Na turbulência dos campeonatos nacionais, um episódio recente trouxe à tona o desafio de manter a ordem e a disciplina nas partidas. Durante um confronto emocionante da Série C, um ato de desordem no estádio Frasqueirão acabou transformando a atmosfera de entusiasmo em um cenário de tensão. O que parecia ser apenas mais um jogo entre equipes rivais, acabou revelando as complexas questões de segurança e o impacto das ações de um grupo de torcedores. Agora, os ecos desse incidente ecoam no tribunal esportivo, onde o futuro de um dos clubes pode estar em jogo, refletindo não apenas na tabela, mas na integridade da competição como um todo.
Na próxima sexta-feira (13), às 10 horas, o Clube do Remo terá que encarar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em uma sessão que pode definir rumos importantes para o restante da temporada. Após dois adiamentos, o julgamento na 3ª Comissão Disciplinar do STJD traz consigo uma ameaça real para o Leão Azul: a possibilidade de perda de mando de campo, uma punição que poderia comprometer suas partidas em casa no quadrangular decisivo da Série C.
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Os incidentes que levaram o clube à corte ocorreram durante a 10ª rodada da primeira fase da Série C, em um confronto contra o ABC-RN, no Estádio Frasqueirão, em Natal. Um torcedor do Remo invadiu o campo e tentou retirar uma faixa da torcida adversária, o que desencadeou uma briga envolvendo também torcedores do ABC. A confusão interrompeu a partida aos 33 minutos do segundo tempo por cerca de 12 minutos, até que policiais e seguranças interviessem, utilizando balas de borracha para conter o tumulto.
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O Remo foi enquadrado nos artigos 191 e 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o que pode acarretar uma multa de até R$ 200 mil e a perda de mando de campo por até dez jogos. A punição seria um duro golpe para o clube, que conta com o apoio da torcida como um diferencial em sua campanha pela busca do acesso. Por outro lado, o ABC-RN, que só volta a disputar competições nacionais no próximo ano, também está no banco dos réus e pode enfrentar sanções semelhantes.
ENTENDA O CASO:
O duelo entre ABC e Remo pela 10ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro, no dia 25 de junho, foi marcado por cenas de confusão e tumulto que interromperam a partida por 12 minutos no segundo tempo. A confusão teve início quando um torcedor do Remo invadiu o campo logo após o gol de Felipinho, aos 31 minutos da segunda etapa, diminuindo a vantagem do ABC. O invasor, que não foi identificado pela Polícia Militar, roubou uma faixa pertencente à torcida organizada do time alvinegro, gerando uma série de reações que culminaram em uma invasão em massa de torcedores.A súmula da partida, assinada pelo árbitro Lucas Guimarães Rechatiko Horn, relatou os detalhes do tumulto, que envolveu torcedores das duas equipes. Em resposta à ação do torcedor do Remo, membros da torcida do ABC invadiram o campo e, por sua vez, roubaram uma faixa da torcida adversária, provocando um confronto generalizado no gramado. A Polícia Militar foi acionada para conter a situação, e após 12 minutos de paralisação, garantiu a retomada do jogo, que prosseguiu normalmente após a intervenção.De acordo com o documento oficial do árbitro, um torcedor do ABC foi identificado como um dos participantes da confusão, e o caso foi registrado no termo circunstanciado de ocorrência. O clima de tensão, no entanto, não se estendeu após o final do jogo, com a segurança sendo garantida até o apito final.