Rádio Clube do Pará

Gerson Nogueira: Situação do futebol feminino no Pará é preocupante

Futebol feminino pede socorro

Um documento encaminhado por Aline Costa, técnica campeã e grande baluarte do futebolF feminino no Pará, está sendo encaminhado às autoridades do Estado descrevendo a difícil situação da categoria, com atletas passando muitas necessidades após a paralisação de competições determinadas pela CBF. Em meio à quarentena, as atletas e profissionais da modalidade enfrentam dificuldades, sem ter a quem recorrer.

“Como é público e notório, estamos vivenciando uma calamidade pública reconhecido pelo Governo Federal e, com isto, os governos estaduais intensificaram, nas últimas semanas, os mecanismos de controle e combate ao avanço da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), através de medidas que variam desde recomendações de higiene e regime de quarentena a população até a paralisação compulsória de atividades econômicas, comerciais, culturais e esportivas, consideradas não essenciais.

(…) Vários Estados da Federação também decretaram estado de calamidade pública por meio de decretos, a exemplo, o necessário Decreto 609/03 do Governo do Estado do Pará. A partir do decreto governamental, a Federação Paraense de Futebol (FPF), tendo a justificativa louvável de manter a saúde da coletividade, evitando aglomerações, e em atenção ao pedido dos clubes que visavam proteger suas atletas, determinou a paralisação dos campeonatos de futebol feminino promovidos pela entidade, paralisação esta, por período indeterminado”, diz o documento.

“Apesar de justificada, do ponto de vista da saúde da coletividade, a paralisação das atividades esportivas, teve como efeito prático a total descapitalização dos clubes de futebol por todo o Estado do Pará, com as medidas severas de austeridade financeira e fechamento de todo comércio, naturalmente, uma onda de inadimplência também se abateu sobre aos colaboradores e patrocinadores do futebol feminino. Mediante a esse cenário nefasto que abalou toda a humanidade, os clubes de futebol feminino do Estado encontram-se sem ter como arcar com o pagamento de seus planteis, equipe técnica e funcionários, visto que sobrevivem da paixão de abnegados, que, neste momento, também estão sendo penalizados com o desemprego, redução salarial e impossibilidades de realizar atividades remuneradas”.

As entidades que subscrevem o comunicado finalizam solicitando ao governo do Estado “estudar a possibilidade de nos conceder, um aporte emergencial financeiro, para que possamos manter erguidas nossas estruturas de futebol feminino, e não corramos o risco de encerrarmos as atividades em um dramático fim, fruto de uma situação jamais imaginada e vivida por estas gerações”.

Assinam o documento as diretorias das seguintes equipes: Associação Atlética Cabanos, Associação Esmac Ananindeua, Bragantino, Paysandu, Clube do Remo, Pinheirense, Tapajós e Tiradentes.

A despedida de um ilustre e nostálgico azulino

O azulino Francisco Melo nos deixou ontem, depois de duro embate com uma fibrose pulmonar que o maltratava há tempos. Minhas recordações dele vêm das conversas descontraídas em sua sala sempre ao final do expediente, quando futebol e política regional eram temas preferenciais dos causos e reminiscências. Chico foi um dos grandes incentivadores do projeto “Bola”, idealizado por Jader Filho e Guilherme Barra, e que lançamos em junho de 1998.

Com a sabedoria própria dos homens simples, Chico era um saudosista consciente dos desafios que a era moderna impôs ao futebol local. Calejado pelas seguidas frustrações causadas pelo Leão, animou-se um pouco em 2018 e 2019 com as campanhas na Série C, mas logo caiu na real.

Nos últimos tempos, já não tinha paciência (nem saúde) para ir a campo, como fez ao longo da vida. Foi um colaborador discreto do Remo, contribuindo sempre que era procurado pelos dirigentes em momentos de aperreio.

Tentou ajudar a viabilizar a construção de arquibancada metálica quando o Baenão só dependia dessa área para voltar a funcionar, há quatro anos. Desistiu quando viu que a politicagem interna dominava as discussões.

Trocávamos mensagens regulares pelo WhatsApp. Enviava a coluna a ele na madruga. Sempre tecia comentários pontuais. Depois da fatídica surra diante do Brusque, pela Copa do Brasil, foi amargo:

“Estou tão desesperançado com o Remo que nem lembrei do jogo. Soube agora lendo a tua coluna… Parece que estamos destinados a virar um Nacional de Manaus, uma Tuna, um América de Minas e outros decadentes. O neto do Ramiro Bentes (Fábio, presidente do Remo) vem tentando não entrar nessa tendência mas parece que o destino é implacável, estamos caindo há mais de 10 anos. Meu sentimento clubístico chora”.

Católico fervoroso, Chico era afetuoso com os amigos e generoso com funcionários, principalmente os mais humildes. Jamais se omitia e era prático na resolução de problemas. Deixa saudades.

Neymar, único brasileiro no Top 20 de maiores salários

A Covid-19 aterroriza o mundo, mas em determinadas esferas a preocupação é outra. O futebol, impactado fortemente pela pandemia, mantém nichos privilegiados que continuam a tocar a vida como se não houvesse crise. É o caso do sheik que controla o Paris Saint-Germain, prestes a apresentar polpuda proposta de renovação de contrato a Neymar.

A duração do novo acordo iria até 2025, com expressivo aumento de salário, capaz de deixar o atacante brasileiro na liderança do ranking dos mais bem pagos do futebol mundial.

Hoje, segundo o ranking atualizado da revista ‘France Football’, Neymar segue em terceiro lugar, com ganhos de R$ 394,9 milhões anuais. O segundo é Cristiano Ronaldo (Juventus), que fatura R$ 487,7 milhões. O campeoníssimo é Lionel Messi (Barcelona), com R$ 561 milhões anuais.

E, confirmando o fato de que o Brasil vive uma estiagem de jogadores protagonistas a nível internacional, apenas Neymar está no ranking dos maiores salários. Nenhum outro brasileiro aparece entre os 20 nomes do levantamento da France Football.

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