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Em ritmo de fim de festa. Veja na coluna de Gerson Nogueira

Como estreia na estreia da Copa Verde, deu pro gasto. Por outro lado, o sufoco pelo qual o Remo passou ontem à tarde no gramado do Mangueirão deixou a impressão de um time duplamente castigado. De um lado, as consequências da covid-19 no elenco. Do outro, a maratona e o esforço final pelo acesso no Brasileiro da Série C.

Os dois fatores estão cobrando seu preço. E isso vem na forma de desgaste evidente. A defesa está sobrecarregada porque o meio-campo ficou pouco combativo, principalmente sem Lucas Siqueira e Charles. As laterais não têm o fôlego e a segurança de antes.

Um exemplo é a baixa participação ofensiva de Ricardo Luz, destaque da campanha azulina na Série C. Nos três últimos jogos, ele esteve muito abaixo do que pode render. Isso tem relação direta com a ausência de Hélio Borges, com quem forma afiada dupla tanto nos avanços quanto na reposição.

Na lateral esquerda, sem Marlon, o esforço agora é apenas defensivo. Keven entrou na posição e até foi bem, jogando com afinco e disposição. Sua aplicação destoou do rendimento de boa parte dos jogadores.

Talvez a utilidade maior do confronto diante do limitado Gama foi expor a vulnerabilidade do time azulino, acentuada desde a noite em que conquistou o acesso. A partir das comemorações na Doca, e dos problemas de covid no elenco, o Remo entrou em parafuso.

O condicionamento físico ficou seriamente prejudicado, tanto pelas ausências como pela necessidade de improvisações. Na tarde de ontem, a correria do Gama expôs o desgaste geral do time, mesmo com as substituições promovidas pelo auxiliar Netão.

Salatiel, Tcharlles e Carlos Alberto começaram se movimentando bem. O gol saiu logo aos 22 minutos. O árbitro goiano deixou de dar um pênalti claro sobre o centroavante, mas no meio-campo havia um buraco. Pingo e Gelson corriam e tentavam preencher espaços, mas o jogo não fluía.

Na etapa final, passando alguns sustos em bolas aéreas, o Remo passou a ter Felipe Gedoz, Eduardo Ramos e Wallace. Podia ter goleado, caso o ataque tivesse pontaria e tranquilidade. Ramos botou Tcharlles, Wallace e Gedoz na cara do gol, mas os três tomaram decisões erradas na hora H.

Tcharlles ainda botou uma bola na trave depois de ter passado pelo goleiro e se atrapalhado na primeira tentativa. Em situação normal, o Remo finalista da Série C teria imprensado o Gama, marcando gols com mais facilidades ante a assustada defesa adversária.

No fim das contas, apesar da magreza do escore, o Remo superou o primeiro obstáculo na Copa Verde e vai enfrentar o Independente nas quartas de final.

Apesar do resultado positivo, muitas dúvidas permanecem quanto ao confronto de sábado contra o Vila Nova, encerrando a Série C. O objetivo declarado é garantir uma despedida digna da competição, mas há quem alimente o sonho de um milagre: reverter a diferença de quatro gols.

Pelo que se viu diante do Gama, o sonho é praticamente impossível. Falta fôlego para uma missão tão complicada. Em certa medida, também é possível notar uma ausência de entusiasmo a essa altura do campeonato.

O fato é que um indisfarçável clima de fim de festa paira no ar. Que isso não traga consequências ainda mais vexatórias no difícil compromisso de sábado.

Cruyff ensina sobre distâncias e inteligência no futebol

Um vídeo curtinho que está no YouTube mostra um bate-papo precioso entre Johan Cruyff com Xavi num restaurante de Barcelona. O mestre holandês, às e maestro da Laranja Mecânica de 1974, que comandou o grande Barça de Romário e Pep Guardiola, fala com desenvoltura e simplicidade sobre táticas de jogo.

Resumindo: ao falar sobre como executar bloqueio defensivo na linha de meio-campo, Cruyff brilha ao dizer que o futebol é um jogo de distâncias e, acima de tudo, inteligência. “É muito mais fácil defender pequenas zonas do campo”. E cita o jovem Guardiola como exemplo de alguém com perfeita noção disso. Sem dúvida, um mestre que enxergava longe.

Papão encara o primeiro desafio pós-Brasileiro

Para a estreia na Copa Verde 2021 contra o Galvez (Acre), hoje à tarde, no Mangueirão, o PSC se escora em nomes já conhecidos, como Perema, Nicolas, Tony, PH e Collaço. Jogadores que estão em ação desde 2019 com a camisa do clube, capazes de responder bem às responsabilidades de um embate eliminatório.

É o primeiro desafio da equipe depois do Brasileiro. A frustração pela não conquista do acesso ainda está na ordem do dia, mas uma boa atuação hoje pode desanuviar as coisas. Há muito a fazer a partir de agora. O elenco deverá ser bastante reformulado, a partir de fevereiro.

O auxiliar Ailton Costa comanda a equipe e tudo o que se espera é que o entrosamento entre jogadores que se conhecem contribua para que o PSC passe pelo primeiro adversário na luta pelo tricampeonato da competição.

Do meio para a frente, a provável formação deve ter Alan Calbergue, PH e Luiz Felipe na meia-cancha. O ataque pode ser o que vinha sendo usado por Brigatti até a penúltima partida da Série C, com Vítor Feijão, Nicolas e Marlon.

Pelas informações dadas pelo executivo Ítalo Rodrigues, o novo técnico deve acompanhar o jogo no Mangueirão. Roberto Fonseca, Ramon Menezes, Alexandre Gallo e Gilmar Dal Pozzo estão entre os cotados.

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