O que deveria ser uma aproximação para iniciar uma negociação virou uma troca rude de acusações por parte do empresário Leandro Rodrigues, chamado publicamente de mentiroso pelo presidente do Clube do Remo, Fábio Bentes, e o membro do Conselho Deliberativo do clube, Milton Campos.

Nos últimos dias, o assunto mais comentado entre os azulinos, nas redes sociais, nas ruas e até mesmo dentro do clube em meio aos seus bastidores, tem sido a informação de uma suposta negociação que envolveria a compra do clube azulino nos moldes da Sociedade Anônima no Futebol (SAF).

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Segundo noticiado por um portal da imprensa local, a empresa VL Gold Dubai, do ex-jogador de futebol, Leandro Rodrigues, teria proposto o valor de 40 milhões de euros, cerca de R$210 milhões, mais acréscimos de 25% do valor caso suba para a Série B. No entanto, o presidente do Leão Azul, Fábio Bentes, e também o presidente do Conselho Deliberativo (Condel) remista, Milton Campos, negaram, em entrevistas ao DOL, qualquer tipo de procura por parte da empresa.

“Não chegou absolutamente nada na minha mão e nem tenho como falar de algo que desconheço totalmente”, declarou. Já o presidente do Clube do Remo, Fábio Bentes, além de negar qualquer tipo de procura por parte da empresa, também questionou. “Achas que algum grupo sério viria e não reuniria com o presidente do clube? Iam falar com um amigo do amigo e vazaria para a imprensa sem ter nada sequer tratado?”, indagou o mandatário azulino. 

Após as negativas que o colocam como “mentiroso”, Rodrigues utilizou o Twitter e publicou um print de uma suposta conversa com dirigente do Remo, na qual afirma que a proposta de compra do clube está nas mãos do presidente do Condel, Milton Campos. Na publicação, Leandro afirma: “gostaria de esclarecer uma coisa ao torcedor do Clube do Remo: vocês estão sendo enganados por seus dirigentes, pra variar!”, acusou.   










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“Não venham dizer que eu tô mentindo”


Além de expor uma conversa enviada através de WhatsApp para Milton Campos, em que aparecem alguns documentos contendo a proposta da VL Gold Dubai, Leandro também teve um áudio vazado em que acusa os dirigentes do Clube do Remo em não tratarem o assunto com a verdade, ao dizer que não receberam a documentação. Além do mais, ele afirma não estar mentindo e preferiu revelar toda a negociação tanto para a imprensa como também em suas redes sociais.

 











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“Se eles falarem sério, eu falo manso. Mas não venham dizer que eu tô mentido, que não receberam nada. Aí eu sou obrigado a expor mesmo. Agora, não me expõe como mentiroso, fake. Se tiver postura séria como profissional, eu também tenho. Agora não venham como “menininisse” pra cima de mim, de “pombagirisse”, como diz o Hadballa, que eu exponho mesmo. Eu jogo na massa, pois não tenho papa na língua e nem ficar medindo palavra, aí eu exponho e não quero nem saber”, diz Rodrigues.

E acrescenta: “eu coloco sempre a verdade, pois meu maior protocolo de defesa é botar a verdade na ponta da língua. Ninguém me cobra. Posso ser cobrado pela verdade que eu falo, mas por mentira, não tem coisa alguma. Tomara que com essa ação, a hora que chegar um pouco mais a frente, e espero que comecem a falar sério e que respondam de forma oficial, aí tudo bem. A coisa flui de forma ética profissional, sem nenhum tipo de exposição”.

 











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De jogador a empresário

Dentro do futebol, além de ter sido jogador – com passagem discreta no Paysandu, no ano de 2006, Leandro Rodrigues também foi treinador em alguns clubes do Norte do Brasil, como são os casos de Bragantino, em 2014, e Santos de Macapá, em 2015. No Tubarão do Caeté, ele assume o comando técnico da equipe, após o clube ter sido arrendado pelo ex-jogador e ex-BBB, Hadson Nery “Hadballa”, sem ter muito sucesso.

Atualmente, Leandro trabalha com commodity, intermediação de compra e venda de ouro e diamantes, além e criptomoedas. Ele disse ainda que o documento com a proposta de negociação está em posse de Milton Campos e que quer uma resposta do Remo, que não possui nada a esconder e que retirou a postagem do Twitter. Ele também ressalta que torcida do Clube do Remo não merece ser enganada pelos seus dirigentes, mediante um assunto tão sério, que merece ser tratado com cautela.

 











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“Já deixei muita postura clara que não vou admitir mentira e principalmente apontando eu, como mentiroso de alguma coisa. E assim, acho que com esse movimento, que no meu ponto de vista, tem que expor a verdade para a torcida que já está cansada de ser enganada, e eu não estou falando só do Remo, e sim do futebol paraense inteiro. É uma prática muito comum, enganar torcedor e eu não concordo com isso. O torcedor tem que ficar a par sempre da verdade”, complementa.

“É completamente inadmissível, ainda mais me apontando como mentiroso, que por fato, já provei que não sou. Espero que os demais participantes e conselheiros do CONDEL, aproveitem o momento para ganhar força e se unirem no que for melhor para o clube, independente se vender ou não vender, mas que se unam para um bem maior, até porque presidente do clube e presidente do condel, se realmente seguirem falando mentira, são apenas dois votos vencidos”, finalizou.

Formalização da proposta

 











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Em suas declarações para a imprensa, Leandro Rodrigues afirmou documento já estaria formalizado e entregue a um representante do empresário no Pará, que é Israel Athayde e estaria tratando diretamente com o presidente desse colegiado remista, Milton Campos. Com relação a Athayde, de 41 anos, e que é empresário, ele também fez parte ao lado de Hadson Nery, no arrendamento da equipe do Bragantino Clube do Pará, ocorrido em 2014, onde Leandro também estava diretamente ligado por ser o técnico na ocasião. Através de entrevista, ele informa que por morar em Belém, seria mais fácil de conduzir as conversas com os dirigentes azulinos.

“Eu e o Leandro estávamos falando sobre negócios e ele revelou que iria investir em futebol, compra de clubes e investimentos em estádios, foi então que citei o Remo. Estudos foram feitos por ele, que me chamou para que eu fosse responsável por unir as duas pontas e entregar o documento, apenas isso. Foi o que fiz, comuniquei o Milton Campos que iria conversar com o Fábio, mas a informação vazou. Não sou represente do Leandro, tenho uma amizade com ele, mas por eu morar em Belém ficaria mais fácil de falar com as pessoas. Que agora eles possam sentar e conversar sobre o assunto”, declarou. 

 











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No Clube do Remo, Athayde é ligado a algumas polêmicas ocorridas em gestões anteriores. Entre elas, com relação a ter pintado no uniforme do clube, um patrocinador sem ter sequer o contrato assinado, e que foi coberto horas antes de um jogo, por também não poder divulgar empresas de telecomunicações em uniformes de clubes de futebol. Também em ter divulgado uma suposta parceria com José Carlos Brunoro, , mais conhecido como Brunoro, foi CEO do Palmeiras, co-fundador do Osasco Audax, e que em 2017 se tornou presidente do Desportivo Brasil-SP, e por último, durante o mandato do então presidente Zeca Pirão, no qual iria colocar milhões no estádio Baenão e também transformar em Arena Multiuso.

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