A defesa do encerramento do Campeonato Estadual, que foi bandeira de alguns clubes até semanas atrás, dificilmente será fator de discórdia na reunião do Conselho Técnico, convocada pela Federação Paraense de Futebol e que deve fixar a data de reabertura. A aprovação do protocolo de segurança pelo governo estadual, patrocinador do Parazão, na sexta-feira passada, esvaziou resistências e deixou claro que a competição será complementada em campo.

Com argumentos variados, da falta de recursos para custear as partidas que restam (casos de Tapajós e Paragominas) e até mesmo do receio em relação à pandemia (Castanhal), parte dos clubes que disputam o Parazão tentaram forçar a paralisação definitiva da competição, chegando a pressionar por uma decisão ainda no começo de abril.

A tese só não prosperou porque o regulamento da competição só pode ser alterado por unanimidade de votos. Como isso não foi possível, sobrou o esperneio, com muitas reclamações quanto aos possíveis prejuízos que a retomada provocaria aos clubes.

Até mesmo a necessidade de ajuda por parte da FPF e CBF foi levantada como condição para que a bola voltasse a rolar. Em meio a tudo isso, havia também a preocupação com a preparação de alguns clubes, pela dificuldade natural quanto à estrutura e recursos.

Nos últimos dias, começam a ser apresentados os projetos de treinos e cuidados por parte dos clubes do interior, com maior destaque para Castanhal, Bragantino e Águia. Terceiro colocado no campeonato, dono de excelente campanha na fase de classificação, o Castanhal deveria ser um dos mais interessados em seguir na disputa.

Com o melhor ataque do Parazão, ao lado do PSC, com 17 gols marcados, o Japiim está a um passo de garantir presença nas semifinais e a obtenção da vaga na Série D de 2021. Depois de se posicionar inicialmente contra a continuidade do campeonato, o clube se dedica agora a cumprir o protocolo e reiniciar treinamentos a partir de segunda-feira, 6.


Única competição do Castanhal na temporada, o Parazão é a oportunidade de garantir calendário no próximo ano, com presença na Série D e na Copa do Brasil (caso se classifique entre os três primeiros). O técnico Artur Oliveira sempre definiu bem esses objetivos.

Graças ao caminho executado até agora, o Japiim tem uma situação privilegiada em relação aos demais competidores diretos (Paragominas, 13 pontos, e Águia, 11): nas duas rodadas restantes da etapa classificatória, precisará de uma vitória para sacramentar a primeira meta.

Como forma de reduzir os custos que a competição impõe, o Castanhal vai usar o seu centro de treinamento para confinar em tempo integral jogadores, comissão técnica e funcionários.

Em termos de preparação, além do Castanhal, somente Águia e Bragantino (que inicia treinos no dia 15 de julho) divulgaram atividades. Os demais cinco clubes, inclusive os últimos colocados (Itupiranga e Carajás), não se manifestaram ainda, mas certamente estão conscientes da importância de seguir os termos do protocolo oficial.

Esforço no Leão para readquirir ritmo de competição

A reentrada na atmosfera, tão temida pelos preparadores e fisiologistas, deve ser marcada por sistemas diferenciados de recondicionamento. O Remo, que já está em atividade para recondicionar atletas, submeteu o elenco a exames e testes de fisiologia para avaliar o nível de força dos jogadores, item prejudicado pelos três meses de quarentena.

Segundo o preparador Rony Silva, que deu entrevista sobre a condição geral do grupo, a comissão quer evitar o surgimento de lesão por excesso de carga. Entra em cena a importância do acompanhamento dos jogadores, por videoconferência, durante a suspensão do campeonato.

Como não há como fazer amistosos na pré-temporada, a ênfase vai ser nos treinos individuais – exigência inicial do protocolo do clube – e atividades técnicas com bola, na segunda etapa da fase de preparação.

Buscar ritmo de jogo será o grande desafio nas mãos de Mazola Junior. A chegada de reforços, Zé Carlos e Everton Silva, torna ainda mais complexa a tarefa, pois o ideal é que para a complementação da fase de classificação o time chegue mais ou menos entrosado.

Para jogar em condições realmente competitivas, em cinco semanas de trabalho, o Remo precisará de condicionamento, fôlego e apuro técnico. Sob a direção de Mazola, o time ganhou um jogo e empatou dois.

Um bate-papo sobre o papel do executivo no futebol

Em atenção à convite da amiga Vanessa Egla, estarei hoje, às 19h30, na live “Papel do Executivo no Futebol Moderno”, com as presenças dos especialistas Sérgio Papelin (Fortaleza) e Carlos Kila (Remo).

Para chegar à frente, Papão começa a treinar antes

Primeiro clube a voltar aos trabalhos, o Papão já se adapta à nova rotina de exercícios e treinamentos. Deve se beneficiar disso no retorno ao campeonato, pois praticamente não sofreu alterações no elenco e nada que altere o planejamento do técnico Hélio dos Anjos.

O elenco se divide em três grupos de jogadores para treinar, o que é algo inteiramente novo para quem estava acostumado a movimentações coletivas. De todo modo, nada será exatamente igual como era antes e os bicolores já se habituam ao chamado novo normal.

A comissão técnica trabalha com um prazo de 30 dias para que o elenco adquira plenas condições de voltar a jogar e rapidamente atingir o nível exibido nas oito rodadas iniciais.

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui