1 – ALCINO
Nenhum outro jogador deixou rastro de indisciplina mais forte no futebol paraense que Alcino Neves dos Santos Filho, o Negão Motora. Ídolo máximo do Remo, colecionou histórias, tendo o Paysandu – pelo qual ele viria a jogar, já aos 33 anos e perto do crepúsculo da carreira – como vítima de uma das suas muitas irreverências. Em 1971, num Cássico Re-Pa, na Curuzu, depois de passar pela defesa adversária e ficar de cara com o gol, o atacante simplesmente sentou-se na bola diante da trave vazia para delírio azulino e raiva bicolor.
2 – VILFREDO
Na época o termo Bad Boy não era adotado ainda no futebol brasileiro, mas Vilffredo Silva Júnior, hoje próspero empresário do ramo de material de construção em Minas Gerais, já aprontava, e muito, fora das quatro linhas. Depois de ter atuado pelo maior rival bicolor, o Remo, o ex-jogador se transferiu para o Papão, na década de 1970, levando não só todo o seu talento inquestionável, mas também o comportamento não tão elogiável que marcou sua passagem pelo futebol paraense.
3 – MARAJÓ
O futebol que o zagueiro praticava sempre lhe renderam os maiores elogios e até mesmo uma transferência para o Vasco-RJ. Mas se dentro de campo o corpulento jogador era segurança máxima à defesa de seu time, fora das quatro linhas ele tinha comportamento que não casava bem com o talento que possuía. Chegado a noitadas regada a muita bebida, o ex-jogador, que passou pela Curuzu na década de 1980, virou evangélico e, por algum tempo, atuou como treinador, admitindo que deu muita cabeçada na vida profissional.
4 – MARCELO HELENO
Entrar em um clássico Re-Pa, pouco tempo depois de ter deixado a base do clube, e logo de cara marcar dois gols não é para qualquer um. Pois Marcelo Heleno pode contar essa história. Mas a bola na rede que o consagrou também ajudou o atleta a perder o norte, com a fama subindo a cabeça e ele passando a enveredar por caminhos equivocados na carreira. Não demorou muito para o atleta deixar o Papão na década de 1990 e passar a perambular por equipes menores até encerrar a carreira.
5 – CLÉBER
Dono de um toque de bola refinado que encantava os treinadores que o dirigiam e também aqueles que ele enfrentava, Cléber, apelidado de Bebê Monstro, nunca foi um exemplo de profissional do futebol. O meio-campista, que escrevia seu nome em campo driblando os adversários, superou Leandro Carvalho no número de faltas nos treinos do Papão, nos anos de 1990. O jogador, que chegou a ir para o Vasco-RJ, onde se envolveu em uma confusão no dormitório de São Januário, também era um notívago inveterado. Hoje mora em Bragança.
6 – ARINÉLSON
O ex-meio-campista extrapolou as fronteiras do Pará em suas estripulias na época em que era jogador de futebol. Se por aqui ele aprontou poucas e boas, como se diz, defendendo, primeiro a Tuna Luso e, depois o Paysandu, na década passada, no futebol de São Paulo e Rio de Janeiro, nos quais defendeu, entre outros clubes, Santos-SP e Fluminense-RJ, ele não deixou barato. Na capital carioca chegou até a capotar com o seu carro em uma boa noitada regada a muito álcool.
7 – TARCÍSIO
O meio-campista surgido no futebol de Icoaraci chegou a atuar em Portugal, na época em o futebol do país europeu era dos mais concorridos. Por aqui além do Remo também defendeu o Paysandu, entrando na galeria dos indisciplinados com uma atitude até hoje lembrada pelos torcedores mais antigos. Na véspera de um jogo importante do time, ele simplesmente fugiu da concentração na companhia de outros atletas de igual comportamento, entre eles o lateral Souza.
8 – SOUZA
Assim como ainda hoje é lembrado como um dos melhores laterais já descoberto pelo clube, Souza, que veio do futebol pelada, sendo aprovado em uma “peneirada” promovida pelo técnico Lula Pereira, também é recordado pelos torcedores pela falta de profissionalismo. O jogador, que atuou na década de 1990 pelo Papão, seguia ao pé da letra a cartilha do Bad Boy nota 10. Encontrado com facilidade em bares da cidade, o que lhe levava a faltar a treinos do time e receber algumas repreendas do clube.
9 – ALBERTINHO
O atacante não chegou a ser um indisciplinado. Bem distante disso, Albertinho cumpria com as suas obrigações no clube, não deixando de comparecer aos treinos e a seguir tudo o que era determinado pelos treinadores. O jogador, na verdade, foi apenas irreverente. O fato de ter vestido o símbolo do maior adversário, o Remo, com a camisa bicolor, em plena o Baenão, ainda hoje é motivo de cobrança por parte de torcedores do Leão, quando encontram o atleta, que atualmente trabalha na Curuzu.
10 – RICARDO CAPANEMA
Foi preciso o nascimento de sua filha para que o volante Ricardo Capanema deixasse de lado o comportamento nenhum pouco profissional que levava. Antes de se tornar papai, o jogador, ainda em atividade, mas já prestes a pendurar as chuteiras, era useiro e vezeiro em faltar a treinamentos na Curuzu, bem como acostumado a cometer outros atos de indisciplina. Nos últimos anos, porém, o meio-campista tem mostrado comportamento que pode servir de exemplo a qualquer atleta em início de carreira. Peso da responsabilidade de pai.
(Diário do Pará)