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Clássico será um divisor de águas para os técnicos

Josué goza de prestígio com a diretoria, mas um 3º fracasso pode pesar contra ele, já Chamusca é questionado e está na corda bamba no Papão (Foto: Fernando Araújo e Wagner Santana)

Eles não entram em campo, mas, antes mesmo de a bola rolar e, principalmente, no decorrer das partidas, os técnicos decidem muita coisa. Com os treinadores de Remo e Paysandu, Josué Teixeira e Marcelo Chamusca, a história não é diferente. E nos duelos travados entre eles, no futebol paraense, o saldo é equilibrado, com o comandante do Leão levando ligeira vantagem, com uma vitória, feito inédito até aqui para Chamusca em Re-Pa, mas que pode mudar no quarto e último clássico do ano, hoje, no Mangueirão.

O resultado da partida, que apontará o campeão paraense da temporada, não resultará apenas em mais alguns números frios para as estatísticas do clássico. O desfecho do confronto, também, deverá servir como um de divisor de águas para o trabalho de ambos os comandantes à frente dos titãs do futebol local.

O caso de Chamusca parece mais delicado, após o vexame dado pelo time no primeiro jogo da final da Copa Verde, contra o Luverdense-MT. Um tropeço diante do maior rival decretará, fatalmente, a perda do título estadual, situação que dificilmente será tolerada pelos torcedores, que já há algum tempo pedem a substituição do treinador, acusado de não dar padrão de jogo à equipe.

No lado azulino, Teixeira navega em mares menos revoltos, apesar da saída precoce do Leão da Copa Verde e Copa do Brasil. Mas, ainda assim, o risco de mudança no comando do time não está descartada. Tudo vai depender de quem sairá do Mangueirão, hoje, com a faixa no peito e quem sairá com a bandeira enrolada.

Uma história que vem de longe…

Se no retrospecto de jogos entre os treinadores Josué Teixeira e Marcelo Chamusca o comandante azulino leva a melhor, nos últimos duelos travados pelos técnicos em outros estados, a vantagem é do treinador bicolor. Em 2014, quando dirigiam Macaé-RJ e Fortaleza-CE, respectivamente, eles se enfrentaram em dois jogos, valendo pelo Brasileiro da Série C, quando foram registrados dois empates (1 a 1 e 0 a 0).

O empate no segundo jogo fez com que o Tricolor perdesse a chance de retornar à Série B do Nacional. O torcedor do time cearense que foi ao Castelão, um público de pouco mais de 60 mil pessoas, deixou o estádio cabisbaixo e incrédulo. Dois anos depois, os treinadores voltaram a se encontrar, desta vez numa disputa, também pela Série C, envolvendo o Guarani-SP, na época comandado por Chamusca, e o mesmo Macaé, de Josué, derrotado por 4 a 2.
Sempre no limite entre o céu e o inferno

Marcelo Chamusca e Josué Teixeira chegam ao duelo decisivo do Parazão em situações distintas. Enquanto o comandante bicolor convive com o inferno astral, após a derrota frente o Luverdense-MT, quando os torcedores presentes na Arena Pantanal voltaram a vaiá-lo e pedir sua saída do cargo, o treinador remista, depois de vencer o duelo interno contra o, agora, ex-ídolo da torcida remista, Eduardo Ramos, goza de prestígio junto ao Fenômeno Azul.

O empate arrancado no Re-Pa passado, quando tudo indicava que o treinador sofreria a sua primeira derrota frente ao maior rival, fez com que Josué ganhasse ainda mais força à frente do time. Mas, como no futebol, inferno e paraíso são separados por linha tênue, um tropeço, hoje, certamente representaria uma inversão de papéis entre os dois técnicos, levando em conta não só a tradicional rivalidade entre as equipes, mas, principalmente, o fato de o Re-Pa valer o título estadual.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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