O Humaitá, do Acre, já conseguiu um feito histórico na atual edição da Copa Verde. Ao vencer na primeira fase da competição, jogando na Arena da Floresta, em Rio Branco, o Trem-AP, por 2 a 0, a modesta equipe de Porto Acre conquistou o direito de sonhar com um efeito ainda maior: desbancar o favorito Remo, em pleno Baenão, em partida única pelas oitavas de final do torneio regional, nesta quarta-feira (1º), às 19h.
Clube jovem, fundado em 15 de março de 2003 e profissionalizado há apenas 8 anos, o Humaitá disputa a Copa Verde pela segunda vez graças à conquista inédita do Campeonato Acreano 2022, quando venceu a final contra o Galvez-AC, por 2 a 0, na Arena da Floresta, garantindo seu primeiro título no futebol profissional, após ter ficado com o vice-campeonato em 2021, além das vagas no na Copa do Brasil, Série D do Campeonato Brasileiro e a Copa Verde.
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No entanto, a ascensão do Humaitá tem encontrado diversos obstáculos pelo caminho. Além da falta de recursos financeiros comum aos clubes do interior da Região Norte, o clube acreano ainda precisa superar a crise vivida pelo futebol acreano, e, segundo o meia-atacante Luiz Henrique, o Pisika, a crônica falta de investimento do poder público do estado no esporte.
A afirmação foi feita na forma de um desabafo, com a voz embargada e tentando segurar o choro, após a eliminação, por 3 a 0, diante do Coritiba, pela Copa do Brasil, na última quinta-feira (23), em Rio Branco.
“(…) a gente luta contra tudo e contra todos, vocês viram a dificuldade do campo, enaltecer a Federação de Futebol do Acre, o presidente Antônio Aquino Lopes, que querendo ou não, se não tivesse esse campo nós ia jogar aonde? (Sic). O estado não ajuda em nada, quando é política todo mundo aparece ‘ah, eu sou o candidato do esporte, eu sou o candidato disso’ e hoje estamos vendo aqui. Se não tivesse esse campo, a gente ia jogar onde? Poder público, governador, escuta governador, nós estamos em rede nacional. Olha para o futebol. Político, olha para o futebol do Acre. Nós somos atletas, somos pai de família também, porra!”, desabafou Pisika.
RACHA NO ELENCO E DISPENSAS
Como se o abatimento causado pela eliminação dentro de casa e a falta de apoio local não fossem suficientes, o Humaitá também vive um momento para lá de conturbado. Além da ameaça de demissão do técnico Álvaro Miguéis, em caso de revés diante do Remo, o clube acreano tem que lidar com um racha no elenco, que estaria dividido entre os jogadores contratados para a atual temporada e os remanescentes da campanha do título estadual. Estes estariam insatisfeitos por conta da falta de valorização salarial em comparação aos reforços.
Após a eliminação na Copa do Brasil, o Humaitá liberou dois jogadores. O lateral-direito Matheus e o volante Mineiro. O primeiro havia sido sacado do time no vestiário do Florestão minutos antes da partida contra o Coritiba, em uma situação que até o momento não foi muito bem esclarecida pela comissão técnica.
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No entanto, segundo a imprensa acreana, o que ocorreu foi uma intervenção da diretoria no trabalho do treinador. Isso porque Álvaro Miguéis insistiu em manter escalação de Matheus para a estreia na Copa do Brasil, apesar da insatisfação dos dirigentes com o desempenho do lateral na vitória sobre o Trem-AP. Então, durante o aquecimento para o jogo, o vice-presidente do clube teria entrado no vestiário e ordenado a saída de Matheus da escalação.
Já o caso de Mineiro, que esteve no elenco campeão estadual em 2022, e voltou ao clube após passagem pelo São Caetano-SP, envolveria fatores extracampo, como indisciplina e falta de dedicação aos treinamentos. O jogador, apontado como um dos insatisfeitos no plantel do “Tourão do Porto”, também não teria um bom relacionamento com o treinador. Ele teve sua dispensa anunciada na última segunda-feira (27).
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