O empate de 0 a 0 entre Corinthians e Flamengo, em jogo ocorrido na quarta-feira (12) em Itaquera e válido pela ida da final da Copa do Brasil, ficou marcado por uma polêmica de arbitragem.

Aos 36 minutos do 2° tempo, após um cruzamento de Mateus Vital, jogadores e torcedores do time mandante reclamaram de um possível pênalti por toque de mão do zagueiro Léo Pereira, da equipe carioca – ele marcava o atacante Yuri Alberto.

Imediatamente, o árbitro Bráulio da Silva Machado, que estava bem posicionado diante do lance, mandou a partida seguir.

Segundos depois, com a bola fora das quatro linhas após corte de Balbuena, o juiz manteve sua decisão após ouvir uma rápida mensagem de Rodrigo D’Alonso Ferreira, que atuou como VAR.

Responsável pelos comentários de arbitragem da TV Globo, Sálvio Spinola concordou com a decisão de Bráulio pelo fato de Léo Pereira fazer um “movimento natural” -mesmo tocando com o braço na bola.

Já Sandro Meira Ricci, que participou da transmissão do SporTV, classificou a jogada como pênalti e explicou que o braço em questão “não serve como referência” diante do posicionamento do flamenguista.


O UOL Esporte ouviu diferentes especialistas no mundo do apito em relação ao lance -e quase houve unanimidade sobre a decisão.

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“Não foi pênalti. O Léo Pereira disputa a bola com o Yuri Alberto e a bola resvala na sua mão, que estava em gesto natural para a jogada. Acertou a arbitragem”, disse Carlos Eugênio Simon, ex-árbitro e hoje comentarista dos canais ESPN.

Guilherme Ceretta também concordou com a atitude e elogiou D’Alonso. “Eu também não daria. Em uma final, precisa ser muito pênalti. Fez muito bem o VAR [D’Alonso] em não querer aparecer. Isso, com certeza, faz parte dos novos tempos do [Wilson] Seneme no comando [da arbitragem da CBF].

“O Yuri Alberto faz o ‘corta luz’ para o Giuliano e o Léo Pereira foi surpreendido com a bola no braço. Ele estava abrindo o braço para mostrar que não empurraria o adversário”, prosseguiu Ceretta.

Outros dois ex-árbitros rechaçaram qualquer possibilidade de pênalti. “Para mim, não é pênalti, não. Em primeiro lugar, o jogador do Corinthians [Yuri Alberto] está na frente. O Léo Pereira não vê o jogador adversário e a bola bate em sua coxa. O fato de bater de leve ou não bater é o que menos importa. O que importa é que a bola bateu na coxa dele antes de pegar no braço. Para mim, lance normal”, disse Alfredo Loebeling.

José Aparecido de Oliveira, famoso árbitro dos anos 90, também considerou a ação natural. “Embora a bola tenha pegado no braço do jogador do Flamengo, devemos considerar que não houve uma ação de bloqueio, e sim uma mão acidental. Portanto, não há porque marcar a penalidade”, finalizou.

Ulisses Tavares, que ganhou destaque nos anos 80, discordou dos ex-companheiros. Para ele, Léo Pereira, mesmo sem intenção, cometeu a penalidade.

“O atleta do Flamengo está com o braço aberto e ganhando espaço, portanto, para mim foi pênalti, mesmo que ele não tenha tido a intenção de cometer o pênalti. Tenho visto pênaltis marcados com menos intensidade do que o que aconteceu neste lance”, falou.

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