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Aquele “crime” que todos gostam

Quando acontece uma zebra no futebol o jogo em questão se torna o assunto da semana, não tem jeito. E a Copa do Brasil, com sua fama de campeonato mais democrático do Brasil, por incluir times de todos os cantos, de séries inferiores ou até sem divisão nacional a disputar na temporada, sempre foi um celeiro de zebras.

Nos últimos anos, com o poderio financeiro dos principais clubes brasileiros aumentando exponencialmente, tem ficado cada vez mais difícil para os azarões. Um Santo André calando a torcida do Flamengo no Maracanã e conquistando o título, como em 2004, parece bastante improvável hoje em dia. Até mesmo chegar em fases avançadas da disputa é complicado. Naquele mesmo 2004 tivemos o XV de Novembro-RS chegando às semifinais; o Paulista também foi campeão, o Brasiliense já foi finalista… O próprio Remo, lá no começo dos anos 1990 surpreendeu e ficou entre os quatro melhores, só perdendo para o Criciúma do Felipão, que acabou ficando com a taça. Cenas do passado? Nem tanto.

O futebol é um esporte em que nada é impossível e o dinheiro, por vezes, tem de se curvar às heroicas jornadas de times como o Mirassol-SP e o Globo-RN, que, na última semana, despacharam a dupla Gre-Nal, de tradição e orçamento incomparáveis, ainda na primeira fase da competição nacional. E por que não colocar aí também a Tuna Luso? A Águia despachou o Novorizontino-SP, que vai jogar a Série B este ano. Um feito e tanto, principalmente se levarmos em consideração que o time cruzmaltino passou boa parte das últimas temporadas no ostracismo. Que este seja, inclusive, o recomeço do tempo de glórias, fazendo justiça a um time que possui dois troféus de Brasileiro em sua prateleira.

Tudo bem que no afunilamento do torneio provavelmente essas equipes perecerão. Ainda mais a partir da terceira fase, com a entrada dos clubes que jogam a Libertadores da América.

Faz parte. Mas é bonito ver os “crimes” sendo feitos nas duas primeiras fases, que, num raro acerto de regulamento da CBF, são jogadas em partida única. Um lance e pronto. É a história sendo escrita. Para ficar melhor só precisava que, na fase inicial, o empate levasse direto aos pênaltis, como é na segunda fase, e não que fosse uma vantagem ao melhor ranqueado.

Seria interessante também que os clubes da Libertadores entrassem logo de cara. Esse “prêmio” de começar a jogar lá na frente não faz sentido, esportivamente falando. Eles já são os favoritos. Dar a eles uma vantagem extra é dar à Copa do Brasil um ar elitista que não condiz com a natureza democrática da competição, tão alardeada.

Que eles joguem desde o começo e provem sua força. Ou então que experimentem na carne aquele famoso provérbio, normalmente destinado às Séries D e C do Campeonato Brasileiro, mas que cabe como uma luva nessas primeiras fases do torneio mata-mata: “Deus não anda na Copa do Brasil”.

Parazão

Remo em estado de alerta total

Dentre os seis jogos do Parazão nesta tarde, pela última rodada da fase de classificação, o que chama mais atenção é o que será disputado no Baenão, entre Remo e Águia. Não que os demais não sejam importantes. Mas o fato do time azulino correr o risco de ficar de fora das quartas de final é, no mínimo, inusitado. O Remo tem feito um temporada horrível até aqui e merece passar por esse sufoco. Sem padrão de jogo, um elenco claramente limitado e Felipe Gedoz, seu melhor jogador, lesionado, as projeções a curto prazo não são das melhores. A ver se o tempo maior de preparação, devido ao adiamento desta 8ª rodada, serviu para, pelo menos, fazer alguns ajustes básicos no time. Capacidade para isso o técnico Paulo Bonamigo tem. Já tirou leite de pedra várias vezes. Apesar de tudo, acredito na classificação remista hoje (embora não bote a mão no fogo), mas, para o restante da temporada, ainda há um longo caminho para o Leão se tornar competitivo do jeito que a torcida espera.

P.S.: Estamos em uma semana povoada por zebras, e Caeté, Independente e Castanhal estão só de olho, doidinhos para fazer do Remo mais uma estatística. É bom ninguém duvidar!

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