O discurso de humildade e pés no chão pronunciado pelo técnico Marcelo Chamusca, após a vitória sobre o Internacional-RS, em Belém, voltou a ser adotado por ele e seus jogadores, depois do Paysandu derrotar o América-MG, em pleno estádio Independência, em Belo Horizonte, na última sexta-feira (2).Com o time na liderança da Série B, com 10 pontos, em quatro partidas disputadas, os bicolores procuram afastar do elenco a empolgação que toma conta da torcida do clube.
Chamusca e seus comandados tratam de manter a humildade. Um antídoto para evitar que a posição privilegiada do time suba à cabeça do grupo. “É apenas a quarta rodada da competição. A liderança foi construída, mas ela não pode nos empolgar, tirar a gente do nosso equilíbrio e da nossa naturalidade, porque a gente sabe que a competição é muito longa”, discursou o treinador após a vitória sobre o Coelho. “Teremos batalhas tão difíceis quanto essa que enfrentamos”, completou o técnico.
Entre os atletas, o discurso não muda em relação ao que prega o treinador. “É importante ter o time na liderança, mas sabemos que o campeonato só está na quarta rodada e ainda temos muitos jogos pela frente”, declarou o volante Augusto Recife, o mais experiente do elenco e acostumado a grandes conquistas. “Não ganhamos nada, pezinho no chão para o próximo jogo”, salientou o zagueiro Perema, apontado por muita gente como o craque da partida na capital mineira.
SITUAÇÃO E AGENDA
– Com a vitória da última sexta-feira, o Papão chegou a três pontos conquistados em dois jogos fora de Belém. Antes, o time havia empatado em Curitiba, diante do Paraná-PR, por 0 a 0. Agora, a missão é desbancar o ABC-RN, amanhã, no estádio Frasqueirão, em Natal, para onde a delegação viajou no sábado (3).
– Ontem, Chamusca ministrou o primeiro treino do time na capital potiguar. A movimentação aconteceu no CT do América-RN. Hoje, o treinador volta a ministrar movimentação, no mesmo local, para definir o time.
FORMAÇÃO REPETIDA
– Sem nenhuma baixa médica e jogadores suspensos do jogo contra o América-RN, o técnico Marcelo Chamusca, tudo indica, deverá manter a formação que iniciou o jogo em BH para enfrentar o ABC.
– Os jogadores pendurados com dois cartões amarelos, no caso, o zagueiro Gilvan, o volante Wesley e o atacante Wellington Júnior, conseguiram passar ilesos diante do Coelho.
– A dúvida diz respeito à escalação de Leandro Carvalho desde o início da partida. O atleta entrou bem no segundo tempo do confronto com o América, marcando o segundo gol, que consolidou a vitória bicolor e, consequentemente, a liderança do time na classificação da Série B.
– Carvalho vinha de uma contusão, que o deixou de fora dos primeiros jogos do time no campeonato. Mas, pelo que mostrou no Independência, parece já ter superado totalmente o problema no tornozelo esquerdo.
É SÓ MANTER A ESTABILIDADE
A cada nova partida na Série B, o Paysandu parece ganhar mais confiança, indiferente ao fato de jogar dentro ou fora de casa. A postura dos jogadores têm agradado Marcelo Chamusca, conforme revelou o treinador após a vitória sobre o América, na última sexta-feira em BH.
“O que está me deixando muito contente e satisfeito é que eu estou vendo os meus jogadores no dia a dia, no vestiário, no comportamento, com uma postura muito interessante, de um time que vem jogar em qualquer campo e sabe que pode ganhar”, declarou Chamusca. A vitória logo na estreia, diante do Oeste-SP, e, principalmente o triunfo diante do Internacional-RS, apontado como um dos favoritos ao acesso, contribuiu muito para a confiança do time bicolor.
EVOLUÇÃO CONSTANTE
No que depender dos jogadores, o Papão seguirá assim até o final da competição, quando poderá estar entre os quatro time classificados à Série A de 2018. “Não estamos acomodados e esperamos fazer grandes jogos, tão bons quanto fizemos hoje, assim como a gente fez contra o Inter e lá no Paraná também. A gente espera continuar e não parar por aqui, porque a gente sabe que a caminhada é longa, mas a gente está criando cara de Paysandu”, discursou Fernando Gabriel, após a vitória sobre a equipe do Coelho mineiro.
(Nildo Lima/Diário do Pará)
