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Clube do Remo não tem onde jogar e precisa de ‘casa nova’

Campeonato Paraense de Futebol de 2019 ainda nem começou, mas o Clube do Remo, atual campeão, já saiu atrás das demais equipes participantes. Sem data para entrar em campo desde a interdição do Estádio Mangueirão, após vistoria do Corpo de Bombeiros, na última quarta-feira (9), os azulinos agora correm o risco de jogar suas partidas como mandante fora da capital. Em nota divulgada ontem à tarde, os Bombeiros revelaram que foram encontradas novas irregularidades na praça esportiva, que abrangem questões de segurança técnica e não apenas as estruturais. Com isso, o Mangueirão, que ainda aguarda os laudos para uma resposta oficial, segue sem programação prévia para ser reaberto. A grande questão nesse imbróglio é onde o Remo irá sediar seus compromissos como mandante.

Sem chances de contar com o Baenão, que ainda está em processo de restauração, o Leão fica à mercê da resolução do caso para poder atuar com o apoio da sua torcida, em Belém. E, embora seja o principal afetado, em um primeiro momento, os azulinos poderão sentir o impacto de forma ainda mais forte com o decorrer do tempo, já que não há previsão para liberação do Mangueirão.

De acordo com informações do Tenente Dias, “foram constatados problemas no sistema de hidrantes, sinalizações, salvamento, orientações de saída e iluminação de emergência”. Dessa maneira, em complemento, a instituição reiterou que “os jogos serão adiados enquanto a situação não for resolvida”, o que obrigaria os azulinos a encontrar alternativa para o problema.

Segundo o diretor de competições da Federação Paraense de Futebol, Paulo Romano, a FPF tem trabalhado com algumas opções, já que a competição não irá parar com a interdição do Mangueirão. A mais viável, até então, é que o time remista realoque seu mando para outras cidades. “Estamos esperando uma posição oficial. O Remo em seguida joga duas fora, na volta enfrenta o Paysandu. Caso não esteja apto, passamos o clássico para a quinta rodada. Nas demais partidas vamos ter de nos reunir para encontrar uma solução, seja em Castanhal, Bragança ou em Paragominas”, explicou o diretor, que ainda realçou a possibilidade do Re-Pa ser realizado com torcida única, isso se apenas um lado do Mangueirão for liberado pelos órgãos responsáveis pela análise técnica.

Sem saída cabível para o problema, o representante do Remo na FPF, Marco Antonio Pina, tem alguns planos. “Não há alternativa. O Remo não vai jogar nunca na Curuzu e o Souza não possui condições necessárias. Agora, precisamos verificar quantos jogos serão feitos fora porque isso terá um custo para o clube. Vamos nos reunir com o presidente para que o clube não seja ainda mais prejudicado”.

A reportagem ainda entrou em contato com Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) para comentar sobre as condições e soluções para o reparo no Mangueirão. Em nota, o órgão explicou que está “seguindo todas as orientações feitas pelos órgãos de segurança, principalmente do Corpo de Bombeiros”, e que irá aguardar a divulgação dos laudos
antes de qualquer decisão.

E AGORA?

LEÃO PODE TER TRÊS OPÇÕES PARA JOGAR

A atual administração remista encontrava nas receitas em Belém a principal fonte de renda para honrar com os compromissos do clube. Mas com o provável deslocamento para outra cidade, além de visualizar o número de venda de ingressos diminuir, projetos paralelos poderão sofrer com impacto, como o Nação Azul, que mesmo fomentando novos benefícios, ainda possui como carro-chefe a entrada nas partidas.

Além do mais, a equipe ainda terá gastos a depender do palco escolhido. Conforme as prováveis três opções de destino, o BOLA elaborou uma projeção de tempo, receita e público que o Remo poderá ter nas suas partidas como mandante no início do Parazão.

JUSTIÇA

Se já não bastasse a complicação quanto ao local onde jogará, o Remo poderá ter um problema agora fora dos gramados. O ex-zagueiro Henrique, que atuou entre as temporadas 2015 e 2017, irá entrar com uma ação na Justiça do Trabalho contra o clube. O atleta cobra R$ 120 mil de salários atrasados, de dez folhas salariais pendentes. Hoje no futebol do Azerbaijão, ele ainda revelou um interesse do Paysandu no seu futebol para este ano, já que o seu empresário é amigo de um membro da comissão técnica bicolor.

NÚMEROS

R$ 330 mil – É a renda esperada em caso de jogo no Estádio Diogão, em Bragança, que possui capacidade para 11 mil torcedores. A Pérola do Caete fica distante de Belém cerca de 211 km / 3h50 de ônibus. O local já foi palco dos jogos do Remo em 2014, pela Série D, após receber punição da CBF. O local costuma reunir bastante torcedores azulinos, mas como os horários da partida variam e a distância é grande, isso poderia complicar no fim das contas.

R$ 300 mil – É a renda esperada em caso de jogo na Arena Verde, em Paragominas, com capacidade para dez mil torcedores, na cidade que fica a 307 km / 5h de ônibus da capital. Das três opções, a Arena Verde seria a que mais custaria ao Leão, tanto em custos como em desgaste físico, em virtude da viagem, mas o local é que tem as melhores condições dentre todos.

R$ 100 mil – É a renda esperada em caso de jogo no Estádio Maximino Porpino, em Castanhal, que possui capacidade para cinco mil torcedores. A Cidade Modelo fica a 74 km / 1h40 de ônibus de Belém. A proximidade da capital ajuda na logística do time, mas o estádio abriga uma quantidade de público bastante pequena para a expectativa do Remo. Somente os ingressos promocionais vendidos antecipadamente lotariam o local. Dessa maneira, o Remo abriria mão do restante das entradas para acomodar a torcida que já garantiu.

Em Belém, a expectativa de receita seria de R$ 500 mil para a partida de estreia no Estadual.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)

 

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