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Cenários favorecem dupla Re-Pa. Veja na Coluna de Gerson Nogueira

Os resultados da 4ª rodada da segunda fase da Série C permitem prognósticos mais seguros quanto ao acesso à Série B. Confirma-se o que a coluna pontuou na semana passada: um clube do Pará, não se sabe qual, estará na Segunda Divisão em 2021. A dúvida agora é se ambos poderão subir. Apesar dos riscos naturais, a possibilidade de êxito é grande.

A caminhada de Remo e PSC é a mesma até a próxima rodada, quando ambos se cruzam, mas muda completamente na sexta e decisiva rodada. O Remo recebe o Londrina em Belém e o PSC viaja para jogar com o Ypiranga em Erechim (RS).

Em tese, a situação é mais favorável aos remistas, que jogarão em Belém, sem passar pelo desgaste da viagem. Só que o PSC poderá ter um jogo menos complicado, caso o Ypiranga perca ou empate com o Londrina. Já o Leão corre o risco de precisar da vitória diante de um Londrina também carecendo dos três pontos, o que torna a partida de alto risco.

O fato é que a 5ª rodada, no próximo domingo, pode definir logo o acesso de um paraense: o PSC, caso vença o Re-Pa. Com 10 pontos, os bicolores já estariam assegurados na Série B do ano que vem.

E por que o Remo, caso vença e chegue aos mesmos 10 pontos, não pode ser considerado oficialmente classificado? Porque o cruzamento azulino é com o Londrina na rodada final e o time paranaense poderá chegará vivo a essa partida, com chances de acesso.

São inúmeras as projeções de classificação na chave D, mas a dupla paraense ainda tem as maiores chances, como citei na coluna de ontem. Até sem vencer seus próximos dois jogos, os velhos rivais podem ficar com as duas vagas de acesso.

Para isso, será necessário que os quatro confrontos terminem empatados. Seria surpreendente, mas não impossível. Por essa hipótese, Remo e PSC ficariam com 9 pontos terminando à frente dos representantes sulistas.

O mais incrível é que, ao contrário do que se presumia inicialmente, a pontuação para classificar pode baixar até 8 pontos, se, por exemplo, o PSC vencer o clássico e o Ypiranga não perder para o Londrina. O Remo subiria com um empate (chegando a 8) frente ao Londrina.

Se o vitorioso do Re-Pa for o Remo, o PSC pode se classificar (também com 8 pontos) se empatar com o Ypiranga, mesmo que este tenha derrotado o Londrina e atingido 6 pontos.

Por outro lado, é possível que a segunda vaga seja conquistada com 10 pontos. Vamos a um breve exercício de futurologia: o Remo vence o clássico, chega a 10 e atinge 13 superando o Londrina. O PSC precisaria então de uma vitória em Erechim para subir com 10 pontos.

A princípio, até para simplificar as coisas, o melhor cenário para o acesso duplo será o empate no Re-Pa com igual resultado no jogo Londrina x Ypiranga. Azulinos e bicolores iriam com larga vantagem à rodada final dependendo apenas de seus resultados.

Ontem, levando em conta o caráter decisivo da rodada, dirigentes de Remo e PSC encaminharam ofício à CBF pedindo que os dois jogos sejam marcados para o mesmo horário. Pela tabela, o Re-Pa será às 18h e Londrina x Ypiranga às 20h.

A CBF não acatou a reivindicação. Nada que cause preocupação. Londrina e Ypiranga só terão o benefício de saber o placar do Re-Pa, pois ambos precisam – seja qual for o resultado em Belém – desesperadamente vencer. O empate não interessa, o que inviabiliza qualquer acerto.

As rodadas finais serão eletrizantes, mas as ponderações matemáticas indicam e os sites de projeções respaldam: só um desastre monumental – se um time perder seus dois jogos – tira do Pará o inédito duplo acesso.

Ferguson alerta sobre riscos de demência no futebol

Um antigo problema do futebol profissional volta a assombrar com a divulgação de estatísticas preocupantes. Quem levantou a lebre foi Alex Ferguson, ex-treinador do Manchester United. Segundo ele, é uma questão de responsabilidade do futebol encarar a sério a incidência de demência entre ex-atletas.

Esporte de contato, o futebol não encontrou meios de resguardar a integridade dos jogadores quanto aos choques em cabeceios e disputas com goleiro. Na Inglaterra, vários casos de demência afetam ex-jogadores. O mais traumático foi a morte de Nobby Stiles, em outubro passado.

Stiles era um dos campeões mundiais de 1966. Além dele, outros jogadores da seleção inglesa apresentaram quadro de demência. O ídolo Bobby Charlton teve revelado o mesmo diagnóstico há alguns meses.

Ferguson ficou alarmado com a morte de Stiles e a doença de Bobby. Defende que o futebol crie uma consciência a respeito de problemas de saúde causados por traumas físicos ao longo da carreira.

Há um clamor generalizado pela redução dos lances de cabeceio durante os treinos dos clubes. Na Inglaterra, onde o jogo aéreo é uma instituição, o problema adquire conotações ainda mais sérias. Como nos jogos não há como impedir disputas pelo alto, a restrição nos treinos pode funcionar como paliativo.

A exemplo do boxe e do futebol americano, que detêm as marcas mais sombrias relacionadas a danos cerebrais, o futebol tornou-se ainda mais suscetível a choques a partir com a evolução da preparação física, que torna mais frequentes confrontos em busca do gol.

Direto do blog campeão

“O mundo do futebol precisa descriminalizar a ‘bola parada’ com a vilã, a algoz, dos times perdedores. Sem a bola parada, as regras do futebol precisariam ser urgentemente alteradas para excluir os escanteios, os tiros de metas, as faltas e os pênaltis. Os mesmos treinadores que, rotineiramente, atribuem à bola parada a incompetência de suas equipes, nas derrotas, se calam quando ganham com essa regra do jogo”.

George Carvalho

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