Depois de uma estreia pra lá de convincente, levando em conta o curto tempo de preparação do time, o Paysandu tem hoje, a partir das 10h, na Curuzu, o seu segundo desafio no Parazão 2019. A missão bicolor é voltar a fazer o seu dever de casa, desta feita recebendo o Bragantino, que busca sua reabilitação, após cair na estreia, dentro de casa, diante do Paragominas (2 a 1). Já o Papão tenta dar sequência à goleada (4 a 1) aplicada sobre o São Francisco. A expectativa, além de uma boa nova exibição bicolor, fica para o público, que deve, tudo indica, superar os 7.742 pagantes do meio de semana.
Inicialmente a partida seria à tarde, mas, a pedido do Paysandu, ela foi antecipada para o período da manhã. A mudança poderá, segundo informou o presidente bicolor Ricardo Gluck Paul, ocorrer nas demais partidas em que o time tiver o mando de campo e venha a atuar no domingo. Além do horário, o confronto, conforme anunciou o cartola, poderá “congelar” o valor do ingresso de arquibancada em R$ 20 para os demais jogos, desde que o público de hoje seja de 15 mil ou mais torcedores no estádio.
Enquanto a direção bicolor trata de motivar a Fiel a comparecer em massa ao estádio, o técnico João Brigatti se concentra em manter em alta o astral do grupo que comanda a fim de que o Paysandu não venha a sofrer o seu primeiro revés no campeonato. O treinador projeta um confronto difícil para sua equipe, em que pese o adversário vir de um tropeço dentro de seus domínios. “Vai ser uma partida extremamente difícil, muito mais do que foi contra o São Francisco”, previu.
O fato de o jogo ter sido antecipado para o período da manhã, quando, teoricamente, o calor é mais intenso, poderá ser sentido pelo Papão, conforme antecipou o treinador. “A gente vem de uma pré-temporada muito puxada e eles (jogadores) se doaram ao máximo no jogo (passado). A gente teve pouco tempo de recuperação, será um jogo dez horas da manhã”, comentou o técnico, reconhecendo, em seguida, que a mudança de horário ocorreu a pedido do próprio Paysandu. “Fomos nós que escolhemos, não podemos reclamar”, disse.
A formação do Papão para encarar o Braga, conforme antecipou Brigatti, sofrerá alteração. As mudanças teriam dois objetivos: diminuir a carga de trabalho, neste começo de ano, sobre alguns atletas e, ao mesmo tempo, permitir que o treinador possa ver em ação aqueles jogadores que ainda não foram testados.
CASA CHEIA
– Depois de lançar o desafio, por intermédio do presidente Ricardo Gluck Paul, a diretoria do Paysandu convive com a expectativa de um grande público, hoje, na Curuzu. A ideia é ter um público de 15 mil torcedores apoiando o time do início ao fim da partida contra o Bragantino. Caso a marca seja alcançada, superando muito os poucos mais de sete mil bicolores do jogo contra o São Francisco, o preço do bilhete de arquibancada, conforme promessa feita por Gluck Paul, será mantido em R$ 20 em jogos que o time for o mandante até o final do Estadual.
– As exceções, claro, serão nos clássicos contra o maior rival, o Clube do Remo, quando os preços dos bilhetes serão majorados. Ontem, a informação que se tinha na Curuzu era de que as vendas estavam sendo bem positivas. Mas a direção do Papão não revelou números. O bilhete do setor de cadeiras está mantido em R$ 50.
– A última vez em que o Papão atuou no período da manhã foi na vitória por 3 a 2 sobre o Botafogo-RJ, no Rio de Janeiro, partida ocorrida no dia 23 de agosto de 2015. Em casa, os bicolores, jogando às 10h, aplicaram 6 a 2 sobre o Águia de Marabá, no dia 20 de janeiro de 2013. Na ocasião, a partida, pelo Campeonato Paraense daquele ano, levou um público bem distante das 15 mil pessoas esperadas pela direção bicolor. Apenas 5.036 torcedores pagaram ingresso para ter acesso à Curuzu. O Papão, que era comandado por Ricardo Mendes, o Lecheva, vinha de um tabu de quatro jogos sem bater no adversário marabaense.
Segura a pressão de ser o favorito
“O Paysandu vai ser sempre o favorito.” A afirmação foi feita, na última sexta-feira, em Bragança, pelo técnico Agnaldo de Jesus se referindo ao jogo entre Paysandu e Bragantino. O Papão, de fato, entra em campo com praticamente todas as apostas a seu favor. Em condições naturais de “temperatura e pressão”, como costuma dizer o calejado comentarista Carlos Castilho, parafraseando um antigo professor, o time bicolor é mesmo o franco favorito para a partida, mesmo que o técnico João Brigatti e seus comandados procurem escamotear a ideia, a fim de evitar um peso maior sobre seus ombros.
Embora não conheça tão bem o adversário, Brigatti prevê um jogo difícil, até bem mais que a partida de estreia contra o São Francisco. “Vai ser uma partida bastante complicada”, anteviu o treinador. “Estamos bem conscientes disso”, assegurou o técnico. O treinador apelou à Fiel para que tenha, em função das dificuldades, paciência, caso os gols não venham da forma como foi na goleada, por 4 a 1, sobre o Leão santareno. “Por isso peço a vocês da imprensa e, principalmente, ao torcedor, que tenham um pouco de tranquilidade”, solicitou Brigatti.
Para o meia Alan Calbergue o fato de o time ter estreado no Parazão goleando o adversário aumentou a responsabilidade do time. “Com toda a certeza a cobrança será grande, mas nosso grupo precisa estar concentrado em campo”, analisou. Calbergue declarou que não só os atletas utilizados no jogo passado, mas todo o grupo está preparado para encarar o desafio do Estadual. “Todos estão prontos”, garantiu. “Independente de quem jogar ou não o pensamento de cada um é o mesmo, o de conseguir o resultado positivo”, comentou.
(Nildo Lima/Diário do Pará)