A novidade de última hora no Remo, como possível alternativa para o decorrer do jogo em Erechim (RS), é o atacante Wallace, que ainda não atuou na fase de grupos em função de uma contusão grave. Com ele, o setor esquerdo pode readquirir a força que apresentava na fase de classificação, com a participação do lateral-esquerdo Marlon.
No desenho atual, o time conta com Tcharlles atuando pela esquerda e Hélio Borges na direita em parceria com Ricardo Luz. A importância do retorno de Wallace está na recomposição de um dos trunfos de Paulo Bonamigo desde que chegou ao Evandro Almeida.
Com Hélio e Wallace bem abertos, revezando-se com Luz e Marlon nas subidas ao ataque e às vezes até agredindo ao mesmo tempo, o Remo é sempre mais forte. Chega com quantidade e qualidade às proximidades da área inimiga, criando várias opções tanto para cruzamentos quanto para triangulações e infiltrações pelos lados.
Funcionou tão bem na fase aguda do período de classificação que a dúvida no setor ofensivo era apenas quanto ao camisa 9. No momento, a função já tem um titular inquestionável, Salatiel, o que deve tornar ainda mais poderoso o tridente ofensivo.
Para o confronto com o Ypiranga, hoje à noite, Wallace talvez só entre no segundo tempo. O setor de ataque terá a mesma formação dos últimos jogos, com Hélio, Salatiel e Tcharlles, que tem sido a peça menos produtiva da equipe, juntamente com Felipe Gedoz.
O meia, por sinal, deve ser mantido como titular, pois Eduardo Ramos não reúne ainda condições plenas de atuar nos dois tempos. Gedoz, depois do jogo com o Ypiranga no Mangueirão, teria reclamado do posicionamento que tem sido obrigado a cumprir.
Pode ser que não esteja ocupando a faixa mais adequada, mas até agora não foi bem fixo no meio, recuado ou avançado, como na partida contra o Londrina. É preciso que, urgentemente, encontre um lugar para jogar, sob pena de ser deixado de lado por força da necessidade.
Na parte defensiva, que deve ser bastante exigida hoje, o Remo continua a ter o melhor rendimento de toda a Série C, com a dupla Rafael Jansen-Mimica cumprindo jornadas satisfatórias desde que foi efetivada como titular.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir de 23h30, na RBATV, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em pauta, o jogo do Remo contra o Ypiranga e as projeções para o confronto entre PSC e Londrina. Sorteios e participação do telespectador. A direção é de Toninho Costa.
Papão consolida esquema para pontuar no Paraná
Os maiores méritos de João Brigatti ao reassumir o PSC foi dar segurança ao setor de defesa e definir os titulares do ataque. Sim, até a fase Mateus Costa, o time apresentava sérios problemas de instabilidade defensiva e uma ausência de clareza quanto às opções do ataque. Graças a essas providências básicas, foi possível empreender a impressionante campanha de recuperação que levou a equipe à segunda fase da Série C.
Na defesa, a situação foi prontamente sanada com um posicionamento mais conservador dos zagueiros Perema e Micael. Atrapalhados no começo da competição, quando Hélio dos Anjos resolveu jogar no esquema adotado por técnicos europeus, como Pep Guardiola e Jorge Jesus, a dupla padeceu ainda durante a passagem de Mateus Costa e só veio a se estabilizar com Brigatti.
O ataque sofreu seu maior abalo quando Vinícius Leite se transferiu para o Avaí, após duas temporadas na Curuzu. Quebrava-se a parceria extremamente produtiva entre Nicolas e Vinícius, responsável pela maioria dos gols e jogadas agudas da equipe.
Apesar das preocupações, a chegada de Marlon e Vítor Feijão serviu para compensar à altura a perda de Vinícius, no início de dezembro. Em pouquíssimo tempo, Brigatti encontrou a formação ofensiva ideal, com Nicolas centralizado definitivamente como centroavante tendo Marlon e Vítor como extremas.
Neste cenário, a equipe mostra-se consolidada taticamente, praticando um jogo de marcação no meio-campo quando a bola está com o adversário e um sistema eficiente de aproximação com os atacantes, sempre explorando as subidas dos laterais Tony e Bruno Collaço. É, ao que parece, a forma que o técnico elaborou para compensar a falta de um jogador de criação para organizar a transição ofensiva.
O confronto com o Londrina, amanhã, vai pôr à prova a funcionalidade do esquema que até agora vem funcionando bem, afinal garantiu a classificação e permitiu que o PSC realize boa campanha na fase de grupos, com duas vitórias em três jogos.
O lado desafiador da partida em Londrina é que pela primeira vez nesta fase o Papão sai de casa para enfrentar um adversário direto, com a responsabilidade de não perder. Pela movimentação da semana, Brigatti deve manter o esquema de três atacantes, com dois volantes (PH e Wellington) e um meia, Juninho.
Como alternativas para modificar a equipe no decorrer do jogo, Brigatti tem Uilliam Barros, Elielton e o “herói” Mateus Anderson para o ataque, Luiz Felipe e Alex Maranhão para o meio. Sem Uchôa, lesionado, a marcação ficará com PH e Wellington, setor que apresentou falhas diante do Londrina, em Belém.
A partida será, presumivelmente, de forte pressão do Londrina, que busca uma vitória para assumir a segunda posição no grupo D. Ao Papão, cabe se proteger no setor defensivo e explorar bem o contra-ataque.