A derrota no Re-Pa do último domingo não só deixou o Paysandu mais longe do tricampeonato local, como fez aumentar a pressão em cima do time, que acumula, este ano, três derrotas consecutivas frente ao rival. Com o revés no primeiro dos dois clássicos da final do Parazão, as cobranças sobre a equipe surgem de todos os lados. Elas começam no próprio elenco, entre os atletas, mas principalmente por parte da torcida, que exige a volta por cima da equipe. Alguns jogadores tentam se manter imunes a tensão, enquanto outros buscam tirar proveito da situação com vistas ao Re-Pa decisivo do domingo (8).
O zagueiro Edimar, por exemplo, é um dos que acreditam que a pressão pode ser benéfica ao time para a final. “Num clube de massa como o Paysandu a cobrança vai sempre existir”, lembra. “O que temos de fazer é assimilar isso e tirar dessas cobranças um combustível a mais para gente reverter o placar (2 a 1) do primeiro jogo”, ensina. O defensor acredita até que a exigência entre os jogadores não pode deixar de existir, mas que as que são vindas de fora têm de ser assimiladas com inteligência pelo elenco, que não tem como se fechar em uma redoma e não ouvi-las.
“Nosso time precisa de um psicológico muito bom para encarar essas cobranças. Nós, jogadores, temos de ser maduros, entender essas cobranças e crescer com isso”, argumenta Edimar, confiando numa reviravolta bicolor na decisão, desde que o grupo tenha “cabeça boa e concentração alta”. Com os dois ingredientes, o zagueiro acredita ser possível ao Paysandu deixar o Mangueirão no domingo com o tricampeonato. “Creio que com isso podemos surpreender a muita gente”, confia.
Com os treinos do time fechados ao público, o elenco tem tido pouco contato com os torcedores mais exigentes, aqueles que até a algum tempo costumavam dar plantão na Curuzu. É uma tentativa de manter o foco só no trabalho. Apesar disso, os jogadores não têm passado incólumes às cobranças dos torcedores no dia a dia, fora das atividades diárias do clube. A situação, de uma maneira ou de outra, dependendo da experiência e do emocional de cada um, acaba sendo assimilada pelos jogadores, restando esperar para saber se o reflexo das cobranças será positivo ou negativo nos 90 minutos da decisão.
(Nildo Lima/Diário do Pará)