O maior clássico do futebol do futebol no Norte do Brasil tem como protagonistas o Clube do Remo e o Paysandu. A rivalidade nortista é rodeada por acontecimentos históricos dentro e fora de campo, porém, na partida mais recente, um episódio pode ter manchado negativamente a história de um dos times com uma agressão contra uma mulher.

A conselheira do Clube do Remo, Valeny Silva, acusa um dos membros da Diretoria de Segurança do Paysandu. Ela afirma que foi agredida por ele, ao final do jogo realizado na última quarta-feira (6), no Estádio da Curuzu, pelo jogo de volta da final do Parazão.

Em conversa com o DOL, a conselheira, que estava atuando na logística da segurança remista, detalhou como ocorreu toda a confusão que resultou no episódio de agressão feita pelo chefe da segurança do Paysandu, Luciano Mendes.

Valeny conta que, quando finalizou o jogo, um atleta do Paysandu foi para cima de um dos jogadores do Remo e ela tentou acalmar a situação apenas conversando. Ela relata ainda que, na sequência, parte do banco do Paysandu veio em direção da confusão e começou um “empurra-empurra”.


“No meio da confusão, vejo o diretor Marcelo (do Remo) sendo agredido covardemente. Depois do que ocorreu, corro em direção ao chefe de segurança para saber o que houve. Antes de chegar, ele (Luciano Mendes) falou “não vem, não”. E por cima do ombro de um dos jogadores ele me desfere um soco. Eu caio no chão na frente de todos e da imprensa”, afirma Valeny.

Valeny informou que este não foi o primeiro episódio em que houve uma confusão envolvendo Luciano Mendes, pois ameaças já foram feitas e registradas em ata de reunião sobre a segurança do clássico.

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“Ele já havia sido hostil com a equipe de comunicação e marketing no último Re-Pa, na Curuzu. Ele ameaçou e intimidou funcionários, mas nunca aconteceu de ir para o lado da agressão física. Tudo isso está registrado em ata”, declara.

Valeny que foi eleita conselheira nas últimas eleições do Remo diz que vai brigar até o fim e recebeu o apoio e solidariedade de vários torcedores, inclusive do rival.

“Independente de Clube, eu falo isso, eu vi manifestação de vários outros clubes, inclusive do rival, torcedores repudiando o que tinha acontecido. Eu sou conselheira do Clube do Remo, fui a quinta mais votada dentro dos conselheiros eleitos, e como eu disse no dia que fui eleita não é uma briga que é só minha. Ser mulher no futebol é muito difícil e não é só por mim, não é só pela minha agressão, e que isso não se repita em nenhuma praça esportiva, em nenhum local”, comenta a representante remista.

Ela acrescenta ainda: “eu vou brigar e levar até o fim porque não é só agressão física, nem moral e verbal que sofremos dentro do estádio e não adianta clube nenhum fazer movimento em favor das mulheres, como aconteceu mês passado, e agora não ter nenhuma nota de repúdio contra o ato que ocorreu dentro do estádio deles. Não adianta levantar bandeira para engajar e na prática não ter nenhuma atitude que resolva tão covardia que aconteceu dentro de suas dependências. Então eu vou até o fim para que seja feita justiça para mim e para todos que já passaram ou passam por essa situação e que não volte a se repetir”..

A conselheira informa que foi procurada pelo presidente do Paysandu, Mauricio Ettinger, mas não houve nenhum retorno sobre o caso. “Na manhã do dia seguinte, o presidente do Paysandu, Maurício, me mandou mensagem perguntando o que havia acontecido e eu respondi, expliquei e citei o que havia ocorrido e que iria apurar. Desde então não teve um posicionamento do Paysandu comigo e nem outra resposta que tenha feito em relação a esse assunto”, afirma.

A reportagem do DOL entrou em contato com o Paysandu Sport Club desde o último dia 8 de abril e, até o fechamento desta matéria, o clube não se manifestou.

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