Rádio Clube do Pará

Excesso de viagens é apontado como uma das causas do baixo rendimento bicolor na Série B

Levando na bagagem a necessidade de se reabilitar na Série B do Brasileiro, o Paysandu embarca, no início da tarde de hoje, rumo a São Paulo, de onde seguirá, amanhã, para Varginha, para enfrentar o Boa Esporte-MG, na sexta-feira (6), pela 28ª rodada do campeonato. Antes de chegar ao local da partida, o Papão faz uma parada em Extremo, cidade do interior paulista, onde pernoita e treina pela manhã, com a viagem até Minas Gerais ocorrendo após o almoço. Será mais uma via-crúcis a ser percorrida pelos bicolores, que seguirão o mesmo roteiro, pré-elaborado, na volta a Belém, no sábado (7).

O fato de o Paysandu ser um dos times que mais se deslocam, em termos de quilômetros, na competição é motivo de reclamação pelo técnico Marquinhos Santos e seus jogadores. Só para jogar na região Sul, o outro extremo do Brasil, são sete viagens para os confrontos contra os paranaenses Londrina-PR e Paraná-PR, os gaúchos Internacional-RS, Juventude-RS e Brasil-RS, além dos catarinenses Criciúma-SC e Figueirense-SC. Os deslocamentos nem sempre acontecem em viagens diretas de avião, exigindo o complemento da locomoção por via terrestre.

“O clube faz tudo o que pode para a gente sentir o mínimo possível essa logística”, conta o goleiro Emerson. “Mas esses deslocamentos sem muito espaço entre um e outro acabam prejudicando muito, sim”, complementa o arqueiro. O camisa 1 do Papão vê ainda uma outra dificuldade, esta comum a todos os times participantes do Brasileiro: as suspensões e as contusões. “Isso não chega a ser um grande problema, mas não seria hipócrita de dizer que não prejudica um pouco”, afirma Emerson.

Para o técnico Marquinhos, os seguidos deslocamentos do time, sem tempo para descansar, “ainda que seja de avião e com o grupo ficando em bons hotéis”, é prejudicial. “Tem as esperas em aeroportos, que acabam, de certa maneira, desgastando mentalmente e fisicamente os atletas. Isso leva a gente até a perder alguns desses jogadores”, argumenta o comandante bicolor.

CALENDÁRIO

Após o jogo de sexta-feira (6), em Varginha, contra o Boa Esporte-MG, o Papão volta a atuar em casa, na outra sexta-feira (13), quando recebe a visita do CRB-AL, mas, logo depois já terá de colocar o “pé na estrada” para outros dois compromissos seguidos fora de casa, desta vez contra o Luverdense-MT e O Londrina-PR, nos dias 17 e 20, respectivamente.

Só não vale partir para a violência

Da mesma maneira que o zagueiro Rafael Dumas, o volante Nando Carandina diz entender a insatisfação dos torcedores do Paysandu com a campanha do time na Série B e que, na volta da equipe de Caxias do Sul, gerou protestos de alguns bicolores. O meia, no entanto, assim como seu companheiro, pede limite aos torcedores nas manifestações. “Só acho que os protestos podem ocorrer, mas de maneira pacifica, sem violência. Que o torcedor venha, faça a sua cobrança, mas sem agressão”, argumenta.

Para o volante, o fato de os torcedores terem ido ao desembarque do time, no último sábado, representou um exagero. “Esse tipo de cobrança na saída do aeroporto, por exemplo, eu discordo, pois não somos bandidos. Estamos trabalhando para fazer o melhor, mas às vezes isso não acontece”, salienta. As cobranças que ele chama de “coisa natural” são assimiladas pelo meia. “A gente está num time grande. Não tem como não ocorrer esse tipo de coisa quando as coisas não vão bem”.

Protestos à parte, Carandina avalia que a falta de padrão de jogo da equipe, que tem atuações distintas nos dois tempos das partidas, se justifica pelo seguinte: “Eu, por exemplo, cheguei há pouco tempo. Tem muita mudança e muitas das vezes não dá para montar a mesma equipe. São fatores que vão se juntando e que acabam atrapalhando bastante”, diz.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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