O técnico Cuca revelou que teve uma conversa com Gonzalo Carneiro antes da grande final do Campeonato Paulista para tratar sobre o suposto uso de cocaína do jogador. O comandante são-paulino assumiu que ficou sabendo do polêmico caso envolvendo o uruguaio na semana passada, embora ele só tenha comunicado o clube oficialmente na última segunda-feira.
“É um tema muito delicado, não podemos fazer qualquer julgamento sem antes saber, de fato, o que ocorreu. Estava sabendo já na semana passada do ocorrido, até antes do próprio jogador. Teve um dia da semana, não me lembro se foi quarta ou quinta-feira, vi ele passando, disse que queria falar com ele. Conversamos sobre muitas coisas, tenho filhas com 30 e 27 anos, ele tem 23. É um jovem, de outro país, que está aqui em São Paulo, e é o primeiro grande clube da vida dele”, afirmou Cuca nesta terça-feira.
“Hoje temos que pensar primeiro no ser-humano, já tivemos outros casos aqui no São Paulo há pouco tempo. Esperar para ver o que vai ser resolvido pela Fifa e ver o que, de fato, o que aconteceu. A verdade é que a vida é propensa a isso para todos os jovens, não só para o Gonzalo ou para o Régis. Nos outros grandes, pequenos e médios clubes também, e o jogador tem que tomar cuidado com isso. Mil e uma ofertas à noite podem acontecer, em uma saidinha que você dá. Você é um atleta profissional, está propenso a cair em um exame. Entrei no mérito do que é a vida em uma cidade grande, dos cuidados que tem que ter”, prosseguiu.
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Há pouco tempo no comando da equipe, Cuca chegou a notar um comportamento diferente por parte de Gonzalo Carneiro no dia a dia de treinamentos no CT da Barra Funda. Embora tenha percebido a postura mais introspectiva do jogador, o técnico do São Paulo preferiu não intervir justamente por não conhecer profundamente as características de cada um, mas lamentou não ter tido um papo com o atacante antes.
“Eu senti muita insegurança nele em termos de estar num grande clube e não estar se sentindo totalmente à vontade. São coisas que às vezes o próprio jogador não te passa. Ele me falou que sentia que podia estar mais à vontade. Uma coisa puxa a outra. Ele viveu o grande momento dele no pênalti que ele bateu, recuperou a autoestima, no outro jogo já não foi tão bem. É uma pena eu ter falado com ele tão tarde. Isso não vai da gente, geralmente é o jogador que fala com você. Sou de conversar muito com os jogadores, o que precisar fazer, a gente faz. Infelizmente, isso, não sei se ocorreu ou não, mas de qualquer forma é algo para a gente trabalhar”, concluiu Cuca.
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Fonte: Gazeta Esportiva