“Time que pretende o acesso tem, obrigatoriamente, de fazer o seu dever de casa e lá fora ‘beliscar’ alguns pontinhos”. A receita é de quem entende do assunto, o técnico Givanildo Oliveira, um especialista quando o assunto é Série B do Brasileiro, competição em que ele já conquistou quatro títulos, um deles pelo Paysandu, em 2001. A recomendação do velho Giva, com diversas passagens pela Curuzu, está longe de ser seguida, pelo menos até aqui, pelo Papão, que fora de Belém até tem “beliscado” alguma coisa, mas em casa tem causado dissabores aos seus torcedores.
Seja jogando na Curuzu, onde já mandou cinco partidas, ou no Mangueirão, no qual disputou outros cinco jogos, a equipe bicolor desperdiçou pontos preciosos, que impede, hoje, o time de ocupar uma das vagas no G4 da Segundona. Situação bem diferente das campanhas vitoriosas de 1991 e 2001, quando disputou 13 e 19 jogos, respectivamente, em Belém, num total de 32, sem sofrer uma só derrota.
O fator campo, com raras exceções, sempre marcou positivamente a performance do time bicolor na Série B, sendo, inclusive, motivo de preocupação para os visitantes. Este ano, porém, na 16ª participação da equipe no campeonato, a história tem sido bem diferente, levando dirigentes, torcedores, comissão técnica e até mesmo os jogadores aos mais variados questionamentos.
O Papão, por causa de tantos pontos perdidos diante de sua torcida, faz a sua pior campanha nos três últimos anos em que tomou parte do campeonato. Em 2015 e 2016, a equipe bicolor chegou a 19ª rodada, que marca o final do “turno” da competição, na 7ª e 13ª colocações.
RECEITA
O PODER DA MANDINGA
Quebra barreira, vence tudo, tira olho gordo e quebra inveja e mais algumas outras quatro ervas é a receita recomendada pela feirante Clotilde Melo, popularmente conhecida como Coló, para que o Paysandu deixe, como diz a dona de uma barraca de ervas no Ver-o-Peso, a “panema” e passe a vencer seus jogos em casa. “Pega todo esse material, dá um banho na Curuzu e, se for possível, também nos jogadores”, ensina dona Coló, que trabalha na tradicional feira paraense há 34 dos 65 anos que tem.Mas, dona Coló diz que “só o banho não é suficiente” para afastar a má fase dos bicolores. Ela, que é torcedora apaixonada do Papão, afirma que sem o empenho dos atletas em campo de nada vai adiantar tal mandinga.
“Eles também precisam colaborar e mostrar mais vontade em campo. É inaceitável que o Paysandu tenha caído tanto assim como caiu”, lamenta a erveira, que trava um Re-Pa especial entre os vendedores de erva do Ver-o-Peso com Beth Cheirosinha, responsável pelo banho dado no estádio azulino e que ficou para a história.
FIQUE POR DENTRO!
JOGOS DO PAPÃO EM CASA
PSC 2 X 0 Oeste-SP – Curuzu
PSC 1 x 0 Inter-RS – Mangueirão
PSC 0 x 1 Goiás-GO – Mangueirão
PSC 0 x 0 Juventude-RS – Mangueirão
PSC 0 x 0 Boa Esportes-MG – Curuzu
PSC 1 x 1 Luverdense-MT – Curuzu
PSC 1 x 2 Londrina-PR – Curuzu
PSC 1 x 0 Náutico-PE – Mangueirão
PSC 1 x 2 Ceará-CE – Mangueirão
PSC 0 x 1 Figueirense-SC – Curuzu
(Nildo Lima/Diário do Pará)