Um lance polêmico fechou o primeiro confronto da final da Copa Verde 2020, ontem à tarde, no estádio Mané Garrincha (Brasília). Wellington Silva recebeu passe na entrada da área, dominou e bateu no canto direito da trave do Brasiliense. O gol daria o empate ao Leão, mas o VAR anulou, apontando o tal impedimento milimétrico, outra das aberrações que a nova realidade das arbitragens criou.

Ao longo da partida, o Remo manteve um desempenho técnico satisfatório, principalmente a partir dos 20 minutos do primeiro tempo. Bem compactado e com troca de passes rápidos, chegou ao gol aos 22’ após uma brilhante assistência de Felipe Gedoz a Wallace, que apareceu livre na pequena área do Brasiliense e desviou com um simples toque.

Erros pontuais na marcação, principalmente pela falta de mais vigor no combate direto à frente da zaga, permitiram ao Brasiliense reequilibrar as coisas e chegar à igualdade minutos depois. Uma bola perdida pelo volante Pingo na saída da defesa deu a Sandy a chance de finalizar da intermediária. Ele bateu no canto, surpreendendo o goleiro Vinícius.

O Remo ainda chegou com grande perigo em cabeceio de Lucas Siqueira rente ao poste esquerdo de Sucuri, após arremesso cobrado por Marlon. A movimentação do meio-campo era ágil quando tinha a posse da bola, o que resultava em boas tramas aproveitando certa lentidão do setor de marcação do Brasiliense.

No segundo tempo, as tentativas iniciais couberam ao time da casa, mas o Remo aos poucos foi retomando o controle da partida. Wellington Silva teve duas excelentes oportunidades ao receber completamente livre pelo lado direito do ataque. De frente para o gol, tomou decisões erradas: optou por cruzar ao invés de chutar direto.


Depois, Laílson (que havia substituído a Pingo) acertou um tiro forte que explodiu na trave direita de Sucuri. Gedoz também teve chance clara, mas chutou por cima do gol. O Brasiliense se mantinha encolhido e não tinha velocidade quando buscava o ataque.

Tímido, o time de Vilson Tadei pouco saía de seu campo. Numa das poucas tentativas no ataque, nasceu o gol da vitória. Aos 34’, em escanteio cobrado por Peu da direita, o atacante Aldo se antecipou aos quatro defensores azulinos e desviou a bola para as redes.

O Remo não se abateu, voltou a insistir e criou algumas situações perigosas. Bonamigo queria dar fôlego e juventude ao time, mas tirou o trio de ataque – Hélio, Augusto e Wallace – e isso não favoreceu a reação final. Tiago Miranda e Dioguinho entraram bem pelos lados, junto com Laílson, mas não havia referência e força dentro da área.

Gedoz partiu para uma tentativa individual aos 44’ e disparou com muito perigo, assustando o goleiro. Logo depois, em rápida troca de passes entre Gedoz e Lucas Siqueira a bola chegou a Wellington Silva na entrada da área. Ele mandou no canto. Era o gol do empate, que a arbitragem invalidou após consulta ao VAR.

A imagem com a linha imaginária traçada mostra que os jogadores estavam na mesma linha, mas a decisão foi pela anulação do gol, baseada num suposto adiantamento do lateral remista por alguns centímetros.

De positivo para o Remo ficou a certeza de que o time está mais entrosado, compacto, tocando com rapidez e objetividade. Há uma inegável evolução depois de toda a reformulação do elenco. Resta corrigir a falta de combatividade à frente da zaga, a marcação frouxa em alguns setores e o preciosismo por parte de Gedoz em determinados lances.

Pelo futebol apresentado ontem, observando o nível técnico das equipes, é plenamente possível reverter o placar em Belém. Wellington, Gedoz, Lucas e Hélio atuaram em alto nível, constituindo-se nos destaques do time.

 

 

VAR vira muleta para arbitragens fracas e medrosas

 

O Flamengo venceu o Internacional, ficou 2 pontos à frente e muito perto do bicampeonato. O jogo era igual até a expulsão de Rodinei no início do segundo tempo. Um pisão no pé do lateral Filipe Luís interpretado como força excessiva e o lateral foi excluído. O detalhe é que outros lances parecidos aconteceram, com igual intensidade física, sem que a interpretação fosse tão rigorosa.

No fim das contas, mais uma decisão de arbitragem influencia o resultado de uma partida decisiva. Uma rotina em jogos que envolvem o Flamengo. Coincidência ou não, os árbitros quase sempre tomam decisões que infelicitam os adversários do rubro-negro carioca.

Com a bola rolando, sem influência de apito, o jogo foi equilibrado, apesar de o Inter ter se atrapalhado na transição ofensiva, com dificuldades para encaixar jogadas verticalizadas, como é sua característica. No final, a arbitragem (e o VAR) acertou em punir falta de Pedro no lance que seria o do terceiro gol do Flamengo.

Curiosamente, o comentarista de arbitragem Paulo César de Oliveira insistiu até o fim com a tese esdrúxula de jogada normal, mesmo com as imagens evidenciando que o empurrão do atacante no zagueiro foi absolutamente acintoso.

O VAR ganha outra vez protagonismo na reta final do Brasileiro, o que não é boa notícia. O equipamento eletrônico, utilizado com sabedoria e praticidade nas competições europeias, virou uma patética muleta dos medrosos árbitros brasileiros.

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