O Flamengo está em busca de paz para uma fase decisiva na temporada (vai decidir vaga na final da Copa do Brasil), em meio ao clima pesado que custou o cargo de treinador do time ao técnico Tite.

A queda de Tite no Flamengo começou a se desenhar após a eliminação na Libertadores. A experiência passada com Jorge Sampaoli, os discursos e a falta de perspectiva sobre uma melhora tornaram o ambiente insustentável para o treinador, demitido nesta segunda-feira.

A cúpula do futebol do Flamengo se reuniu na última sexta-feira. Em reunião fechada com os principais nomes do departamento e o presidente Rodolfo Landim, a ideia da demissão já começou a ficar desenhada.

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Apesar de dizer ser respaldado, Tite sabia que esse cenário estava cada vez mais próximo. “O respaldo da direção, ele é constante, ele é diário, ele é de todos os momentos. Quando a gente fala de fortalecimento da equipe, ele vem de todas as hierarquias. A hierarquia superior: que é a direção do Flamengo; a comissão técnica e atletas”, disse o técnico na última entrevista coletiva.


A diretoria do Fla não saiu em defesa do técnico. Após a derrota para o Peñarol em casa, dirigentes deixaram o sorteio da Copa do Brasil em silêncio. Nos jogos que o time disputou nesse período também não se posicionaram.

MOTIVOS DA QUEDA

Um dos problemas era um substituto. Não havia consenso sobre algum nome de fora do clube que pudesse assumir a equipe às vésperas da semifinal da Copa do Brasil e com o clima de pressão atualmente.

O último suspiro de chance foi o jogo com o Athletico, mas a má atuação concretizou o fim. A reação vinda da arquibancada e a sensação de que o trabalho não iria mais engrenar foram o capítulo derradeiro para a relação.

Não foi somente a eliminação da Libertadores que pesou. Antes do jogo de volta contra o Peñarol era dito internamente que a chance de Tite ser demitido era “zero”. A ideia era seguir o plano de terminar o ano com o técnico. No entanto, a forma como se deu a queda no Uruguai irritou a diretoria.

O fator emocional e algumas insistências entraram também na avaliação. Tite já aparecia abatido recentemente, especialmente quando os xingamentos da torcida aumentaram. O clima no Ninho nos últimos dias foi de muito desânimo. Além disso, o fato de defender constantemente algumas escolhas que não deram resultado geraram questionamentos.

A eleição teve papel importante na matemática. Com um cenário equilibrado para o pleito do final do ano, a pressão dos apoiadores de Rodolfo Landim e Rodrigo Dunshee cresceu muito. O atual mandatário será CEO caso o candidato da situação vença.

O exemplo passado com Jorge Sampaoli é o elemento final que ajuda a explicar a queda. Em 2023, o Flamengo optou por manter o argentino mesmo com todos os problemas para disputar a final da Copa do Brasil. Com a derrota para o São Paulo na decisão, ele foi demitido no dia seguinte. Dar um fator novo ao elenco foi entendido como o melhor caminho.

Tite já sabia que as chances de permanência em 2025 eram muito baixas. Mesmo que Dunshee vença a eleição, o clima só poderia melhorar em caso de conquista de títulos importantes. A oposição já havia deixado claro que a ideia era seguir outro caminho.

O nome de Filipe Luís é o único que gerou consenso. Ainda não está definida uma continuidade para a próxima temporada ou os próximos passos. O ídolo do clube assume de maneira imediata e interina para salvar o que resta da temporada.

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