A batalha do Clube do Remo em retornar à segunda divisão do futebol nacional, aos poucos, tem evidenciado os problemas de gestão da agremiação na tentativa de resolver as adversidades dentro de campo de forma imediata e “milagrosa”. Na atual temporada, por exemplo, em menos de seis meses, a equipe vai para o seu terceiro treinador. Média de um profissional a cada dois meses na função.

Anunciado na última segunda-feira (28), Artur Oliveira já começou a trabalhar no clube e é a bola da vez para ajudar o time a subir de patamar em competições nacionais. Apesar da novidade que é a sua identidade com a instituição, a escolha da diretoria por Artur repete o critério de contratação dos seus antecessores, Ney da Matta e Givanildo Oliveira: o retrospecto recente do profissional.

O parâmetro é positivo, já que a motivação dos profissionais em manterem o histórico, em muitos casos, tem como consequência novos trajetos vitoriosos. Todavia, somente esse fator, no Remo, já foi provado que não é grande coisa. Da Matta chegou com pompas de bicampeão da Série C; e Givanildo pelo bicampeonato estadual em dois estados diferentes. Artur Oliveira soma o título da Segundinha de 2017 e a terceira colocação do Estadual 2018.

Em curto prazo, independentemente da relevância das conquistas, a campanha recente dos treinadores é similar. Entretanto, Oliveira conta com três pontos a seu favor, na tentativa de colocar o Leão nos eixos na fase classificatória da Terceirona: noções do futebol local, modernidade técnica e flexibilidade em campo.


Tais características farão com que diretoria de futebol diminua, temporariamente, as ações relativas a contratações e dispensas, pois, de acordo com os cartolas, Artur terá carta branca para indicar reforços, além de avaliar as peças do plantel antes da divulgação de uma lista de dispensa.

Com 11 partidas restantes até o fim da fase classificatória da Série C, Artur terá de ratificar a sua escolha como treinador, bem como suas virtudes, o quanto antes, já que o Leão se encontra em estado de urgência na tabela. Mesmo estando a três pontos do G4, a sequência de partidas ruins, com direção a atuações desastrosas, é o que tem feito o time ficar próximo da zona da degola. “Esperamos que com a mudança no comando o time ganhe nova identidade daqui pra frente”, disse Milton Campos, diretor de futebol azulino.

PONTOS POSITIVOS DE ARTUR

– Noções do futebol local: apesar de Givanildo Oliveira conhecer o futebol local como poucos, Artur Oliveira, embora não tenha a mesma experiência que Giva na função, conhece tão bem as peculiaridades do futebol paraense quanto o antigo treinador azulino. Além de ter construído a base da sua carreira como técnico no Pará, onde somou a maioria das suas conquistas no cargo, Artur atuou como jogador pelo Leão, detalhe que aumenta a necessidade por resultados, justamente pela ligação que possui com a agremiação e ter ciência das cobranças no clube. Fora isso, o fato de ter trabalhado entre os meses de outubro de 2017 até o começo de abril deste ano no Bragantino, faz com que o agora treinador azulino esteja familiarizado com os seus comandados e tenha em mente modelos de jogo de acordo com as características de cada um.

– Modernidade técnica: diferentemente dos antecessores, Artur se enquadra no perfil de técnicos da nova geração do futebol brasileiro. Estudioso, o profissional possui estágios fora do país, além de procurar se adequar às exigências do esporte, de acordo com o próprio. Com o estilo de jogo ofensivo, no entanto, em conjunto com os setores de trás, Artur, no Bragantino, levou novas conotações às escalações táticas mais triviais.

– Flexibilidade em campo: outro ponto que difere o seu trabalho dos dois últimos treinadores do Remo, é a flexibilidade do profissional à beira do gramado. No sua passagem no Bragantino, Artur Oliveira demonstrou ser inovador ao fazer rodízios e testes até encontrar o padrão ideal de jogo com a equipe. A caraterística é considerada a mais importante para a mudança de postura do Remo na Série C, já que o time ainda não se encontrou na competição.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)

 

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