é de representar esse clube bem. E vou brigar em todos os momentos pra garantir a titularidade”, avisa o Gigante.
DESTAQUE
Evandro é um dos poucos valores do Estado atuando na função que vem ganhando destaque. Conquistando o título da Segundinha do ano passado com o Pinheirense, e realizando um bom Estadual esse ano com o Independente de Tucuruí, o arqueiro diz estar na sua melhor fase. “Preciso apenas de uma chance. Sei que vai ser difícil, pois são profissionais qualificados que a equipe trouxe. Mas acredito no meu potencial e vou demonstrar isso nos treinos. Hoje, mais maduro, estou preparado para defender o Remo durante todo o ano, se for preciso”, acrescenta.
Gigante tem tem as bênçãos do Nego Gato (Foto: Mauro Ângelo)
Ivair, o Nego Gato, vê em Gigante a mesma situação que passou quando defendia o Leão
Mesmo sabendo que o caminho em busca da titularidade não será fácil, Evandro Gigante tem todos os artifícios para acreditar que pode ocupar a camisa 1 do Clube do Remo. Pois, na própria história da equipe, existe um caso bastante similar com o qual vive hoje o atleta. Na década de 1990, Ivair Moraes de Rosário, o Nego Gato, durante muito tempo foi 3° goleiro do Mais Querido, antes de se tornar xodó da torcida.
De acordo com Ivair, Evandro basicamente repete o mesmo roteiro que aconteceu com ele, sendo muitas vezes preterido por goleiros que chegavam de outras praças já como titular. “Eu conheço o futebol do Gigante e acredito muito no potencial dele. Quando cheguei ao Remo em 1990, disputei vaga com o Wagner; Luis Carlos, Samuel, Paulo Victor e Clemer. Mas nunca desisti. O trabalho duro supera qualquer dificuldade, ainda mais para mim que era negro, da cidade, e vindo de um bairro pobre. Ele pode chegar longe, basta treinar em dobro que as próprias conquistas aparecerão”, orienta.
EXPERIÊNCIA
Ivair rodou por diversas equipes do Pará, como o Marituba; Sport Belém; Vênus e Castanhal, antes de se tornar titular do Mais Querido, já no começo dos anos 2000. Mas, de acordo com o Nego Gato, tudo acontece no seu tempo. “Ficava triste por querer mais espaço no Remo. É um time que sou apaixonado e não poder atuar era triste. Mas tudo tem o seu tempo para acontecer, tanto que voltei em 2000 e disputei a Copa João Havelange, Série B, fui campeão Paraense. uma dica que repasso ao Evandro é essa: que ele se esforce e não perca a fé, porque uma hora o momento dele vai chegar”. Destaca o veterano, hoje, com 49 anos.
Para Evandro, os conselhos repassados por um dos maiores atletas do Leão, são mais do que bem-vindos. “Fico muito contente pelas palavras, sem dúvida é uma motivação a mais”, frisa o atual goleiro remista.
Vontade de fazer história no Leão não falta…
Desde que chegou ao Remo, o desejo de Evandro sempre foi poder atuar. Por isso, mesmo não jogando em nenhuma partida como titular, os objetivos do Leão Azul para a próxima temporada fizeram com que o arqueiro rejeitasse propostas de outras equipes. Segundo o próprio goleiro, clubes do eixo Rio-São Paulo entraram em contato, assim como uma equipe da Angola. Essa última, inclusive, foi bem tentadora, mas o fato de poder fazer história na sua cidade, sobretudo com a camisa do Remo, foram os motivos pela permanência, assegura. De acordo com Evandro, em 2007, quando teve uma breve passagem com a camisa azulina, sentiu que um dia seria um diferencial para o Remo. “Em 2007 vivi algo bem parecido também. Cheguei ao Remo, mas na época o time tinha o Danrlei, Weverton e, como era novo, não tive espaço. Agora, experiente, é diferente. O Remo é muito grande para ficar à mercê de atleta de fora. Nada contra os companheiros que estão chegando, mas vou provar que aqui temos jogadores qualificados. Vou honrar essa camisa, se me derem chance, os torcedores e os cronistas podem acreditar nisso”, promete.
(Matheus Miranda/Diário do Pará)