Missões das mais difíceis terá o Remo hoje à noite, no Baenão, contra o Guarani de Campinas. Com oito pontos, o time treinado por Daniel Paulista ocupa a quinta colocação na classificação da Série B e está em ascensão técnica dentro da competição, inflado pela vitória no clássico contra a Ponte Preta no fim de semana.

Jogar em casa tem sido um problema para muita gente na Série B. A dificuldade de se impor ao adversário acaba por prevalecer e termina por atrapalhar os planos de equipes que não conseguem mostrar qualidade no meio-campo para vencer a marcação adversária.

O Remo provou o lado amargo disso na última apresentação em casa, contra o Vitória, quando passou 90 minutos tentando se desviar das amarras criativas e ao mesmo tempo enfrentar os blocos de marcação impostos pelo visitante.

É quase certo que o confronto pode representar uma repetição desse cenário, o que não é boa notícia para Bonamigo e seus comandados. O Guarani fora de casa não costuma jogar com o mesmo ímpeto mostrado no derby campineiro. É um time que aposta no contra-ataque, puxado quase sempre por Davó, e em bolas esticadas para o atacante Régis.

Conquistou duas vitórias, razão de estar à frente do Remo, mas é uma equipe em construção, com reforços contratados para o Brasileiro. Não pode ser visto como superior ao Leão, mas merece atenção.

Depois do adiamento do jogo contra o Avaí, a escalação azulina deve ser mantida, com as entradas de Kevem substituindo a Rafael Jansen na defesa, Rafinha ocupando a meiúca e Vinícius Kiss na vaga de Uchoa, suspenso.


Nenhuma surpresa em relação à escolha de Rafinha para cuidar da organização no meio e da transição ofensiva. Nos últimos três jogos, antes da partida com o Vitória, o titular Felipe Gedoz deu sinais de desgaste e queda de rendimento técnico.

A mudança na formação do meio-campo contra o rubro-negro baiano não foi plenamente satisfatória, mas mostrou Rafinha tomando iniciativas que Gedoz não vem cumprido. O posicionamento junto aos volantes e as tentativas de auxiliar o ataque foram pontos positivos de sua atuação.

Não funcionou bem como finalizador, errando arremates seguidos e até cruzamentos, mas a insistência de Bonamigo com ele indica a confiança do treinador e as carências que o Remo tem para compor a meia-cancha com qualidade. Os alertas quanto a isso foram dados ainda no Parazão, quando o técnico insistia inutilmente com Renan Oliveira.

Perdeu-se um tempo precioso na busca por um substituto eventual de Gedoz. A importância da posição praticamente inviabiliza experiências e improvisações. Raramente dão certo.

Rafinha é uma alternativa de momento, em meio ao desgaste natural de um time que se encontra no meio de uma maratona de jogos, mas talvez não seja suficiente para sustentar as necessidades da equipe no campeonato.

Números da covid só não impressionam a Conmebol

A coluna atualiza os números da covid-19 no ambiente da malsinada Copa América no Brasil. A Conmebol confirmou oficialmente 140 casos registrados durante a realização do torneio. Em uma nota divulgada ontem, a entidade usa o caminho diversionista, bem ao gosto do Ministério da Saúde, de destacar os casos negativados (99%) da doença.

Segundo a Conmebol, a maioria dos infectados é de operários e trabalhadores terceirizados. O quadro, considerado sob controle pela confederação, representa o acerto dos críticos da realização do torneio no Brasil, responsável por um terço das mortes por covid no mundo no último sábado e acima da marca de 500 mil óbitos.

A teimosia criminosa em realizar o torneio no país não vem encontrando compensação dentro de campo. Jogos fracos, de pouca emoção e equilíbrio, têm rendido audiência televisiva abaixo do esperado. A coincidência com a Euro-2021 também não ajuda, pois diariamente as partidas europeias expõem o abismo técnico entre os continentes.

Castanhal imita Papão e investe no sub-35

De surpresa, o Castanhal anunciou ontem a contratação do volante Willians, que brilhou no Flamengo em 2009, elogiado pelo estilo pitbull de marcação e a raça que demonstrava nos jogos. Para um time que já conta com os veteranos Ricardo Capanema e Paulo Rangel, a opção por Willians é uma aposta de risco.

O jogador, de 35 anos, estava no desconhecido Nova Mutum, do Mato Grosso do Sul. Não se tem notícia do desempenho de Willians por lá, mas é improvável que ainda mostre pelo menos lampejos do futebol que o consagrou no Flamengo.

Depois de surgir com sucesso, ele trocou o Fla pela Udinese da Itália, defendeu o Internacional, rodou por alguns clubes menores e acabou indo parar no Nova Mutum. Chega como reforço do Japiim para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro.

De qualquer forma, o Castanhal não passa longe da tendência mais recente do futebol no Pará. O PSC acaba de anunciar dois volantes na mesma faixa de idade, Paulo Roberto (que já estreou) e Marino.

Chama atenção, ainda, a repentina preferência por atletas dessa faixa etária para ocupar uma posição que exige muita força e resistência.

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