Se dentro de campo, o Corinthians está bem no Brasileirão, nos bastidores, a coisa não anda tão bem e o clima político dentro do clube está indo de mal a pior.

O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, decidiu adiar a reunião na qual seria votada a possibilidade de impeachment do presidente do clube, Augusto Melo.

O encontro para tratar do impeachment de Augusto Melo, agendado para esta quinta-feira (28) no Parque São Jorge, será realizado na próxima segunda-feira (02).

O adiamento se dá em um clima de pressão sobre Romeu Tuma Júnior, especialmente por torcedores organizados contrários ao impeachment e à turbulência em um momento decisivo do time na temporada.

Quadro crítico no Corinthians

Após passar boa parte do Campeonato Brasileiro na zona de rebaixamento, o Corinthians obteve seis vitórias seguidas e entrou na briga por uma vaga na próxima Copa Libertadores.


Houve uma reunião do presidente do Conselho com representantes da Polícia Militar, que alertaram sobre as dificuldades de segurança na noite de quinta, com o clube em funcionamento normal e um jogo de basquete aberto ao público. Daí, segundo o dirigente, a escolha da próxima segunda, quando a sede social estará fechada.

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Sobre o impeachment de Augusto Melo

Augusto Melo enfrenta o processo de impeachment com base em acusações de irregularidades em comissões pagas na assinatura, no início do ano, do contrato de patrocínio com a VaideBet, que está sob investigação da Polícia Civil. Em junho, o site de apostas anunciou a rescisão unilateral, por ver sua imagem desgastada com o caso.

O inquérito é a respeito de um pagamento de comissão de R$ 25,2 milhões para a Rede Social Media Design, que pertence a Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que atuou na campanha de Augusto. Essa empresa repassou parte da comissão para a Neoway Soluções Integradas em Serviço, registrada em nome de Edna Oliveira dos Santos, uma mulher que mora em residência humilde em Peruíbe e nem sabia da existência da empresa.

À época da rescisão contratual, em nota, o Corinthians afirmou que “todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas”. “O clube destaca que não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros”, dizia o texto.

Já na semana passada, quando a votação do impeachment foi marcada, Augusto disse ter recebido a notícia com indignação. “Não admitirei que cassem o meu mandato sem que tenha sido garantido o meu direito de defesa. Tenho a certeza que a verdade prevalecerá e que todos aqueles que querem impedir a profissionalização do Corinthians serão derrotados”, afirmou.

É necessária maioria simples no Conselho para a continuidade da tramitação, em um processo essencialmente político. No caso de o impedimento ser aprovado, Melo será imediatamente afastado do cargo –ocupado pelo primeiro vice-presidente Osmar Stábile– e os sócios serão convocados para a votação definitiva do assunto, também com necessidade de maioria simples.

O prazo para a convocação da assembleia geral de associados é de cinco dias após a votação no Conselho, com publicação em jornais de grande circulação e antecedência de 30 a 60 dias.

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