Apesar da comoção negativa gerada nas redes sociais durante a derrota do Remo para o CSA-AL, na última rodada da Série C, o retorno a Belém foi tranquilo. No desembarque, ainda no domingo, nenhum incidente. No retorno aos treinos do Baenão os portões estavam fechados, mas do lado de fora não se viam torcedores espreitando e tentando acesso ao interior do estádio azulino. Dentro dele, por outro lado, o clima esquentava. A direção do clube, na figura dos diretores de futebol Marco Antônio Pina e Sérgio Dias, convocaram coletiva com a imprensa para falar sobre diversos assuntos relativos ao clube.
A questão dos salários atrasados, que provocou greve na última semana, é tratada como um problema menor. “A diretoria estava em atraso, quase dois meses. Quitamos o mês de junho semana passada. Como a folha vence no dia 10, estamos agora com apenas com 4 ou 5 dias de atraso. Não justifica tanto alvoroço assim, afinal o Sampaio Corrêa, concorrente direto nosso, está há quase 3 meses sem pagar salários e está bem melhor colocado”, comentou Pina.
Assumindo o “mea culpa”, o dirigente não nega que o papel da direção do clube é quitar os vencimentos do grupo e que está se mobilizando para normalizar o pagamento, mas destacou que não deixam de cobrar dos jogadores o seu melhor. “Perdemos 9 pontos jogando em casa e esses pontos estão nos fazendo falta. Com eles seria uma situação bem mais confortável, mas ainda depende apenas de nós conquistar essa classificação. Já foi mais fácil, agora não é tanto, mas não é impossível”, comentou Magnata.
Por fim, o dirigente descartou qualquer possibilidade de “corpo mole” ou “grupo rachado” como motivo para a má atuação contra o CSA-AL. “Eu não acredito em qualquer outro motivo para essa derrota que não apenas uma má atuação. Acredito que foi uma tarde atípica e um dia que nada funcionou. Nenhum atleta apresentou seu melhor desempenho“, define.
APOIO
DIRETORIA QUER TORCIDA EM PESO
A coletiva com a imprensa serviu também para que os dirigentes azulinos apresentassem uma medida para atrair mais torcedores ao jogo do próximo domingo (20) – uma redução no preço do ingresso para o jogo contra o Botafogo-PB. “O valor será de 20 reais até quinta-feira. Dependendo do volume de vendas, se a torcida responder da forma como esperamos que responda, devemos manter o preço até domingo”, comentou o diretor de futebol Marco Antônio Pina. Os ingressos de cadeira não devem sofrer alteração de preço, permanecendo em 50 reais.Pina afirma que a redução do preço do ingresso se deu após conversa com a direção do clube. “Definimos que é importante trazer o torcedor pra perto do time e o empurrar nessas duas últimas partidas”, disse.
O dirigente azulino destaca que a presença do torcedor é importante também do ponto de vista financeiro, por causa de um acordo que o clube fez com o Tribunal Regional do Trabalho. “Em conversações definimos que não haverá bloqueio de 40% da renda líquida. Assim, o que sobrar da bilheteria, deduzidas as despesas, fica para o clube”, informou.
REMO X BOTAFOGO-PB
Ingressos para o jogo de domingo (20), no Mangueirão, já estão sendo vendidos: Arquibancada – R$ 20, Cadeiras – R$ 50.
‘Se vencer, recebe. Eu não concordo’
Dono de algumas das reclamações mais incisivas e ácidas sobre o próprio grupo de jogadores azulinos após a derrota para o CSA-AL, o zagueiro Leandro Silva voltou aos holofotes na reapresentação azulina para conversar com a imprensa. Com um tom bem mais ameno, ele falou da situação do time e reconheceu que, em parte, a direção azulina cumpriu com o acordado, mas reiterou que é preciso ter cuidado com algumas críticas.
“A diretoria procurou fazer tudo aquilo que estava de acordo com eles e conseguiram boa parte. É obvio que aqui as coisas parece que funcionam na base do resultado. Se vencer, recebe. E eu não concordo com isso. Tem que ser profissional. Se trabalhou tem que receber, é indiscutível”, comentou o zagueiro, que também pontuou que a cobrança pelo não pagamento também não justifica o chamado ‘corpo mole’. “Obviamente, temos que ser profissionais naquilo que fazemos” pontuou.
Leandro afirma que entende a chateação da direção com os atletas por causa do esforço para regularizar a situação seguida da má atuação, mas reitera que infelizmente foi uma situação atípica. “Estávamos confiantes, o objetivo era buscar os 3 pontos. Comentamos logo após o jogo, durante o jantar, a viagem. Reconhecemos que jogamos muito abaixo… não fizemos um jogo competitivo. Entramos para mais um jogo e eles para a decisão. Agora é jogo a jogo e buscar sempre no próximo a vitória” comentou Leandro.
VITÓRIA É OBRIGAÇÃO
Pela condição do CSA, Leandro afirma que uma eventual derrota em Maceió seria encarada de forma normal caso o time tivesse vencido o Confiança. “a partir daquele empate, todo jogo virou obrigação buscar a vitória. Agora mesmo acho que não faz sentido falar que faltam 4 jogos. Se não conquistar os 3 pontos contra o Botafogo-PB, qualquer planejamento vai pro espaço. É preciso pensar jogo a jogo”, comentou o zagueiro.
(Taion Almeida/Diário do Pará)