Paulo Bonamigo quer um Remo propositivo e equilibrado em suas linhas. É um projeto que todos os técnicos defendem, em teoria. A diferença aqui é que o treinador azulino não é de ficar no discurso. Seus times de fato sabem propor e não se acovardam. A parada de hoje talvez seja o melhor teste para avaliar o real poderio do Leão nesta Série C.
Para encarar o melhor time do grupo A, o Remo precisará ser prudente, equilibrado, intenso e capaz de encarar o adversário em condições de igualmente. Até porque elas existem: a diferença na classificação é de apenas um ponto (23 a 22).
Bolívar, técnico do Vila Nova, montou um time que tem como principal mérito a regularidade. Tudo começa na defesa firme e segura, orientada por um ex-zagueiro de boas qualidades. É a menos vazada do grupo, com 6 bolas – a segunda é a do Remo, que tomou 8 gols.
O meio-campo tem Dudu, Pablo e Alan Mineiro, entrosados e afinados com os laterais Celsinho e Mário Henrique. No ataque, um trio que tem garantido ao Vila vitórias importantes: Rodrigo Alves, Henan e Tales. Um time intenso e muito forte na marcação.
Invicto há nove rodadas, o Vila ainda não perdeu em Goiânia, como o Remo não perdeu em Belém. Costuma jogar do mesmo jeito, dentro e fora de casa, pressionando e raramente permitindo espaços em seu campo de defesa. Vem daí o respeito que tem adquirido ao longo da competição.
Do lado azulino, Bonamigo coleciona quatro vitórias e uma derrota. E é o tropeço fora de casa, frente ao Ferroviário, que imediatamente é lembrado quando se imagina o Remo desafiando o Vila. Apesar de ter mantido um jogo equilibrado, foram os erros de passe e a desconcentração em momentos agudos que causaram o revés.
Os treinamentos revelaram a preocupação de Bonamigo com o posicionamento da zaga em bolas aéreas. Sempre que atuou fora de casa, o Remo sofreu gols em cruzamentos – contra Treze, Santa Cruz, PSC e Ferroviário.
O técnico avalia que o problema está na atitude coletiva e individual dos homens de zaga. Marcar o adversário não significa ficar próximo apenas. É importante ter iniciativa, postura agressiva e atacar não apenas a bola.
Nos últimos cinco jogos, o Remo marcou 11 gols e sofreu três, o que ressalta o excepcional progresso ofensivo. Até a saída de Mazola Junior o time só havia balançado as redes adversárias por seis vezes. O pulo do gato de utilizar dobradinhas nas laterais responde muito pela fartura de gols.
É provável que Bonamigo mude a estrutura do meio-campo, entrando com Eduardo Ramos na função de organizador, sua posição de origem, preservando o trio de ataque, com Hélio, Tcharlles (Salatiel) e Wallace.
Mais importante que as peças escaladas para o confronto deste domingo o que conta mesmo é a maneira como a equipe se entregará ao jogo. O caminho para o sucesso está em se apresentar decidido e confiante ao atacar e atento quando não tiver a posse da bola.
Maradona faz aniversário e os bons o reverenciam
Quando alguém fala em Maradona em programas esportivos da mídia brasileira, quase sempre as reações se dividem em comentários pejorativos sobre a rivalidade com a Argentina e a respeito do passado do supercraque como usuário de drogas.
Já era assim quando El Pibe ainda jogava e deslumbrava o mundo, mas havia a desculpa da inveja que sentíamos por ver um tremendo jogador vestindo as cores argentinas. Depois, a coisa foi ficando doentia, reveladora do preconceito hipócrita alimentado em relação à dependência química.
Casagrande sente na pele o veneno destilado por essa intolerância. Sempre que opina sobre algum tema progressista, incomodando a malta reacionária, é imediatamente atacado por ter sido uma vítima das drogas.
Maradona passou a ser alvejado no Brasil também pelo posicionamento político, sempre à esquerda. Amigo de Fidel, admirador de Che e Lula, nunca negou apoio público às causas libertárias.
Sem medo de cara feia, com a postura sempre altiva dos que não devem nada a ninguém, Dieguito enfrentou a fúria dos saqueadores da Fifa, comandados por João Havelange, que foi sucedido pela quadrilha de Josef Blatter envolvendo gente do nível de José Maria Marín e Nicolas Leoz.
O tempo passou, a Justiça americana foi atrás dos pilantras que transformaram o futebol mundial em balcão de negócios fraudulentos e Maradona provou estar certa em se posicionar contra os poderosos.
Sem falso patriotismo de camisa amarelada, é preciso ressaltar sempre que ele jogou muita bola. Em nível altíssimo, tanto pelo Barcelona quanto pelo Nápoli. Algo que pode ser mensurado como inferior apenas ao Rei Pelé.
Anteontem, por ocasião de seu aniversário de 60 anos, os amigos postaram um vídeo emocionante na internet. E, como a provar que os bons estão ao lado dele, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Nazário foram escolhidos para abrir os votos de parabéns. Tributo perfeito para um gênio da bola.
Bola na Torre
O programa tem o comando de Guilherme Guerreiro, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião, às 22h, na RBATV. Em pauta, jogos dos paraenses nas Séries C e D. Direção de Toninho Costa.
Excesso de erros comprometem Vinícius Jr. no Real
Um papo à saída de campo entre Benzema e Ferland Mendy, no intervalo do jogo entre Real Madrid e Borussia Mönchengladbach, botou Vinícius Junior na berlinda. A conversa foi captada em vídeo, revelando uma crítica do centroavante ao brasileiro. Benzema recomendou a Mendy que não tocasse a bola para Vinícius, que erra muitos passes e atrapalha o time.
O pior da história é que o francês está certo: a joia brasileira, comprada a peso de ouro pelo Real, é o jogador do elenco que mais perde bolas neste início de 2020/21. Segundo o site “WhoScored?”, Vinícius desperdiça em média 3,2 posses de bola do Real a cada partida e o segundo que mais estraga jogadas é o também brasileiro Rodrygo, com média de 3,0 erros.
Com a palavra, os técnicos que formaram os dois atletas em Flamengo e Santos.