O Clássico 763 entre Clube do Remo e Paysandu está dando o que falar um dia após o empate entre as equipes no Estádio da Curuzu, em Belém, pelo placar de 1 a 1, em partida válida pela sétima rodada do Campeonato Paraense. Leão e Papão trocam acusações sobre a recepção que os azulinos tiveram no Vovô da Cidade.
De um lado, Fábio Bentes critica que os remistas tiveram que descer do ônibus próximo à torcida bicolor e sofreram agressões verbais e físicas. Além disso, falou sobre a cabine onde os cartolas azulinos ficaram no estádio e reclamou do vestiário que, segundo ele, tinha o ar-condicionado apenas ventilando.
Confira a nota do Clube do Remo na íntegra:
“O Clube do Remo vem a público repudiar os fatos ocorridos no Estádio Banpará Curuzu contra sua diretoria, comissão técnica e staff. Inclusive repor a verdade que foi deturpada através de uma nota, pelo Paysandu Sport Club.
Ocorre que, o estádio Banpará Curuzú não possui estrutura adequada à prática esportiva e os atletas visitantes são obrigados a acessar o estádio no meio de torcedores, tendo inclusive que descer do ônibus no meio da rua para adentrar ao estádio.
A visível falha estrutural ocasionou uma série de constrangimentos ao Clube do Remo desde a sua chegada às proximidades do estádio até a sua saída. Diversos objetos foram arremessados no ônibus que conduzia a delegação remista, agressões verbais foram proferidas e a integridade física da delegação ameaçada, uma vez que, relembramos, a delegação visitante é obrigada a descer no meio da torcida e da rua.
Conforme definido pela Federação Paraense de Futebol (FPF), o limite de integrantes das delegações de equipes visitantes é de 50 (cinquenta) pessoas, sendo 29 nas adjacências do gramado e 21 nas dependências dos estádios. Ocorre que, para o funcionamento dos trabalhos dentro da normalidade, os profissionais do staff devem, e precisam, ter acesso ao vestiário antes, no intervalo e ao final do jogo, entretanto, não foi o que ocorreu no estádio do rival.
O Paysandu ofereceu uma cabine de clube visitante com capacidade para 10 pessoas ao clube do Remo, mas na prática apenas 3 pessoas conseguem assistir à partida e desempenhar suas funções, pois a localização desse camarote impede a visualização completa do gramado, somado a isso, um tapume obstrui a visão de quem está no espaço destinado ao visitante.
Devido a uma sucessão de transtornos, o Clube do Remo foi obrigado a remanejar 11 pessoas de sua delegação para o vestiário, sem possibilidade de assistir a partida e o espaço não contava com o ar-condicionado funcionando em condições minimamente razoáveis. Todos os fatos foram relatados aos delegados do jogo, mas sem soluções efetivas.
Além disso, durante o primeiro tempo do jogo, colaboradores do departamento de Marketing e Comunicação do Clube do Remo, que estavam no gramado exercendo seu trabalho, foram hostilizados pela torcida rival com gritos homofóbicos e gestos obscenos. Ainda no primeiro período de jogo, o senhor Luciano que se apresentou como coordenador de segurança do time mandante, e que também estava no gramado, ameaçou o staff do marketing azulino, chegando a ser contido pelo segurança que estava a serviço do Remo. Todos estes relatos foram testemunhados por pessoas da imprensa paraense, que trabalhavam no mesmo local.
Nos preparativos para a saída, integrantes da delegação foram levados por uma área onde estavam presentes pessoas ligadas ao rival, as quais não hesitaram em provocar e proferir palavrões e demais agressões verbais. Nesse contexto destaca-se a atitude lamentável do executivo de futebol do Paysandu, Fred Gomes, que estava na cabine da comissão técnica, e proferiu diversas palavras de baixo calão contra o preparador de goleiros azulino.
A sequência de fatos lastimáveis neste último jogo parece não ter fim. O motorista da delegação azulina foi agredido com um chute, enquanto se deslocava até o ônibus para colocar ele em posição na rua para a saída do time.
O Clube do Remo lamenta ainda o tumulto ocorrido e a agressão sofrida pelos torcedores do Paysandu Sport Club, fato que demonstra a total falta de preparo e zelo por parte da instituição para com seus próprios torcedores.
Destacamos que o Clube do Remo recebeu em 2021 vários clubes tradicionais do futebol brasileiro como Atlético Mineiro, Vasco, Goiás, Cruzeiro e Botafogo e foi referência positiva pela nova estrutura do Banpará Baenão. Ao contrário do estádio do nosso rival, o ônibus da delegação visitante adentra no estádio e conta ainda com novo espaço para visitantes com capacidade para 30 pessoas, totalmente isolado e garantindo a segurança, trabalho dos funcionários e acesso aos vestiários, tudo isso sem a necessidade de circular no meio de torcedores.
Finalmente, repudiamos a tentativa do clube mandante de tentar mudar o foco do ocorrido com afirmações falsas e levianas e cobramos uma resolução digna dos fatos. Não podemos esperar que ocorra algo pior pra que alguma atitude seja tomada pra corrigir essas situações relatadas.
Reafirmamos por fim que, no Banpará Baenão, todos os envolvidos no jogo terão sua segurança, integridade e dignidade resguardadas pelo maior Clube da Amazônia”.