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Ex-São Paulo e Santos, Gustavo Vieira quer provocar o sistema no interior

Sobrinho de Raí e Sócrates, Gustavo Vieira de Oliveira está no comando do futebol do Botafogo-SP, clube onde sua família se criou, em Ribeirão Preto, e lançou dois dos grandes craques do futebol brasileiro para o mundo.

Como dirigentes, Gustavo trabalhou no ambiente jurídico do São Paulo, se transformou em diretor executivo em 2013, mas deixou a instituição em setembro de 2016. No ano passado, teve uma passagem meteórica de apenas 45 como diretor do Santos.

Longe dos holofotes da capital ou dos grandes clubes do Estado, Gustavo Vieira de Oliveira se reencontrou no Botafogo-SP, local de enorme laço afetivo e que nas palavras do próprio profissional pode lhe dar ferramentas para implantar algo que parece ainda inviável em equipes de massa.

Gustavo Vieira de Oliveira já passou por São Paulo e Santos como dirigente (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

“Eu vivi num ambiente familiar de muita ideologia, então como aplicar isso no futebol? A gente vê um ambiente com clubes associativos, que as vezes se debatem na política, eu vivi isso no São Paulo, no Santos. E eu sempre tive um desejo desde 2004 de ser uma provocação nesse sistema. De dizer que existe outro caminho, dá para ser empresa. É possível você fazer gestão, trazer valores, não precisa ficar preso à política interna para conseguir alguma coisa”, explicou, em entrevista à Gazeta Esportiva logo após a inauguração da Arena Eurobike, um setor do estádio Santa Cruz.

“Num ambiente menor, com um ambiente afetivo muito ligado, em uma cidade impactante, reunir tudo isso com a vontade de fazer futebol de uma forma correta, com valores e conceito, se possível de uma forma empresarial e fazer com que seja uma forma pioneira para que isso aconteça no Brasil assim como vem acontecendo na Europa”, continuou.

“Acho que a inauguração da Arena Eurobike é um momento que consolida e torna visível um trabalho que a gente faz na empresa, que é o Botafogo SA, de longo prazo, um trabalho com consistência. É um pouco provocativo ao sistema, tentar mostrar que há um caminho alternativo dentro da política interna de clube. E tornar isso visível, uma Arena para Ribeirão, isso causa um impacto, é muito significativo para quem é daqui”.

Em meio a emoção de vir ali um projeto se realizando, Gustavo Vieira de Oliveira foi sereno ao lembrar os resultados da equipe de futebol do Botafogo-SP, de fato, serão importantes para que as ideias não sejam interrompida. No momento, a Pantera é vice-líder da Série B do Campeonato Brasileiro.

“Para gente, o grande desafio é mostrar qualidade de trabalho independente do resultado. Possibilitar que as pessoas percebam uma qualidade. Porque resultado é muito fácil, é muito tangível e volúvel. A gente tenta contagiar o torcedor com isso, é uma obsessão que eu tenho”, contou.

“Óbvio que o sucesso esportivo talvez não perdure para sempre, ninguém é ingênuo para pensar isso. Mas espero que o torcedor saiba que uma oscilação é normal. Ter resultado dentro de campo é muito importante, mas o nosso trabalho é médio/longo prazo. Queremos sair de onde estamos agora para um clube sustentável, um clube que vai brigar consistentemente pela Série A e chegando lá, ter argumentos para se manter”, concluiu.

A reforma necessária para a instalação da Arena Eurobike durou 302 dias. A capacidade do espaço é para aproximadamente 15 mil pessoas. Além das cadeiras localizadas no antigo setor de arquibancada do estádio Santa Cruz, foram construídos dois bares temáticos, o Seo Tiberio Futebol Bar e uma franquia do Hard Rock Café, além de um espaço Kids, um lounge da Johnnie Walker,13 camarotes que podem custar até R$ 18 mil mensais e comportar até 32 pessoas e 34 suítes.

 

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Fonte: Gazeta Esportiva

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