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Copa não terá espaço apenas para ‘peso da camisa’. Confira a análise DOL

Nesta sexta-feira (1), o clima de Copa do Mundo oficialmente tomou conta de 32 países. Na Rússia, a Fifa sorteou os grupos da principal competição de futebol do mundo – Champions League que nos desculpe, mas Copa é Copa. Em solo russo veremos um jogo tão ou mais importante que a final, que desde já toma conta das redes sociais: peso da camisa x boas escolas de futebol.

Torcedores, imprensa e curiosos divergem sobre as possibilidades de cada seleção chegar ao título. A camisa pesada de algumas seleções está atrelada a bons momentos, acertos táticos e jogadores, combinação que dá favoritismo a gigantes como Brasil e Alemanha, por exemplo.

Zebra para quem ?

O que é ignorado ou ridicularizado por muita gente, por desinformação ou conveniência humorística digital, tem tudo para chamar a atenção no Mundial. A já taxada “geração belga”, que na Copa de 2014 esteve abaixo de toda expectativa no Brasil, está ainda mais preparada que outrora.

Os belgas foram os primeiros classificados nas Eliminatórias Europeias, consensualmente as mais difíceis. Além de um conjunto ainda mais entrosado que em 2014, o time conta com jogadores que estão em plena forma. Kevin De Bruyne, Hazard, Lukaku e Courtois chegam ao Mundial no auge ou pelo menos muito próximo dele. De Bruyne, aliás, se for contar o ‘hoje’, é seguramente um dos cinco jogadores que mais jogam futebol na competição.

Outro time que já chega com cara de xodó é a Islândia. Menor país a disputar uma Copa do Mundo, com aproximadamente 300 mil habitantes, os islandeses sequer passaram por repescagem europeia, classificando direto. Os 11 titulares não apresentam nada brilhante ou acima da média. O talento do meia Sigurdsson, do Everton, é a cereja do bolo de um time extremamente aplicado e que pouco se expõe a correr riscos ao longo de 90 minutos.

Camisa, sem bola, não basta

Se a talentosa geração belga tem tudo para brilhar ou a sensação Islândia pode surpreender, alguns selecionados com mais tradição não chegam à Rússia com tampa pompa assim. Nesse caso, particularmente os rivais sul-americanos do Brasil, Uruguai e Argentina, que terão o peso da camisa colocados à prova contra bons times.

O Uruguai, com time longe daquele que chegou à semifinal em 2010, está no grupo dos donos da casa, ao lado de Arábia Saudita e Egito. Embora os egípcios tenham avançado bastante nos últimos anos, principalmente graças ao ótimo momento do atacante Salah, do Liverpool, a Celeste deve passar em primeiro.

O caso da Argentina é mais curioso e merece um capítulo à parte. Tidos como tecnicamente poderosos, os “Hermanos“ padecem do chamado jogo coletivo. Graças ao gênio Lionel Messi, os argentinos confirmaram vaga no Mundial na última rodada das Eliminatórias. Messi, aliás, é o único ponto que, hoje, coloca entusiasmo em nosso país vizinho. O time deve ter a base do que chegou à final em 2014, contra a Alemanha no Maracanã. O técnico Jorge Sampaoli terá seis meses para encontrar consistência defensiva e alguns parceiros que atendam o talento do camisa 10 do Barcelona.

E não vamos nem entrar no mérito de poderosas equipes que sequer chegaram à disputa por falta de bola, casos de Itália, Holanda e Chile. Só a camisa não decidiu para nenhuma delas.

Palpitômetro do DOL na primeira fase da Copa:

Grupo A: Talvez o grupo com menor nível técnico, ao lado do H, uruguaios e russos devem manter o sonho vivo, com ressalvas para o Egito, empolgado pela classificação dramática nas Eliminatórias africanas.

Grupo B: O grupo com duas das grandes seleções, Espanha e Portugal, não deve ter surpresas. O primeiro jogo, inclusive, entre espanhóis e portugueses, já deve encaminhar quem vai classificar em primeiro e segundo. Irã e principalmente Marrocos não devem oferecer grande resistência.

Grupo C: A França, com uma de suas melhores gerações recentes, não deve ter trabalho para classificar em primeiro. Peru e Dinamarca, com mais poder de fogo, e Austrália, que entra no grupo como azarão.

Grupo D: O grupo tem tudo para ser um dos mais concorridos. Por tradição, daria para cravar a Argentina em primeiro. Mas, se o futebol das Eliminatórias for repetido, Messi e companhia terão muita dificuldade contra Islândia, Croácia e Nigéria. Ainda assim, o potencial técnico argentino deve fazer a diferença e levar a primeira posição. Na segunda vaga, Islândia e Croácia, na ordem, aparecem mais credenciadas.

Grupo E: Encabeçado pelo Brasil, o grupo E deve ter as cores verde e amarela na primeira colocação. Tite acertou o time e chega forte para o Mundial, inclusive pensando em título. Suíça, Costa Rica e Sérvia completam. Embora com mais tradição, a Suíça deve disputar a segunda vaga ferozmente contra a Sérvia, que tem geração talentosa e estava tecnicamente à frente do pote 4 no sorteio. A briga será boa.

Grupo F: No F, a atual campeã do mundo, Alemanha, chega para tomar conta da primeira posição e deixar uma interessante disputa pela segunda vaga. Escolas diferentes, da Suécia, México e Coréia do Sul, devem dar um tom especial à chave. O México, do ex-técnico do São Paulo, Osório, pede passagem e desponta em relações aos rivais. Para a Suécia, fica a expectativa da participação de Ibrahimovic, que pode fazer toda a diferença na classificação final da primeira fase.

Grupo G: Após decepcionar nas últimas Copas, a Inglaterra, enfim, deve avançar para a segunda fase até com certa facilidade. Ao lado dos belgas, os ingleses têm time superior em relação aos outros dois concorrentes, Tunísia e Panamá. England Team e Bélgica devem decidir primeira e segunda posição no confronto direto.

Grupo H: Lewandowski, artilheiro do Bayern de Munique, comanda a Polônia, cabaça de grupo. Os gols do camisa 9 devem garantir os polonenses na primeira posição do grupo, que tem ainda Colômbia, Japão e Senegal. Se a Polônia tem Lewandowski, o talento individual de James Rodríguez pode fazer a diferença para os vizinhos sul-americanos do Brasil, com melhores chances de conquistar uma das vagas em relação aos outros dois times.

(Felipe Saraiva/DOL)

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